Roubo

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Roubo

-Estamos mortos. – Afirmava Kai, num tom nervoso enquanto caminhava em círculos.

Ao acordar, Yuna explicara-lhe o sucedido, a visão que o Hazardiano provocara e como este tinha sido salvo pela criança da Tribo Exótica.

- Nãos estamos nada! – Afirmou Yuna, tentando acalmá-lo.

- Ai não? Então diz-me como vamos sobreviver a sereias esfomeadas?- Perguntou num tom preocupado e irado.

- Estamos a tratar disso, - disse, apontando para o grupo de jovens a discutir um plano de fuga num dos cantos da divisão.

O jovem olhou para o grupo, e dentro deste, reconheceu Tiko, o rapaz que lhe explicara tudo a cerca da pedra de Yuna.

- Tiko? – Disse ao aproximar-se deste.

-Olha quem é ele! Finalmente acordaste dorminhoco. Precisas de alguma coisa?

Yuna nunca vira um Raposo tão alegre e positivo como Tiko em toda a sua vida.

- Sim. Qual é o plano de fuga?

O rapaz olharia para Kai, e após uma pequena pausa, afirmou:

- Ainda não chegámos a uma conclusão certa, mas estamos a ponderar a hipótese de a prova se localizar na montanha Cimera.

Kai lembrou-se das lendas que costumavam contar na sua tribo relativamente a esta montanha.

Segundo a lenda, a Deusa Cimera, construíra uma montanha cheia de plantas e árvores com frutas, animais para caçar e um lago com água fresca, com o objetivo de auxiliar os navegantes que passassem pelo Mar Negro, visto que rapidamente se tornariam comida aos olhos das sereias e de outras criaturas marítimas.

         No entanto, os outros Deuses, zangados por Cimera ter feito isto sem a sua permissão, lançaram uma maldição contra a montanha.

A partir daquele dia, a montanha tornara-se um lugar sombrio e inabitável, sendo que, segundo a lenda, quem se atrevesse a pisá-la, nunca mais sairia.

- A montanha de Cimera? – Perguntou mais alto do que queria.

- Sim.- Disse Tiko, determinado.

- Agora sim estamos mortos. - Disse preocupado.

- Tem calma, não me deixaste acabar. – Afirmou. - Os sobreviventes da Tribo Escura, vão-nos dar cobertura e proteger-nos das sereias, controlando a água.

Kai olhou para Tiko, indeciso e inseguro quanto ao plano.

- E depois? – Perguntou num tom preocupante.

- Ainda não decidimos ao certo, mas o mais correto a fazer será nadar até à… – Fez uma pausa - Capital do Império.

Capital do Império.

Era conhecida pela quantidade de Hazardianos e outros servos de Hazard que circulavam as suas ruas, matando, roubando, e violando vidas inocentes, para não referir que se tratava do centro do Império.

- Estás maluco? Isso seria suicídio! – Exclamou Kai.

- É a nossa única hipótese. Tens alguma sugestão? – Perguntou num tom ligeiramente irritado.

Kai calou-se. Embora quase impossível de concluir, era a única forma de fugirem e sobreviverem.

***

No fim do dia, Yuna encontrava-se sentada a um canto do quarto, com a única sobrevivente da Tribo Exótica a dormir ao seu lado, com a cabeça encostada no ombro desta.

Estava ansiosa, e com um nervosismo impossível de controlar.

Queria sobreviver, e prometera a si própria vingar a morte da sua família.

Apesar do plano ser demasiado simplificado e um pouco mal explicado e planeado, era possível, e isso era tudo o que Yuna precisava para ganhar esperança.

Há uns dias atrás, antes da última prova, Kai transformara a sua pedra num colar, prendendo-a a um fio frágil e quase invisível. 

Era prático e útil, e Yuna ficara muito agradecida.

Yuna parou para pensar que, de momento, tinha mais probabilidades de sobreviver, visto que entendia melhor a sua arma, que provara ser mais do que útil inúmeras vezes.

Mas foi quando levou a mão à zona do seu pescoço, que reparou, infelizmente, que a pedra fora roubada.

          

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⏰ Última atualização: Jun 18, 2015 ⏰

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Yuna: A Pedra SagradaOnde histórias criam vida. Descubra agora