CAPÍTULO I

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 Liss

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 Liss

O sol invadiu meu quarto pela manhã, iluminando todo o ambiente. Devo ter esquecido de fechar as cortinas ontem. Além da minha cama, a mesa de estudo e um closet enorme, não havia quase nenhuma decoração, eu curtia um conceito mais clean. Roupas, sapatos, acessórios e bolsas, eram definitivamente a minha praia. Seguia da filosofia de quanto mais, melhor. Todas as vezes que parava para observar o closet, um orgulho se instaurava e preenchia todo meu coração. Deu trabalho conseguir manter tudo organizado e o mais importante... Atualizado.

Com um gosto amargo na boca, levantei da cama e olhei minha aparência no espelho. O próprio walking dead. Cabelo bagunçado, maquiagem totalmente borrada e roupas fedendo a álcool. Isso tudo significava que a festa de ontem estava muito boa. Memórias? Não tenho. Apenas fragmentos. Espero não ter feito nada muito vergonhoso. Fiz um lembrete mental para perguntar a galera depois.

Caminhei até o banheiro para tomar um banho e voltar a ser humano. Depois de por roupas limpas, desci para cozinha, pois estava morrendo de fome. Meu quarto ficava no segundo andar da casa. A cozinha, sala de estar e o quintal ficavam no primeiro andar. Com belos sofás e poltronas de couro italiano, com alguns outros móveis de cor preta e dourado, belos ornamentos e estátuas espalhadas. Uma enorme parede ia do chão ao teto em vidro, e dava uma visão integral da piscina e quintal com churrasqueira gourmet.

- Bom dia, Liss. Chegou tarde ontem.

Meu irmão, João, o mais velho, é solteiro, e precisa trabalhar para viver. Não gosta de se divertir, e também não namora, ou melhor, a namorada dele se chama Sra. Emprego da Minha Vida. Tomei iniciativa de apelida-la de "Vida". Achei fofo.

No geral, ele é um bom irmão. Sempre atencioso e gentil, e claro, muito controlador. Tudo deve estar a maneira dele. Isso é irritante.

- Bom dia, João. Gosto mais de você quando não esta se intrometendo na minha vida, irmão. - Com um sorriso debochado, passo por ele.

Sigo minha missão de chegar à cozinha e comer algo. Sinto que vou desmaiar de sono a qualquer momento.

- Liss!!! - Theo chamou.

Meu outro irmão. Ele é mais quieto e um pouco tímido. Mas, se mexer muito com ele, explode. O pavio é bem curto. Por isso, não me atrevo a ir longe demais nas brincadeiras. O lado bom é que não é intrometido, como o João, por exemplo.

- Theo, por Deus... Não me assusta assim! - Com a mão, dou tapinhas no peito para tentar me acalmar. - Isso é alguma espécie de encontro marcado? E será que da para falar mais baixo?

- Você não está com uma cara muito boa. Como está se sentindo?

- Querido irmão, não estou nada bem. Preciso comer algo rápido.

- Sobraram alguns pães do café da manhã. - Ele aponta para os pães em cima da mesa.

Estava me sentindo bem melhor depois de por algo no estômago. Parece que a vida estava retornando para meu corpo, mesmo sabendo que terei dor de cabeça mais tarde.

- Theo, cadê o papai?

- Liss, se esqueceu? O papai foi em uma viagem de negócios.

- Ah, verdade. - franzi a sobrancelha enquanto tentava me recordar.  

Como uma espécie de premonição, depois que Theo comentou sobre a viagem, um arrepio percorreu todo o meu corpo, me fazendo parar e fitar o vazio. Fui tomada por uma sensação muito estranha. Não pode ser ressaca, nunca me senti assim. Enquanto comia o resto do pão em minhas mãos, a sensação ficava cada vez pior. Até que algo chamou a minha atenção.

- É o João falando... Sim, sou filho dele. Uhum. Ele estava nesse voo.

Theo e eu, corremos em direção a sala aonde João estava ao telefone.

- Sim! Sim! Confirmo todas as informações. O que aconteceu senhor?

A notícia que nunca esperei receber, nem sequer imaginei, chegou. Meu mundo parou. Depois virou de ponta cabeça, e parou novamente. Perdi o chão, e tudo que acreditava ser meu alicerce parecia fraco e ruía. Uma parte de cada vez. Lentamente eu desmoronava sem nada a que me agarrar. Esse processo era doloroso para meu cérebro acompanhar.

- Meu pai? Se foi? - Com o rosto em branco, meu irmão olhou para nós. As palavras que ele proferiu em seguida, foram mais dolorosas do que mil facas enfiadas na minha pele. E o meu maior desejo depois de ouvi-las, era de que isso não fosse verdade.

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