Capítulo 9 - II

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De volta ao restaurante, a comida de Balthazar tinha chegado e o homem loiro estava pairando-a em sua boca, fazendo uma pausa na história.

— Isso não pode ser o fim.

— Dificilmente. — Balthazar conseguiu dizer depois de mastigar um pouco. Ele olhou para Dean. — Nós ainda não tínhamos conhecido ela.

— Ela?

O nome dela era Meg, e quando ela falou, sua voz era um lento sotaque sulista, como xarope sendo derramado de uma jarra branca cremosa. Eles a conheceram em um clube depois que se mudaram, e Cas foi levado como uma mariposa para uma chama.

— Eu acho que ela o lembrava de você. — disse ele, mastigando um chip de tortilha e limpando a garganta. — Havia algo muito imprudente sobre ela. Claro, não sabíamos até então o que era. Nós apenas pensamos que ela não tinha escrúpulos sobre os riscos.

Quando eles conheceram Meg, Balthazar e Cas estavam dormindo juntos com uma constância suficiente para serem chamados de casal. Isso não surpreendeu Dean nem um pouco. Balthazar se divertiu no início - Cas estava realmente seguindo em frente. As pessoas estavam certas e ambos estavam prosperando em San Francisco. Eles podiam se beijar em público, ficar de mãos dadas, e parecia que estava tudo bem se você fosse casto o suficiente sobre isso. A baía era um porto. Na rede de segurança de sua comunidade, o amor era a economia. Eles foram a bares, clubes, foram dançar, conheceram pessoas. Eles ouviram coisas, mas pairaram no limite. Cas era monogâmico demais para saunas e não queria pegar nada.

— Não tínhamos planejado ficar para sempre. A Faculdade de Medicina Davis foi aberta em '66 e Cas queria voltar eventualmente, mas não foi bem assim que acabou sendo, eu acho.

Dean assentiu vagamente. '66. Ele se lembrou de ter visto algo sobre isso no jornal. Cas tinha alimentado a idéia de ir mais a sério do que as outras faculdades de medicina, apesar de não ter o privilégio de idade ou estima. Dean queria que ele fosse para um lugar melhor.

Eles começaram a encontrar Meg cada vez mais; ela fazia parte daqueles filhos das flores perdidos, os restos do movimento pela paz que ficara cada vez menor e se deslocou para San Francisco como o resto dos párias. Sua multidão era selvagem e imprevisível, mas Cas tinha ficado intrigado com ela. Ela era tão linda, ele diria, por baixo de tudo. Ela sabia como viver. Balthazar não mentiria; ela o encantou também. Ela encantou a todos. Seduziu-os com seu lindo sorriso com covinhas e longos cabelos castanhos ondulados e uma voz doce como um pêssego da Geórgia. Era Cas quem ela poderia conseguir que fizesse qualquer coisa.

— Você pega uma cidade cheia de homens jovens e pergunta quanto sexo eles podem fazer, e eles farão bastante sexo. É por isso que tínhamos as saunas, sabe? Tudo isso. Nós éramos todos sobre a liberdade, todos nós estávamos prestes a quebrar o sistema. Nós nos imaginávamos fora dele. — ele passou a mão pelo cabelo penteado. — Meg era apenas a versão das drogas, e Cas - eu não sei. Foi atrás disso como se fosse algum tipo de homem possuído. Na época, eu não sabia que era para apagar você, mas era óbvio que era tentando fazer isso.

Ambos fizeram isso. As drogas. Nos quartos dos fundos e nas casas pequenas e apertadas onde Meg ficava. Encolhido ombro a ombro com Ruby ou algo parecido. Meg só tinha que deixar Cas bêbado o suficiente e ele faria qualquer coisa que ela quisesse.

— Eu tinha feito isso na faculdade, durante os protestos, mas Cas não, e eu deveria ter observado ele. — disse Balthazar.

Dean estava atordoado. Positivamente atordoado.

— A heroína era ruim, mas foi a cocaína que o pegou.

— Cocaína? — Dean murmurou e Balthazar assentiu.

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