QUARTO DO PÂNICO.

Capítulo 10- "Profecias"

Há muito tempo atrás. Antes mesmo da existência do universo, quando tudo era um vazio, sombrio e não existia nenhum firmamento, somente os portões celestiais. Apenas o Paraíso. Havia um anjo. Anjo este que era diferente de todos os outros, sua beleza radiava os quatro cantos celestes. Ele caminhava majestosamente sobre o chão de ouro maciço, e seu sorriso encantava qualquer coisa ou ser existente.

Seu nome era Samael, o Anjo mais lindo dos Jardins Celestiais. O favorito de Deus.

Samael era um Anjo curioso, se seu Pai dissesse um "Não" ele queria saber o motivo. E isso até então não causou nenhum problema, Deus não se importava com a curiosidade do garoto, na realidade Ele até gostava.

Até Deus iniciar um projeto chamado "Terra".

Samael, por ser o filho preferido do Pai, foi convidado para saber os planos do seu progenitor para o novo trabalho que estava fazendo.

Ele viu então, formando no vazio antes que coexistia entre eles, se transformar aos poucos em um grande e belo universo. Deus então orgulhou-se do que havia feito. E Samael, achou deslumbrante a visão que tivera daquele novo mundo que surgiu sob seus olhos, como o mais lindo desconhecido, um que nunca sequer imaginou explorar.

E viu seu Pai acentado no seu trono divino lhe observando, como se silenciosamente pergunta-se para ele, "E então meu filho, o que achou de meu novo projeto?". E como resposta Samael abriu um sorriso doce em aprovação, enquanto seus olhos brilhavam admirado. E ouvira dizer;

-Guarde estas palavras consigo Samael meu filho; "A princípio criou Deus, os Céus e a Terra". Eu, seu Pai. E você, será um de meus maiores projetos! E irá muito, muito mais longe do que imagina.

E como palavras proféticas, realmente aconteceu. Mas não como Deus esperava.

Aos poucos o Todo Poderoso ficou obcecado com a Terra, ele tornou-se menos presente na vida seus filhos. E todo fim de tarde saía dos Céus para visitar os seres que criou nesse planeta. Ele era fissurado naqueles humanos.

Samael sentiu falta de seu pai, quase nunca trocava palavras com seu progenitor. E isso lhe chateou.

Anjos deveriam ser seres perfeitos, livres de qualquer falha, de qualquer erro. Deveriam acima de tudo serem submisso a Deus. Mas o favorito do Todo Poderoso era diferente, não era de sua natureza abaixar sua cabeça. Nunca foi.

Decidiu então intervir nessa obsessão de seu Pai pelos Humanos. Afinal, o que tinha de tão especial naquele casal e na Terra? Era intrigante de fato, mas não a esse ponto. Deus criou um Jardim somente para aqueles dois, repleto de maravilhas que nunca existiu no Céu. E aqueles simples seres inferiores estavam tomando todo o tempo de seu querido Pai. Deus, deixou de ser um Deus para Samael a partir daí.

Quando seu Pai retornou para seu trono, o pequeno anjo,(diante de Deus) fez uma visita.

-Papai? Está aí?- perguntou ele.

-Entre!-Respondeu rispidamente.

-Eu queria lhe dizer Papai... Is-so q-que- gaguejou ao ver a imagem de seu Pai sobre o trono, esbanjando o mais puro poder.- isso que o Senhor está fazendo... conosco... Não é certo!- respondeu por fim.

-Certo? Eu ouvi direito Samael? Você quer ensinar para Deus o que é certo ou errado?- Disse com seu semblante enfurecido.

-Sim! Quero! O Senhor está errado!