⁵⁸ instinto

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Pov'Andrew

Eu nunca estaria pronto para nas reações de Meredith, pensei tudo, menos que ela lidaria tão bem com o fato de estar cega, Alana teve uma reação bem mais aceitável e nem era ela a ficar cega, não dava pra saber se era só um mecanismo de defesa ou real, porém estaria por perto para ter certeza.

Meredith ficou uma semana no hospital, não havia nada de anormal nos exames dela, não era como uma pessoa que sofre com um acidente e fica paralítico, porém tem 50% ou "x" por cento de chances de voltar a andar, então faz fisioterapia por um certo período.

No caso dela só poderíamos esperar e acreditar que em algum momento a visão voltaria ou acostumar que nunca voltaria, a segunda opção era meio assustadora, mesmo ela sempre sendo a mulher que eu vou amar, e exatamente por ser essa pessoa eu não queria pensar que Meredith nunca mais iria poder fazer um vestido ou desenhar.

- quer alguma coisa? - perguntei depois de ajudar ela no banho e a se vestir.

- você diz que tá tudo bem, mas parece que tem medo de me tocar - Meredith falou em um tom de acusação.

- eu estou, mas não pelo motivo que pensa, você está ferida, ainda tem vários cortes e machucados - sentei ao seu lado e abracei ela.

- tô com um pouco de medo - ouvi sua voz baixa - eu vou aceitar se nunca voltar a ver, mas não quero isso.

- eu sei que não.

- sinto falta de ver seu rosto.

- nos vamos dar um jeito, eu prometo - passei meus dedos no rosto dela que ainda estava machucado entoa a beijei - juro que vamos.



👑🛹



Pov'Meredith


Um mês desde o acidente agora eu precisava de uma babá para tudo, e a contemplada foi Amelia, por incrível que pareça ela se ofereceu para me ajudar, Lexie está tomando conta de tudo na loja, com os pedidos só aumentando, nossa agenda sempre cheia e menos duas pessoas trabalhando tava bem sobrecarregado para ela, mas ainda sim Lexie estava se saindo bem.

Descobri que não precisava dos meus olhos para desenhar, eu basicamente tinha um instinto, passei a usar uma grafite de ponta grossa que deixava uma "marca" na folha, não gostava delas para desenhar normalmente por que tirava a delicadeza do desenho, mas agora elas me ajudavam a "visualizar" o que fazia.

- nossa, eu acho que você só está fingindo estar cega - Amelia falou perto de mim - qual a cor?

- vermelho com pedras transparentes, aqui - passei meus dedos no busto do vestido e na calda do vestido toda.

- quantos vestido já desenhou só essa semana? - ela estava sentada ao meu lado.

- 12... Não a muito o que fazer, então - dei de ombros.

- o que acha de irmos até o ateliê? Você não foi lá desde o acidente... - eu gostava bastante de Amelia agora, não imaginei na época que hoje seria uma das minhas pessoas favoritas.

- quando puder trabalhar de verdade vou te promover a minha assistente pessoal ... - levantei do sofá.

- que seria o que exatamente? - ela deu uma risadinha.

- fazer o que faz agora...

- puxar seu saco e escolher suas roupas? - ela estava rindo mais

- sim! Preciso de roupas mas adequadas do que moleton e bermuda.

- o que acha de um vestido? - ela sugeriu - já sei.... Vamos - a garota pegou minha mão e me levou para o quarto - vou fazer maquiagem também.

- não exagera Amelia - pedi - nada de vestido ou roupas apertadas.

Era Uma Vez CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora