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Ludmilla tinha conseguido uma entrevista na empresa que Brunna tinha dito e a mulher finalmente tinha conseguido uma equipe tão esforçada quanto ela. Era uma manhã de terça feira, Brunna estava de frente para Ludmilla arrumando a gola da camisa social que a mulher usava, sem deixar de sorrir abobalhada vendo o quanto linda ela ficava de terno.

- Estou bem? - ela pergunta com a voz carregada de nervosismo.

- Você está maravilhosa. - sorri orgulhosa deslizando os dedos pelo blazer que caía tão bem em seu corpo - Vai querer tomar café?

- Estou nervosa demais para comer. - confessa.

- Respira fundo, não precisa ficar nervosa porquê você vai arrasar nessa entrevista. - aproxima seus rostos para selar seus lábios com carinho - E se depender da aparência, você já estará contratada. Com esse terno você está a mulher mais linda do mundo, não que não seja em outros dias. - Ludmilla sorri envergonhada, abaixa o olhar e segura a mão de Brunna.

- Obrigada por sempre me apoiar. - leva a mão da mulher até seus lábios, deixando um beijo ali.

- Sempre vou te apoiar. - cochicha sorrindo abobalhada - Vamos ou iremos nos atrasar. - solta a mão de Ludmilla com gentileza para voltar a ajeitar o blazer.

Enquanto Ludmilla estiver na entrevista, Rafaela ficaria com Cecília sendo necessário a garota faltar na aula pois os horários não batiam. Nem precisa comentar que a garota amou a ideia de ficar em casa, apenas cuidando da bebê que dormiria a maior parte da manhã.

Trocando mais um beijo rápido e cuidadoso para não borrar a maquiagem, elas saem do quarto segurando seus pertences, adentram o quarto da adolescente para se despedir deixando um beijo na testa de cada menina antes de saírem do apartamento.

Momentos depois, estacionando na frente do prédio da entrevista, Ludmilla respira fundo e tira o cinto de segurança.

- Vai lá e arrasa. - Brunna fala - Estarei aqui te esperando, tudo bem?

- Certo. - sorri encontrando calmaria nos olhos amendoados - Eu vou arrasar.

- Isso ai, amor. - ergue a mão para que um high five. Assim que Ludmilla bate em sua mão, ela entrelaça seus dedos e se inclina para encostar seus lábios - Boa sorte.

- Obrigada. - murmura respirando fundo para inalar seu perfume, passando a se sentir confiante.

Segurando a bolsa preta, Ludmilla lança um último olhar para Brunna antes de descer do carro, arrumar o blazer e caminhar com sua postura impecável de sempre. Brunna suspira apaixonadamente sentindo a fragrância de Ludmilla ficar no carro.

Observando a mulher até ela sumir de vista, Brunna saca seu celular para responder alguns emails pendentes, responder algumas mensagens do dia anterior. Levantando a sobrancelha ao ver uma mensagem de sua mãe questionando se ela estava namorando uma mulher, Brunna abre a conversa mandando apenas um "sim, estou" sabendo que sua mãe não entenderia a etapa de relacionamento que Ludmilla e ela estavam, além de não querer falar que Ludmilla era apenas sua amiga.

Apreensiva esperando uma resposta, Brunna prende a respiração. Sua mãe tinha quase sessenta anos, havia nascido em uma época diferente e provavelmente poderia ter alguns preconceitos, era assim que ela estava esperando, até chegar um áudio de vinte segundos.

"Oh minha filha, por quê você não apresentou ela para o seu pai e eu? Queria conhecer a sua namorada, eu vejo as fotos da Rafa com uma menininha e perguntei de quem era, ela falou que era de uma amiga sua mas vi que elas se parecem muito então percebi que a bebê era filha dessa moça, queria muito as conhecer."

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