18. Manhãzinha

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Definitivamente, Santana Lopez estava mais que detestando estar sentada naquele sofá com adultos ao entorno, extremamente insuportáveis, e "donos da razão", falando sobre sua vida de forma absurdamente superficial, como se a adolescente nem estivesse presente ali no canto escutando as baboseiras, naquele espaço denominado como direção, lotada de velharias e poeira. Realmente, era uma manhãzinha de quarta-feira infeliz na instituição de ensino William McKinley, dos solos Rosefieldianos.

E a semana de Halloween, permanecia cada vez mais intensa...

Bom, aquele dia era num todo deveras engraçado, Santana acordou com um bom humor gigantesco por certos motivos, e até jurou que sairia radiante pelas ruas, mesmo após o dia péssimo que havia tido anteriormente. Isto é, "péssimo" em partes, como aquela em que seus olhos ardiam e sua visão estava embaçada, ou como quase desmaiou sendo prensada contra um armário por um ser desgraçado do time de natação.

Enfim, a morena não podia, de fato, reclamar do ambiente em que se achava no momento, pois, ela sabia que isso iria acontecer depois que Rachel Berry contou ao professor William Schuester da discussão dela com Spencer Porter no corredor. Era óbvio que ela pararia na direção, com um de seus responsáveis, junto de si.

Um inferno! Era tudo que ela não queria!

Quer dizer, era tudo culpa da senhorita Brittany Pierce! Sim, culpa daquela loira! Essa era a pura verdade, ela que havia enviado a baixinha com a missão de contar o maldito acontecimento para o professor de espanhol, mesmo com a Lopez esperneando para que ninguém contasse nada. Mas, esse detalhe já não importava mais, não havia mais o que se fazer. Correr contra o tempo? Já era. E outra, depois de receber os cuidados da loira de franjinha, a Lopez não conseguia sentir raiva da mesma, nem se tentasse, pelo menos, não por enquanto.

Blá-blá-blá...

Agora, a latina situava-se meio avoada a conversa que seu pai, o diretor, a vice-diretora, e a mãe de Spencer estavam tendo naquela sala, os olhos castanhos perdidos em algum lugar da paisagem do enorme quadro que compunha a parede do cômodo, logo atrás de Figgins.

Os corredores do colégio? Encontravam-se vazios. Assim como também as escadas, explicitamente visíveis, através das "paredes" de vidro que separavam a diretoria de uma parte do corredor. Alunos em aula, exceto Santana e Spencer (Que estavam lado a lado segregados da discussão dos adultos, no mini-sofá da sala) e talvez alguns outros adolescentes que frequentemente vagabundeavam por qualquer canto do colégio. Nada de surpreendente.

A desconcentração da Lopez durou pouco tempo, visto que aquilo estava virando um bate-papo de circo, e a única coisa que ela conseguia fazer era revirar os olhos para isso.

— Meu filho teve o nariz quebrado por ela! – April Rhodes Porter, mãe de Spencer, disse revoltada. – Isso é um absurdo. Onde já se viu...

Shelby Corcoran, a vice-diretora, assentiu, e abriu um sorriso oculto enquanto segurava uns papéis em suas mãos, as fichas dos jovens, as quais possuíam diversas informações dos mesmos, inclusive de confusões antecedentes. Afastou-se da mesa do diretor Figgins (O qual não abria a boca um segundo sequer, além de parecer tremer violentamente) e começou a andar pelo perímetro.

— Desculpe mais uma vez pela minha filha, senhora Porter. – Cesar falou em direção a loira. – Tempos difíceis...

— Me admira um homem gentil como você, Doutor Lopez, ter uma filha violenta assim.

"Desculpe pela minha filha" O que diabos o pai de Santana estava querendo dizer com aquela frase? E ele já tinha dito mais de uma vez? Cesar estava contra a própria filha? Ela não podia acreditar nisso. Que porcaria! Talvez, estivesse avoada demais sobre o que se passou nos últimos minutos de conversação. Ela nem conseguia falar mais depois de ouvir tal besteira. Se bem que a própria não havia nem sequer tentado trocar uma palavra com Cesar, sobre o suposto ocorrido.

Destino ou não - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora