Capítulo 29

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Ainda surpresa, pego o acessório em minhas mãos e analiso-o de perto. 

Isso é inacreditável!

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Isso é inacreditável!

Ele está vivo! E ele quer se encontrar comigo! Mas o por que disso tudo, afinal? O que realmente aconteceu naquele dia em que ele foi atacado? Onde ele ficou desde aquele dia? Por que ele não disse nada a ninguém e só agora ele resolveu aparecer?

São muitas as dúvidas e eu sei que só obterei as respostas se eu ir ao encontro dele, conforme ele solicitou.

Entretanto, isso é muito perigoso. E se o Phil me seguiu e está esperando eu sair do hotel para no momento certo me atacar? Por outro lado, ele não sabe que eu vi um curativo em sua mão direita e o Aurora está aberto nesse momento, então é muito provável que ele esteja lá.

Eu ainda não estou acreditando que o homem sem rosto é o Phil... Ele esteve o tempo todo por perto, sendo extremamente colaborativo e gentil... Não tenho dúvidas que isso era apenas para obter mais informações e para não parecer suspeito, além de que os flertes eram apenas uma tentativa de me atrair para mais perto dele... Quando eu estive no Aurora pela primeira vez, ele me convidou para ir ao apartamento dele... Só Deus sabe o que ele iria fazer se eu tivesse aceitado. Mesmo eu tendo recusado, ele não desistiu, pois quando eu sai de lá, ele me seguiu até o esconderijo do Jake e simplesmente tentou me matar. Tudo isso é inacreditável, embora, faça sentido.

Agora eu preciso me decidir o que eu vou fazer com o Richy, afinal, ele está me esperando em frente ao hotel... Em relação ao Phil, eu preciso encontrar alguma prova contra ele, pois não vai adiantar em nada eu falar que cortei a mão do homem sem rosto e agora vi a mão do Phil cortada... Ele pode dar inúmeras razões pelas quais cortou a mão e será a minha palavra contra a dele, por isso eu preciso de alguma prova concreta.

Meus olhos se direcionam novamente para o boné do Richy. Depois eu penso nessa situação do Phil com calma... Eu sei que também serei forçada a entrar em contato com o Jake para contar isso para ele, afinal é importante ele saber a verdadeira identidade do homem sem rosto.

Mas isso depois, agora eu preciso que outras perguntas sejam respondidas. Vou até minha mala e pego uma faca que eu trouxe comigo da casa da Lilly e escondo ela em meu corpo. Logo em seguida, saio do meu quarto e paro em frente ao hotel. Olho para o outro lado da rua e vejo o banco indicado no bilhete, entretanto, não há ninguém nele, nem nas redondezas.

Respiro fundo e atravesso a rua. Olho em minha volta e não vejo ninguém, desse modo, me aproximo do banco com cuidado.

Alguns segundos depois, ouço um barulho vindo de trás de uma árvore e meus olhos imediatamente se direcionam para o local. Nisso, vejo um homem se aproximar de mim e eu coloco minha mão na faca enquanto observo-o. Ele está usando um moletom cinza e está de capuz. Quando ele chega perto de mim o suficiente para eu ver o rosto dele, tiro minha mão da faca e meus olhos se enchem de lágrimas.

- Richy... – Falo em um sussurro e vou em direção a ele e abraço-o com força.

(Seu nome)! – Sinto os braços dele me envolverem em um forte e longo abraço.

Depois de um longo e apertado abraço, Richy e eu desfazemos o mesmo, mas permanecemos próximos um do outro. Com os olhos ainda cheios de lágrimas, eu levo minha mão até o rosto de Richy e passo meus dedos pela sua bochecha.

- Richy... É mesmo você... – Sorrio olhando para o rosto dele enquanto algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto.

- Que bom que você veio, (seu nome). – Ele sorri ao me olhar. – É muito bom ver você.

- Eu quem digo isso, afinal, eu pensei que você... – Eu olho para o chão no mesmo instante que meu sorriso desaparece e minha voz diminui o tom. – Tivesse morrido...

- Ei... – Richy coloca a mão em meu queixo e levanta minha cabeça, fazendo com que eu olhe para ele. – Eu estou bem. E vivo, como você pode ver.

- Afinal, quem te atacou naquele dia? O que aconteceu com você? Onde você esteve nesse tempo todo? Por que você não falou nada para mim, nem para o pessoal? Como você sabe que eu estou no hotel? – Levo minha mão até a cabeça. – Ai, meu Deus, são tantas perguntas... E você me deve uma boa explicação para cada uma delas. Mas agora nós precisamos sair daqui. Não é seguro ficarmos aqui, de noite, ao lado da floresta. Vamos até o meu quarto, lá estaremos seguros e...

- Calma, (seu nome)... – Richy sorri e coloca a mão em meu ombro. Eu vou te explicar tudo. – Ele fica sério e respira fundo. – Algumas coisas você não vai entender, já outras, espero que um dia você possa me perdoar...

- Do que você está falando? – Olho confusa para ele, mas ele permanece em silêncio. – Vamos entrar no hotel, lá você me conta tudo, Richy.

- Eu não posso... As pessoas não podem me ver... Ninguém sabe que eu estou vivo. Eu apenas me revelei para você, (seu nome).

- O que? Por que disso tudo?

- Para tudo tem uma explicação... Além de que nem sempre as coisas são o que parecem ser...

- Aquela mensagem que eu recebi de um número desconhecido... Foi você! – Fico boquiaberta.

- Sim... Fui eu. Eu queria que de alguma forma você soubesse que eu estava bem, mas eu não podia falar isso diretamente...

- Por que não?

- (Seu nome)... – Ele fecha os olhos por alguns instantes e respira fundo. – Eu forjei aquele ataque. – Richy me olha.

- Você o que? Eu não estou acreditando! Por que você fez isso? Você tem noção do quanto eu chorei e fiquei desesperada?

- Eu sinto muito, (seu nome)... É por isso que eu estou escondido e ninguém pode saber da verdade.

- Por que você fez isso?

- Algumas coisas você só vai entender daqui a pouco... E não serei apenas eu quem vai te explicar...

- Como assim? O que você quer dizer com isso?

- Eu sinto muito, (seu nome). – Ele me abraça com força. – Não se assuste, por favor. – Ouço ele dizer próximo do meu ouvido.

- Do que você está falando? – Pergunto, mas Richy permanece em silêncio me abraçando.

De repente, eu ouço passos vindo da floresta e, por cima do ombro do Richy, eu vejo se aproximando lentamente a pior coisa que eu poderia ver em toda a minha vida.

- Richy, a gente precisa sair daqui. Agora! – Falo desesperada tentando me soltar dos braços dele. – É o homem sem rosto, Richy! Ele vai nos pegar! Vamos sair daqui!

Eu falo apavorada quando vejo-o me encarando e chegando cada vez mais perto de mim. Agora, o pânico está tomando conta de mim por completo e eu começo a dar socos nas costas do Richy, enquanto peço para ele me soltar e fugirmos, mas ele me abraça com ainda mais força.

- Não tenha medo, (seu nome). – Richy sussurra e segura meus braços com força, me mantendo perto dele, impedindo que eu fuja.

Nisso, eu vejo o homem sem rosto bem na minha frente com um pedaço de tecido em sua mão.

- Socorro!

Isso é tudo o que eu consigo gritar instantes antes do homem sem rosto colocar aquele pano no meu nariz e boca e eu sentir um cheiro extremamente forte invadir minhas narinas. Aos poucos, minha visão começa a escurecer e eu percebo que meu corpo está perdendo as forças. Eu sinto Richy segurar minha cintura com força e de repente, a escuridão toma conta de mim por completo.

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