Capítulo 12

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Jake

"Talvez você não seja mais tão indecifrável como quando eu te conheci." Essa frase, durante o restante do dia, ecoou na minha mente diversas vezes e, no fim, (seu nome) tem razão, pois eu não sou mais o mesmo desde que eu a conheci.

Sutilmente, ela foi quebrando cada camada do meu ser até conseguir atingir a minha essência. É como se (seu nome) estivesse conseguindo, aos poucos, ver o meu lado mais vulnerável e, estranhamente, eu não me sinto mal com isso.

Ela despertou em mim sentimentos os quais eu desconhecia e quando eu me dei conta, eu já estava fazendo coisas as quais eu jamais imaginei que faria por alguém, pois eu nunca me preocupei com alguém como eu me preocupo com ela. Eu nunca senti a necessidade de proteger alguém como eu sinto com ela. É algo que eu não consigo nem encontrar palavras para explicar a forma a qual eu me sinto.

Nesse instante, eu vejo (seu nome) entrar no quarto com uma caneca entre seus dedos. Ela dá um doce sorriso e estende as mãos para me entregar a caneca.

- Cuidado, está quente. – Ela me alerta segundos antes de eu pegar o objeto.

- O que é? – Pergunto olhando para o líquido de tom amarelado.

- Chá de camomila.

- Qual é o motivo?

- É para que você possa relaxar e dormir tranquilamente essa noite.

- Eu não posso, (seu nome). Eu preciso procurar mais pistas sobre a Hannah e monitorar a situação do governo, além do mais... – Ela coloca o dedo indicador nos meus lábios, em forma de silêncio, impedindo que eu continue minha fala.

- Pelo menos por essa noite você não vai pensar e se preocupar com mais nada além de você mesmo. – Ela fala calmante. – Agora beba o chá antes que ele esfrie.

- O por que disso, (seu nome)?

- Não tenho dúvidas de que toda essa situação está sendo desgastante para você. Eu admiro muito o seu empenho e preocupação com tudo isso que está acontecendo, mas você precisa também cuidar de si mesmo, senão você vai acabar adoecendo.

- Eu estou bem, (seu nome), você não tem com o que se preocupar.

- Por favor, apenas beba o chá.

Eu hesito por um momento, mas ela não tira os olhos de mim, fica apenas aguardando eu fazer o que ela solicitou.

- Tudo bem... – Começo a tomar o chá e (seu nome) fica me observando.

- Eu sei que nos últimos tempos você mal tem dormido. Eu vi ontem você cochilando desconfortavelmente na cadeira. Quando foi a última vez que você teve uma boa noite de sono?

- Para ser honesto, eu não me recordo.

- Presumo também que você não tem se alimentado muito bem, nem tomado sol, pois ao meu ver, você está muito magro e pálido.

- Ultimamente tenho me dedicado apenas em tudo isso que está acontecendo...

Nesse instante, eu termino de beber o chá e (seu nome) pega na minha mão e me puxa. Quando eu me levanto, ela me conduz até a cama e aponta com a cabeça para a mesma e eu me sento.

- Acontece que você não vai conseguir encontrar a Hannah, muito menos fugir do governo se você continuar vivendo dessa forma, pois você vai acabar ficando doente.

Ao dizer isso, (seu nome) desliga a luz do quarto e liga apenas a iluminaria e em seguida se ajoelha na cama e posiciona-se atrás de mim. Nisso, eu sinto seus dedos tocarem os meus ombros com uma certa pressão, o que resulta em um pouco de dor. Desse modo, eu percebo que ela está iniciando uma massagem.

- Está tensionado, como eu imaginei. Provável que seja por ter dormido na cadeira. Isso acontece com frequência?

- Sim... Seguidamente eu pego no sono enquanto estou na frente do computador.

- E você não sente dor na musculatura? – Ela pergunta ainda massageando meus ombros.

- Não... Quero dizer, um pouco.

- Mas está tensionado, então deveria doer, só não está porque você está fazendo algo para amenizar a dor...

- O que você quer dizer com isso, (seu nome)?

- Eu sei que você está tomando relaxante muscular para alívio da dor e cápsulas de cafeína para se manter acordado o máximo possível. Eu encontrei os comprimidos enquanto estava preparando o café da manhã.

- (Seu nome)...

- Eu também me preocupo muito com você, Jake. – Ela volta a falar. – Por isso eu quero que você cuide da sua saúde física e mental. Desse modo, para começar, quero que você me prometa que vai parar de tomar essas coisas.

- Bom... Eu posso tentar reduzir...

- Jake... Estamos falando da sua saúde.

- Meu corpo já está acostumado... Principalmente com a cafeína, se eu parar subitamente, vou ficar em abstinência...

- Então me prometa que você vai começar a dormir todas as noites em um local confortável, vai parar de tomar os relaxantes musculares e vai reduzir a cafeína até conseguir parar de tomá-la.

- Está bem. – Dou um longo suspiro. – Eu prometo.

- Obrigada. Agora tira a camisa e deita de bruços.

Ao ouvir isso, eu olho para (seu nome) de relance, o que faz ela rir.

- Não precisa ficar com medo, Jake. É apenas para eu continuar a massagem.

- Você tem certeza que isso é mesmo necessário?

- Tenho. Me deixa cuidar de você, Jake.

- Tudo bem...

Eu tiro minha camisa e deito na cama conforme (seu nome) havia solicitado.

- Essa noite você vai dormir como um anjinho. – Ela comenta enquanto se posiciona na cama.

- Onde você vai dormir?

- Não se preocupe quanto a isso. Eu disse que essa noite você precisa se preocupar apenas consigo próprio.

Nesse instante, sinto as mãos macias de (seu nome) tocarem as minhas costas, o que faz um arrepio percorrer por toda a extensão do meu corpo.

Suas mãos, de forma habilidosa, deslizam pelas minhas costas e seus dedos pressionam com assertividade cada ponto tensionado, o que causa um pouco de dor e logo após um relaxamento indescritível.

- Alguém já falou que você tem mãos de fada? – Sorrio ao perguntar.

- Não... – Ouço ela sorrir. – Então posso presumir que você esteja gostando?

- Eu estou adorando.

A verdade é que ninguém nunca se preocupou comigo dessa forma e demonstrou não apenas com palavras, mas também com atitudes tamanha preocupação e cuidado para comigo. Eu não consigo nem encontrar palavras para agradecer tudo o que (seu nome) faz por mim, nem sei explicar a intensidade do meu sentimento por ela.

Cada toque dela em minha pele me causa uma sensação indescritível. Fecho meus olhos e pela primeira vez depois de muito tempo, me permito pelo menos por um momento, relaxar.

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