Strawberry girl

Capítulo 02

Por Joshua Kyle Beauchamp

Um pensamento que rondava em minha mente era se eu realmente tinha tomado uma boa decisão ao entrar em uma faculdade.

De acordo com minha agente, vulgo Úrsula Beauchamp, vulgo minha mãe, minha vida já está praticamente formada e que se eu seguisse seus planos me tornaria o próximo Michael Jackson.

É claro que eu amo a dança, ela é meu primeiro amor desde sempre, mas sinto falta de poder andar de skate pelas ruas e não ter que sair correndo para não ser atropelado por fãs malucas que querem me agarrar.

Amo meus fãs, sou grato a eles pois assim consegui chegar até onde cheguei. É claro que, não alcancei todos meus objetivos, mas, sem dúvida sinto saudades de sair andando pela praça tomando sorvete sem um disfarce. Não se engane, me sinto um criminoso.

A BMW anda sem pressa alguma para minha nova casa e escuto uma música do Justin Bieber no fone de ouvido branco sem fios, nomeado airpods que provavelmente custou uma fortuna. Com meus olhos observo as árvores terem um formato engraçado pela velocidade, as
deformando. Parecem infinitos borrões verdes.

Não me lembro muito bem desse país, mas pelo menos sei o idioma. Em algumas turnês, eu não sabia a língua nativa e para me apresentar era bem difícil, mas nada que o Google tradutor não pudesse me ajudar.

- Chegamos! - minha mãe afirma e nem consigo responder, pois ela já está com o celular em mãos resolvendo algo que irá me informar depois.

Suspiro e abro a porta do carro pegando algumas coisas do porta malas, no caso, as bagagens. Deixo-as no chão e consigo arrasta-las pelo corrimão, com a ajuda das rodinhas.

Consigo visualizar a grande escada de "Crema Marfil" em forma de ziguezague e solto um riso fraco ao me lembrar do meu pai, que era arquiteto e pelo que o conhecia, sei que ele adoraria ver essa "obra de arte".

- Querido? - ouço minha mãe gritar.

- Sim? - afirmo minha presença e ela desce as escadas.

- A casa é linda, já dei uma olhada - ela sorri e tento fazer o mesmo, mas sei que está parecendo como uma careta. - Não gostou?

- Não, não é isso mãe. - afirmo e ele me encara confusa - só queria que as coisas fossem mais normais. Queria ter amigos e talvez ser feli-

- Não seja por isso nenê- ela batia palmas com o polegar segurando o celular - Posso chamar Noah para vir aqui. O que acha?

- Amanhã já começarão as aulas, não sei se ele está disposto- tento arrumar alguma desculpa para poder fazer algo diferente mais tarde mas ele recusa e digita um número no telefone.

- Wendy? - ela murmura o nome da mãe do meu melhor amigo de quando tinha cinco anos - Oh sim, de volta ao Canadá - ela fala animada e pergunta sobre tudo. Dou à ela a garantia de que vou ver a casa enquanto ela chama Noah, como sei que não desistirá tão fácil.

Subindo as escadas vejo um quarto grande e bonito. Ele é em tons de cinza e branco, dando um aspecto de limpeza, que eu particularmente adorei, já que tenho um certo problema com organização e preciso de tudo do meu jeito.

Ainda faltam minhas coisas para que as prateleiras sejam preenchidas, assim como minha mesa e o resto do quarto. Um grande banheiro com direito a uma banheira, que tenho certeza que nunca irei usar.