Capítulo 6 - III

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Adam nunca disse nada sobre Cas para ninguém, e ele nunca mencionou seu nome em torno de Dean novamente. Dean estava feliz por isso, feliz por Adam tê-lo ouvido e respeitado. Ele era um garoto bom e forte. Mas isso não significava que as coisas iriam melhorar só porque alguém não saiu correndo pra contar sobre onde Dean gostava de colocar seu pau.

Os dias estavam quentes, o ar estava pegajoso e eles passavam a maior parte do tempo caminhando pela selva e grama alta. Sempre vigilantes, vigiando suas costas e onde pisavam, envoltos em uma teia de constante estado de paranóia. Todos estavam tentando permanecer vivos para que pudessem voltar para casa.

Porém, Adam ficou perto de Dean, não só porque Dean era o único que realmente falava com ele, mas todos gostavam de manter distância dele no campo porque ele ainda era muito novo para ser confiável, um alvo muito fácil.

Eles caminharam ao longo da orla da floresta à sua esquerda, um campo vazio à sua direita, e Adam não parava de falar sobre os mosquitos que picavam seu pescoço.

— Você vai parar de reclamar? — Dean estalou e o empurrou por trás. Adam tropeçou e deu um tapa na sua nuca enquanto se virava para olhar para Dean.

— Eu não quero pegar nada deles. Quem sabe que tipo de doenças existem aqui?

Dean apenas balançou a cabeça e apressou Adam, ajustando seu aperto na sua M-16.

Eles não encontraram nada pelo resto do dia, e Henrikson disse-lhes para descansarem assim que o sol tivesse desaparecido atrás do horizonte.

Tinha esfriado um pouco, mas os insetos eram piores à noite, e Dean teve que lidar com Adam resmungando para si mesmo e reclamando baixinho até que o garoto se cansou o suficiente para rolar sua cama e se deitar. Dean estava sempre no turno da noite agora - Henrikson atribuiu isso a ele permanentemente quando percebeu que Dean nunca dormia o suficiente, mas podia funcionar com poucas horas. Ele ficou em pé perto dos outros, batendo ritmos distraidamente na coronha de sua arma, esquadrinhando a selva e passando os olhos sobre os outros. Alguns não dormiram; eles jogavam cartas ou escreviam cartas, amontoados ao redor das lâmpadas em grupos. A maioria dormia, se contorcendo e gemendo, ou reclamando sobre como ficar confortável.

Dean era o que mais observava Adam, ele sabia. Não era seu trabalho cuidar especialmente dele, mas algo o determinou a levá-lo para casa inteiro para sua mãe. Ele fingiu que não queria lidar com as repercussões da alternativa, mas, com toda a honestidade, foi uma decisão inconsciente cuidar de Adam. Seus instintos fraternos assumindo o controle, ou algo assim.

Adam bufou em seu sono e rolou, jogando um braço sobre o rosto, e Dean sorriu, tirando o capacete da cabeça e coçando o cabelo. Olhando em volta, ele o prendeu contra o joelho e pegou a fotografia, desdobrando-a, alisando as bordas e rugas. Ele não conseguia ver muito bem na escuridão da selva, mas havia memorizado há muito tempo. O doce sorriso de Cas. O sorriso que ele só usava para Dean, o sorriso que dizia tantas coisas com apenas um pequeno indício de dentes, olhos azuis grandes e sinceros. Ele provavelmente tinha falado com ele antes de ser fotografado, mas Dean não conseguia se lembrar com certeza. Ele só sabia que era a sua favorita.

Ele correu o polegar sobre a fotografia, inclinando a cabeça para trás e olhando através dos galhos das árvores acima dele, o céu completamente obscurecido a vista. Ele olhou de volta para a fotografia e dobrou-a antes de colocá-la de volta no capacete. Ele colocou o capacete de volta na cabeça e ajustou a arma, retomando sua vigilância.

Alguém veio substituí-lo algumas horas depois, e quando ele voltou para perto de Adam, ele decidiu dormir sentado. Pela primeira vez em alguns dias, ele estava cansado e se encostou em uma árvore, a mochila atrás dele. Ele fechou os olhos e se deixou cair no sono.

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