Capítulo 9

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— Me soltem! — dou meu melhor berro antes que cubram minha boca com um pano. Minha visão começa a embaçar e tudo fica preto

Abro os olhos lentamente, tudo preto e... viva! Eu estou viva... ou no céu? Ou pior será que eu tô no...

Escuto um estrondo quando a luz surge assim que um homem gigante abre a porta de seja lá onde eu tava eu estava e me arranca de lá.

O lugar com paredes vermelhas tem cheiro de sangue. As paredes tem quadros que retratam guerras, que sinceramente não consigo compreender.

Na minha frente uma mesa gigante de escritório e atrás dela o cara do casaco dourado me encarando com um olhar sarcástico

— Ótimo, meu jantar acordou — ele pega a taça cheia de líquido vermelho que está na mesa e mexe um pouco

A espécie de guarda gigante me empurra em direção a mesa, tropeço e quase paro em cima dela

Quando olho pra trás a espécie de lobisomem com vampiro ri pra mim

Me aproximo dele lentamente e cuspo em seu pé, mas na mesma hora me afasto quando o mesmo rosna pra mim

— Calma grandão, vamos dividi-la para todos. E você mocinha, continue com essa rebeldia e vai virar comida dos cachorros

Mostro a língua pra ele que mostra aquele mesmo sorrisinho presunçoso.

-Fique a vontade enquanto decidimos o que faremos com você

— Como assim decidem? Me matem logo, já tô condenada mesmo

— Claro que não gracinha, você é peça rara. Podemos conseguir muito entregando sua cabeça — ele se levanta e levo um susto quando o grandão volta a pegar no meu braço

— Ei! Não! Como assim? — grito enquanto o vampiro vira as costas e sai. Enquanto o grandão me arrasta pra uma salinha, não a que eu estava anteriormente, mas outra similar a uma sela

...

Assim que o grandalhão sai o meu desespero aumenta. As algemas que prendiam meus braços antes agora sumiram como mágica e eu encosto na parede pra pensar

A sela na verdade não parece com uma prisão, só uma salinha aleatória. Ainda com as paredes vermelhas, um sofá preto que parece novo, no chao um grande tapete tambem preto e felpudo, em cima dele uma mesinha com alguns biscoitos (que com certeza não vou comer)e uma jarra de agua (que nao vou beber) . Num canto uma cabine minúscula, a porta aberta mostra uma privada bem limpinha por sinal

Me jogo no sofá e penso no que vou fazer quando me lembro do tal BIP que Travis me deu. Passo a mão por todos os bolsos de fora, quando não encontro passo para os de dentro e o sinto.

—Isso! — murmuro.

Me dirijo até a cabine com a privada. Quando entro sento na tampa mesmo e aperto o único botão que aquela coisa tem.
Bom, em teoria isso começou a passar minha localização para Travis,  então agora é só esperar.

Escuto a porta de fora da sela abrir

— Humana? Saia daí — alguém grita de fora. Abro a porta da cabine e saio lentamente enquanto um vampiro de aparentemente uns 20 anos me encara

Seu corpo é repleto de tatuagens, suas roupas são uma mistura de preta com vermelho. Sua pele é tão clara que tenho a impressão que chega a brilhar. Seus olhos pretos continuam me encarando então percebo que estava num transe enquanto o analisava

— Que foi? Não posso fazer minhas necessidades? — o encaro e ele parece ficar um pouco envergonhado.

Escuto um "desculpa" bem baixo saindo dele

O Outro Lado Do EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora