"O barril"-PARTE 1

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Enquanto todos na festa questionavam entre si a recuperação mental de Finn, ele observava a chuva fina pela janela do saguão de festa da mansão onde morava. Ele sabia oque as pessoas diziam, mais não se importava, pois ele mesmo questionava sua sanidade e ainda duvidava que pudesse ter uma vida normal. Depois da morte de sua mãe e namorada em um acidente de carro causado por sua embriaguez, a culpa o levou a loucura e ao atentado a própria morte. Foi internado em um hospício recomendado pelo medico da família e o pai com medo de perder o filho aceitou.

Finn ficou internado por três anos. Pelos relatórios médicos estava curado e o liberaram. Ele foi contra e quis ficar, disse ter pesadelos terríveis e temia uma recaída, mas seu pai insistiu e ele foi para. O contato direto com a morte, primeiro perdendo duas pessoas amadas e depois com a tentativa de suicídio o deixou sensitivo.

ERIC: ei, oque você ta fazendo?  Você não pode ficar isolado na sua festa de boas vindas. As pessoas que estão aqui te amam e querem te ver feliz, muitos você não vê muito tempo, vamos lá. -disse pai abraçando-o

Finn: tudo bem, mas estou um pouco cansado, e em algum tempo vou me deitar.

Eric: parece-me uma boa ideia filho, mandei arrumar o quarto do jeito que você gosta e vai te fazer bem dormir em um ambiente alegre, bem diferente do hospital.

Os dois saíram abraçados em direção aos convidados que os receberam com alegria. Finn conversou com amigos e parentes relembrando momentos de felicidade do passado. O ambiente era de festa e alegria, que parecia que todos haviam esquecido as tragédias ocorridas com o pobre rapaz. 

Finn subiu para seu quarto e olhou com grande surpresa a beleza da decoração que seu pai mandara fazer. A parede pintada de preto, pôsteres de bandas que era sua paixão e pela qual passava horas escrevendo musicas. Uma cama de casal e uma televisão gigantesca se destacava bela beleza.

Deitou-se com o ar gelado tocando nele. Abriu os olhos e estremeceu, estava de volta no hospício. Perguntas sem respostas giravam em sua cabeça. Acabou por decidir que sua liberação, a festa e seu quarto não passavam de um sonho provocado pelo desequilíbrio mental e chorou virado para a parede.

Um grito vindo do lado de fora olhe chamou a atenção e olhando em volta percebeu que algo estava estranho. Algo não estava coerente com a realidade. Tentou abrir a porta do quarto, mas ela estava trancada, então começou a bater. Em alguns instantes a pequena janela de metal se abriu.

NOAH: Finn, que bom te ver. -disse o homem do lado de fora

FINN: Noah, te internaram de novo?  você foi liberado há tantos meses.

NOAH: Você sabe, uma vez aqui, a gente nunca mais sai.

FINN: Deixe-me  sair.

NOAH: Claro vamos dar uma volta no pátio.

Noah era o único amigo de Finn no hospício, apesar da diferença de idade entre eles os dois se davam muito bem. Havia sido internado depois do desaparecimento da esposa que supostamente havia fugido com boa parte de sua fortuna. Ele era um grande produtor de cachaça e sua esposa cuidava das finanças do negocio ate que ela desapareceu com o dinheiro quase levando Noah a falência.

A porta do quarto se abriu. Noah sorriu momentaneamente, mas agora seu rosto expressava dor. Por trás dele apareceu uma mulher e lhe agarrou pelos cabelos. Ele tentava respirar, mas não podia, a dor era insuportável e sangue saia de sua boca.

Finn não pôde ver a ponta de metal saindo do peito do amigo. Olhava tudo com terror e tentou se afastar, mas foi impedido pelas paredes do quarto. Não tinha para onde ir e estava com medo. A mulher misteriosa que assassinara seu amigo o deixou no chão. Seu rosto voltado para Finn ainda expressava dor, mas pelos olhos ele notou que não havia vida em seu amigo e ele gritou aterrorizado. Ela por sua vez andava lentamente em direção a sua nova pressa que continuava gritando com os olhos fechados, pois não podia suportar a situação de terror. Ele sentiu mãos segurando-lhe os braços e escutou uma voz conhecida, era seu pai.

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