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Rafaela invade o quarto de Brunna com os olhos arregalados e assusta Ludmilla que estava deitada na cama.

- Ludmilla, você tem coisa para vender? - pergunta.

- Tenho, sobraram alguns de ontem. Por quê?

- Os maconheiros do andar de baixo chegaram, vai lá em baixo com tudo o que você tiver em uma hora. Vão estar tudo com larica. - fala afobada arrancando uma risada alta da mais velha.

- São em quantos?

- Sete.

- Vou fazer um bolo e tirar mais dinheiro deles. - sorri de forma diabólica e as duas riem animadas.

- Do que estão rindo? - Brunna pergunta entrando com Cecília nos braços, tinha ido pegar um biscoito para a menina.

- Os maconheiros chegaram e vão enriquecer a Ludmilla. - Rafaela aponta para a mulher que continua a rir.

- Ganhou na loteria por ter vizinhos maconheiros, Ludmilla. - Brunna entra na brincadeira.

- Espera, como você sabe que eles chegaram?

- Me mandaram mensagem perguntando se você tinha pão. - balança o celular fazendo Brunna a olhar desconfiada.

- Por que você tem o contato deles?

- Um deles queriam me beijar a um tempo e conseguiram meu número, mas eu não quis. - resume. Brunna afirma com a cabeça e Cecília joga o corpo para o chão indicando que queria descer.

- Vocês acham vinte reais muito caro para cobrar por um bolo simples?

- Não, arranca dinheiro desses maconheiros safados. - Brunna dispara. Em questão de segundos, Ludmilla e Rafaela riam.

Ludmilla se levanta da cama, arruma o short que usava e anda até Brunna dando um beijo em Cecília que estava irritada por estar no colo.

- Ficam de olho nela? - pergunta.

- Claro que sim, vai lá mulher.- a mais velha lança uma piscadela em sua direção, colocando Cecília no chão e segurando suas mãozinhas gordas.

Ludmilla sai apressada para a cozinha iniciando a preparação do bolo. Tinha apenas três pães e isso não renderia muito para sete pessoas, por isso ela faria o sacrifício de fazer um bolo. Menos de uma hora e meia depois, Ludmilla já voltava com cinquenta reais e sem nenhuma comida que tinha levado, ela estava radiante.

- Gente boa. - Ludmilla elogia guardando o dinheiro em sua carteira.

- Não fala isso perto da mãe, se ela ouvir isso te dá uma panelada. - Rafaela alerta ajudando Cecília dar alguns pulinhos.

- Por que?

- Uma vez ela discutiu com eles por estarem fazendo merda aqui no corredor, agora ela criou um ódio mortal por eles. - contém uma risada divertida.

Ludmilla fica pensativa por alguns segundos sabendo que aquilo era a cara de Brunna fazer uma coisa desse tipo. Rindo baixinho, ela vai até o banheiro lavar as mãos e volta para a sala ouvindo Cecília falar "auau", apontando para a televisão onde passava a patrulha canina.

Quando Brunna se junta a elas, a mulher se joga no sofá soltando um grunhido alto transparecendo a frustração e raiva que sentia naquele momento, após ter recebido uma ligação da sua equipe falando que tinham feito merda, para variar.

- O que foi? - Ludmilla questiona encostando a cabeça no estofado do sofá.

- O pessoal errou de novo e eu tive que arrumar. - Brunna tinha um bico irritado nos lábios.

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