Capítulo 7

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Quando acordo o relógio na parede aponta 9:00 da manhã. Pra ser sincera eu não faço a menor ideia das horas que eu cheguei nesse lugar.

Anotação mental: Perguntar para Nora a hora que cheguei em Mor

Fico enrolando na cama por causa da temperatura fria. Quando finalmente levanto digo "acender a luz", ela acende na hora enquanto a voz robótica repete o que eu disse.

Vou até o banheiro para lavar meu rosto e escovar os dentes. A torneira tem opção de água quente e eu agradeço a seja lá quem criou isso.

Saio pela porta do banheiro e vejo a figura masculina mais que conhecida rodando na cadeira da escrivaninha.

Ele está vestido com a mesma roupa preta, seus cabelos escuros estão bagunçados e seu rosto expõe alguém que acordou quase agora

- Ah não - digo alto o suficiente para Peter escutar, então ele se vira pra mim

- Bom dia pra você também - ele sorri com um olhar cintilante

- Como você entrou aqui?

- Eu sei a senha da porta, esse quarto foi meu - ele levanta da cadeira - me pediram pra te chamar para o café da manhã

- Vocês tomam café da manhã... Todos juntos?

- Sim... Vai continuar fazendo perguntas? Eu não tenho o dia todo, humana.

- Se não tivessem me prendido aqui nada disso estaria acontecendo, e eu não teria o desprazer de ter te conhecido - mostro um sorriso sarcástico e ele devolve outro

- Você não tá presa, você sabe a senha da porta, poderia sair por aí, mas você não é tão burra a ponto de fazer isso.

Eu parei de prestar atenção na parte "não tá presa".

Eu não estou presa! Eu posso sair daqui se eu quiser, é agora que eu vou pra casa

- Sim... Verdade - concordo com algo que nem escutei - eu não vou tomar café da manhã com vocês

- Sim, você vai, isso não é uma opção.

- Você não manda em mim!

- Nossa, que adulto.. Troque logo essas roupas e vamos

Dou um suspiro alto. Pego um dos conjuntos pretos de couro que Nora deixou e vou até o banheiro.

Resolvo tomar um banho por mais que eu saiba que Peter vai reclamar pela demora.

Depois do banho quente e de me estressar com Peter socando a porta, penteio meu cabelo e coloco a roupa.

Saio pela porta e os olhos negros dele estão me encarando furiosos, ignoro o olhar e vou até a porta

- Vamos? - mostro um sorriso e ele levanta e vai pisando forte até a porta

Sigo ele pelos corredores até chegarmos em uma sala gigante com várias mesas e cadeiras. O cheiro de comida empesteia o ambiente e eu não consigo deixar de suspirar com prazer

Peter me leva até uma das mesas e puxa a cadeira pra mim.

Lá estão dois meninos e uma menina. Os dois meninos são parecidos, os olhos verdes escuros, um deles tem os cabelos pretos até o ombro e o outro com o cabelo curto bagunçado.
Já a menina tem cabelos curtos e castanhos com luzes, seus olhos Violeta me olham de cima a baixo enquanto ela leva uma xícara de café até a boca.
Todos estão com roupas pretas e a menina com um arco gigante nas costas, a única dos três que não parece estar com a cama grudada nas costas.

Quando sento na cadeira os olhos verdes do menino de cabelos curtos me encaram, como se ele conseguisse ver minha alma e todos os meus pecados.
Já o menino ao lado nem ao menos repara na minha presença enquanto devora algo que parece um misto quente gigante

O Outro Lado Do EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora