Capítulo 27

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S/N

Acordo e involuntariamente minha mão vai até a minha cabeça. Como ela dói! Ainda com os olhos semi fechados, olho em minha volta, a procura do relógio de parede e quando encontro, vejo que são 07:40 PM. Finalmente eu consegui dormi por algumas horas...

Ontem a noite, logo após aquela conversa que o Jake teve comigo, eu cheguei a conclusão que era impossível continuar na mesma casa que ele, agindo como se nada tivesse acontecido, por isso eu peguei minhas coisas, deixei uma carta pendurado na porta e sai. Eu também desliguei meu celular para o Jake não conseguir rastrear a minha localização e, para ser honesta, não pretendo liga-lo nunca mais.

Obviamente não consegui dormir nem por um minuto durante a noite inteira. Foi apenas no início da tarde que eu finalmente consegui adormecer.

Agora estou aqui, deitada na cama de um dos quartos do hotel da senhora Walter. Eu sei que o Jake está literalmente do meu lado, já que a casa da Lilly fica ao lado do hotel, mas já não estando sob o mesmo teto que o Jake já é, por hora, o suficiente para mim.

Eu não vou conseguir olhar para o rosto dele, não depois dele ter me ferido daquela forma... Vê-lo me rejeitar foi uma das piores coisas que eu já vivi em toda a minha vida. Eu simplesmente ainda não estou conseguindo acreditar que ele me disse todas aquelas coisas... Eu sei que ele se preocupa com a minha segurança e o meu bem estar, mas vale a pena deixar de viver um amor e matar esse sentimento por medo de algo que ninguém sabe se irá acontecer? Por que é tão difícil para o Jake entender que o amor tudo suporta e supera? Será que ele ainda não percebeu que eu não me importo com as condições e qual tipo de vida ele pode me dar, pois a única coisa que eu me importo é que ele esteja ao meu lado? Tudo aquilo me magoou muito e deixou o meu coração em pedaços.

Levanto da cama, pego um comprimido para dor de cabeça e tomo. Em seguida, vou arrastando meus pés até o banheiro e paro na frente do espelho e vejo o desprezível rosto que se reflete. Noto como meus olhos ainda estão completamente inchados de tanto chorar. Nada surpreendente.

Livro-me das minhas roupas e vou até o chuveiro. Quando abro o registro de água, sinto a água gelada escorrer por todo o meu corpo. Minha expectativa era a de que as gotas de água fria pudessem trazer algum alívio para a minha alma, mas é óbvio que nada disso aconteceu.

Quando eu saio do banho, visto a primeira roupa que eu vejo pela frente e percebo que eu molhei o curativo. Que se dane, eu não ligo.

Pego minha bolsa, saio do hotel e começo a caminhar pelas ruas de Duskwood. Se é perigoso eu estar andando sozinha nessa cidade quando já escureceu? Sim, é, mas eu não me importo. Inclusive, se o homem sem rosto me encontrar agora, quem saiba dessa vez ele tenha mais sorte e consiga enfiar a faca bem no meio do meu coração, quem saiba, pelo menos assim, ele pare de doer.

***

Duskwood é uma cidade pequena e não há muitos locais de entretenimento, então só me resta ir para o único local que eu sei que está aberto nesse horário, pronto para receber pessoas como eu.

Depois de caminhar por mais alguns minutos, entro no estabelecimento e vou diretamente sentar em um dos banquinhos próximos do balcão.

- Olá, Phil. – Falo no momento em que ele se aproxima de mim.

- Que surpresa agradável vê-la novamente em meu estabelecimento, (seu nome). – Vejo um sorriso de formar em seu rosto que logo desaparece. – Mas você está complemente diferente da última vez que esteve aqui.

- Quero uma bebida que tenha o poder de apagar a memória. – Apenas digo isso e ignoro os comentários de Phil.

- Hum... Deixe-me adivinhar... Está com o coração partido.

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