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A melhor parte depois de um dia cansativo e conturbado é encontrar aquela paz que você só encontra quando está nos braços da pessoa que você ama. Não existe sentimento mais gostoso que esse, como se o mundo estivesse todo ali e você simplesmente não precisasse de mais nada pois tudo o que você necessita está ali, ao seu lado te abraçando.

Ludmilla e Brunna se encontravam abraçadas no centro da cama, ambas olhando para a televisão mas não prestando atenção no que passava na tela. Brunna pensava no que tinha acontecido mais cedo, ela tinha chamado Cecília de filha com tanta naturalidade que só se deu conta horas mais tarde, nem mesmo Ludmilla parecia ter notado aquilo. Ela também pensava no que tinha com Ludmilla, elas nunca tinham falado sobre sentimentos ou perguntado o que eram mas de uma coisa Brunna tinha certeza, Ludmilla tinha fortes sentimentos por si.

Tomando uma decisão radical, movida pelos sentimentos que tinha no peito, Brunna respira fundo subindo o olhar para o rosto de Ludmilla que era iluminado pela claridade da televisão.

- Ludmilla. - a chama baixinho, tentando não aparentar nervosismo. Atendendo ao seu chamado, Ludmilla sai dos seus devaneios e olha em seus olhos - E-eu... - gagueja e aperta os lábios envergonhada. Não sabia como dizer aquilo - B-bom... - começa a se sentir uma idiota. Parecia uma adolescente.

- Aconteceu alguma coisa? - Ludmilla questiona a olhando com atenção.

- Você quer namorar comigo? - dispara. No primeiro instante, Ludmilla fica sem reação mas logo seu rosto vai se transformando em uma expressão de felicidade.

- Você quer que eu seja sua namorada? - pergunta não acreditando no que estava ouvindo.

- Quero muito. - balança a cabeça ansiosa por sua resposta. Sendo surpreendida por um beijo apaixonado, Brunna sente ir as nuvens junto com Ludmilla.

- Sim. - sussurra contra seus lábios, sem conseguir controlar o sorriso que insistia em aparecer em sua boca - É claro que eu quero.

Sentindo ser inundada por sentimentos bons, Brunna aperta Ludmilla contra seu corpo e a beija com todo o amor que sentia pela aquela mulher. Nos seis meses que Ludmilla estava morando ali, ela não acreditava que a mulher ficaria muito tempo ali mas naquele momento, já não via seu futuro sem ela fazendo parte dele.

Sentindo-se genuinamente feliz, Ludmilla encosta sua cabeça ombro da mais velha sentindo seu coração martelando no peito pelo pedido de poucos minutos atrás. Soltando uma risadinha gostosa, ela afunda seu fosto no pescoço de Brunna e a sente suspirar, levar uma mão até seus cabelos e começar os acariciar.

Sentindo necessidade de falar mais uma coisa, Brunna suspira.

- Ei, eu chamei a Cecília de filha mais cedo. - relata sentindo os olhos claros pararem sobre seu rosto, mais uma vez.

- Eu percebi. - sorri com doçura.

- Você não está brava ou chateada?

- Por que eu ficaria? Foi a coisa mais pura e natural que eu já vi. - leva sua mão até o rosto de Brunna, o acariciando com delicadeza - Se você quiser a chamar assim, eu não me importo. É apenas uma maneira carinhosa de demonstrar que você a ama. - mexe os olhos tirando a mão do rosto da mulher apenas para entrelaçar seus dedos - E é fofo.

- Fico mais aliviada com isso, saiu sem eu perceber. Talvez seja por ela ficar falando "mamãe" sempre que me vê. - ri fraco sentindo um carinho em sua mão.

- Ou por me ver chamando ela de filha, ai você teve a mesma reação com ela vendo a Rafa te chamando de mãe. - brinca beijando seu ombro.

- É, verdade. - balança a cabeça com um ar risonho. Sentido Ludmilla relaxar em seus braços para segundos depois bocejar, ela percebe que a mulher estava com sono - Se quiser, pode dormir.

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