47. Sob nova direção

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— Nossa... Acho que... Não, eu não acho. Definitivamente, é informação demais pra um dia só... – A capitã das líderes de torcida exprimiu enfim, massageando as têmporas com os dedos, à medida que, sentia o clima denso, pesado e esmagador tomar conta da enfermaria em que se localizava. Quiça existisse, também, uma nuvem negra sobre Rosefield inteira no momento. É. Santana, Brittany e ela que o dissessem. – Eu... Estou perdida. Ok, vamos recapitular: você era o número anônimo, certo Kitty? E estava chantageando a Lopez com a tal foto que tirou no corredor... – Fabray percebeu a outra loira assentir várias vezes, quase revirando os olhos de tão pouco caso para suas palavras, então ela estressou-se mais ainda com a situação. – Isso é insano! Sabia?! Não consigo pensar em nada melhor pra descrever, e ainda não faz sentido algum, minha cabeça explodiu! Quer explicar logo?!

— Fica calma, Quinn. – Pediu Kitty tranquila, alongando o pescoço, deitou-se com as costas na cama levemente elevada, outra vez. – Calma... Já, já, eu explico com todos os detalhes que quiserem... Todos... Só tô esperando o CASAL parar de drama e desamarrar logo essas caras né, senão não dá...

Freneticamente, Brittany e Santana olharam para a líder machucada. Casal? Elas nunca tinham pensado nelas dessa maneira a qual Wilde acabara de referi-las. Tão estranho. A relação das duas estudantes era de amizade. A-M-I-Z-A-D-E. Uma amizade diferente do normal, claro, mais colorida -além do arco-íris- porém, ainda sim, era uma relação de amizade. Tinham consciência disso. Não tinham? Contudo, o que tornava duas pessoas um casal, mesmo? A Pierce começou a raciocinar sobre. Seriam os beijos? Sexo? Uma atração física envolvente? Fidelidade corpórea? Alguém decidir falar/avisar que certas pessoas são um casal na cara delas, assim? Ou um pedido direto de namoro feito por uma das partes envolvidas em tal relacionamento? Ela realmente não fazia ideia, e nunca havia parado para refletir. Nenhum dicionário no universo poderia responder uma questão tão pessoal.

Certo?

E a resposta não chegara, e nem chegaria. Por que era tão difícil de saber, de pensar, até mesmo considerar tal hipótese? A loira já estivera em posição de casal, pensava ela que, por conta de alguns namoros, mas será que era isso? E aquele seu último, com David Karofsky ali em Rosefield? Ela já formara um casal com aquele cara?! Parecia um mundo tão distante e ao mesmo tempo tão presente. Tudo isso não lhe trazia lembranças nada boas, e era o mais fresco em sua mente que ela tinha de "namoro", então tal palavra não lhe agradava muito.

Todavia, se tratava de Santana a ideia de casal que desencadeara o pensamento.

E não de uma pessoa qualquer que ela podia descartar a qualquer hora, sem mais nem menos. Não mesmo. Brittany não conseguia mais imaginar sua vida sem a outra. Sua vida. Quão absurdo era isso? Conhecia a latina fazia praticamente oito meses, e de forma intima e rotineira há bem menos. Isso era um problema? Sim, era um problema. E dos grandes. Ela podia sentir a culpa por toda a situação de agora com Kitty e a chantagem recair sobre suas costas, esmagando seus ossos sem dó, o dorso inteiro tenso. Não devia ter beijado Santana num corredor nunca, fora tão burra. Culpa disso que ela sentia por Santana. Culpa dela própria, só dela. Talvez nada, absolutamente nada, tivesse uma fórmula única e definitiva para seguir, talvez as pessoas que criassem seus relacionamentos, rótulos e etc, sem um manual. Talvez pensar sobre isso doesse. Talvez não pensar fosse pior. Os olhos azuis piscaram e Brittany sentiu o ambiente sumindo em turvo, estava tão cansada ainda.

Por causa do sonífero, por causa dos pesadelos, por causa dos seus medos.

Todo som parecia mais alto que o habitual, foi quando ela se apoiou numa parede.

Destino ou não - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora