Um bar.
Ele me trouxe pra um bar, mas não como aquele dos vampiros. Se isso fosse na terra seria um bar de gente rica, com muito dinheiro.
Ele é todo dourado por fora, e por dentro é preto.
Está lotado de seres de várias espécies (inclusive vampiros, o que me deixa levemente assustada) sentados por aí tomando bebidas que nunca vi na minha vida.
Peter me leva até uma mesinha redonda, alta, com duas cadeiras.
Sentamos lá e tem um cardápio com várias bebidas e petiscos, Peter pega e começa a analisá-lo
- Então, o que vai querer?
- Eu não bebo - digo e ele dirige o olha pra mim por trás do cardápio - é sério!
- Calma, eu não tô te julgando - ele diz em um tom irônico que já começa a me irritar - também tem bebidas sem álcool - quando ele fala eu nem presto atenção, só consigo olhar em volta, mais especificamente para os vampiros
- Por que tem vampiros aqui? - digo sem pensar
- Nem todos os vampiros são ruins - ele explica enquanto mordo meus lábios em aflição - lembra o que te expliquei? Alguns seres, provavelmente todos aqueles que estavam no seu... leilão? Enfim. Todos eles são ruins, provavelmente sedentos por poder, por dominar mundos humanos. Por isso vivem escondidos. Mas não são só vampiros, toda espécie tem uns engraçadinhos
Sua explicação me deixa aliviada e agora tenho como admirar a beleza dos vampiros ao invés de sentir medo ao vê-los.
Pego o cardápio de sua mão e vejo as opções. Graças aos deuses tudo ali tem na linha de baixo os ingredientes que são utilizados, e nada contém sangue humano.
Peço uma espécie de drink de morango sem álcool e Peter pede mesmo, porém, com álcool.
Enquanto aguardamos em silêncio, vejo ele cumprimentar muita gente (muita gente mesmo) por ali, claramente ele é conhecido por aqui, e não sei se isso não assusta ou não.
Ninguém parece estar surpreso com a presença de uma humana ali, o que me deixa 10 vezes mais confortável com a situação.
...
- Sua casa é bem legal - Peter diz logo depois dos drinks chegarem.
Por um segundo esqueço que ele esteve lá e entro em um leve desespero.
- Você viu a minha mãe?
- Sim, ela tá bem, só um pouco chateada com seu sumiço. Parece que ela não sabe nada sobre o espelho - o que provavelmente o tranquiliza
Só acho estranho que minha mãe não tenha escutado o barulho que fez quando o espelho quebrou.
Minha mãe sabe que quando estou chateada gosto de ficar sozinha, então ela deve ter achado que eu estava no quarto e me deixou lá, no dia seguinte quando ela foi trabalhar seria o momento que eu teria "fugido" para a casa de Sofia.- Você viu mais alguém? A Sofia, o...
- Babaca do seu ex namorado? - ele me interrompe - não os vi, e não parece que notaram seu sumiço
O jeito que ele fala não é grosseiro, é natural na verdade, mas mesmo assim eu fico triste e irritada com isso.
- Ei, se quer um conselho, é melhor assim. Eu sei como é passar pelo o que você passou, mas você não ta sozinha aqui - ele segura a minha mão, mas eu puxo de volta
- para de me tratar como se eu fosse sua amiga! - ele arregala os olhos mas ele não demonstra irritação
- Para de me tratar como se eu fosse um monstro - sua voz é meio alta mas não irritada
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O Outro Lado Do Espelho
FantasyCarol, uma menina de 18 anos tem tudo que quer, um namorado perfeito, uma melhor amiga perfeita e está prestes a tirar sua carteira de motorista. Seu mundo perfeito vira de cabeça pra baixo quando ela passa pelo pior dia de sua vida, onde uma maré d...