Morte

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Morte

Quando Yuna acordou, apercebeu-se que se encontrava num sítio fechado e abafado.

Era escuro, e o pouco ar que flutuava estava repleto de pó de terra.

A jovem estava exausta, cansada e os seus ossos e músculos estavam exageradamente pesados.

Custava-lhe a levantar, por isso, permaneceu sentada no seu canto da gruta.

Ao fundo, encontrava-se uma luz forte, indicando uma possível saída.

Embora estranho, Yuna entendia que para ninguém ter tentado fugir por ali, se tratava de uma espécie de armadilha.

À sua volta, cerca de 20 jovens, sendo que todos eram os únicos sobreviventes da equipa vencedora, encontravam-se na mesma situação:

Assustados, sujos e esfomeados.

"Onde estás, Kai?", Perguntava-se a si própria.

Apesar do escuro, os olhos de Yuna foram-se habituando, e depois de vários esforços, a jovem conseguiu reconhecer Kai abraçado à sua irmã, Alma.

Rapidamente um alívio espalhou-se pelo seu corpo, à medida que se dirigia a este.

O lobo-da-neve encontrava-se sujo com poeira e manchas de sangue, e o seu corpo emagrecera minimamente.

Dormia, abraçado fortemente à sua irmã.

Para o acordar, Yuna tocou-o levemente.

Ao sentir o seu toque, o rapaz acordou furiosamente pronto para se defender, e algures nos seus olhos escuros determinados, a jovem via não fúria nem alerta, mas apenas medo.

Ao reconhecer Yuna, abraçou-a enquanto esta lhe acariciava o pescoço.

- O que nos vai acontecer, Yuna? - Perguntava com uma voz tremida aterrorizada.

- Não sei, mas vamos conseguir Kai, eu sei que sim.

Ambos ficaram abraçados, no silêncio.

- O que é aquilo? - Perguntou, apontando para a luz.

-Parece-me uma espécie de saída desta gruta, mas cheira-me a armadilha.

- Estás a brincar Yuna? É capaz de ser a nossa única oportunidade de sair daqui e tu e estas pessoas ficam aqui quietas a olhar para o vazio?

O rapaz rapidamente arranjou forças e começou a correr em direção à luz.

- Não Kai! Não vás! - Gritava Yuna.

Os outros jovens olhavam para Kai, com caras de esperança de que aquilo se tratasse de facto de uma saída.

O rapaz acelerava agora a sua corrida, e ao chegar ao limite, bateu contra uma espécie de barreira invisível enquanto o seu corpo era electrizado.

Yuna entrou em estado de choque.

Corria em direção do seu amigo que morria devido a um feitiço mortal.

Ajoelhou-se perto da sua cara.

Gritava por ajuda, mas os outros jovens viravam a cara com vergonha e desapontamento.

Alma já se localizava a chorar, com a cabeça deitada no peito do seu irmão.

Sentia-se tão frágil e incapacitada para o ajudar.

Pegou na pedra azul do mercado da sua tribo, e começou a orar umas palavras que a sua avó lhe ensinara para curar feridas.

Yuna concentrava toda a sua energia naquelas palavras, enquanto pegava na pedra que rezava para que lhe ajudasse.

Yuna: A Pedra SagradaOnde histórias criam vida. Descubra agora