capítulo 7

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Dois meses haviam se passado desde o jantar. Tsukishima e Tadashi estavam mais próximos, cabulavam algumas aulas juntos, para irem tomar sorvete. Mas Tadashi estava estranhando. Sua vida estava calma demais. Era como se fosse acontecer algo ruim, há qualquer momento. Ou talvez fosse apenas paranóia de sua parte. Talvez.

No momento, estava no refeitório. Sentado com seus amigos. Yachi falava animadamente sobre algo, parece que Akemi, havia lhe chamado para sair.

— Yacchan finalmente irá desencalhar? — Tadashi foi fuzilado pela loira.

— Você não pode falar nada, Tadashi. Está enrolando com Tsukishima faz dois meses.

— Somos amigos. Já falei sobre isso.

— Conheço bem essa história de "amigos" — Hinata fez aspas.

— Vamos dar uma festa naquela pista abandonada. Você vai. — Suga olhou para Tadashi. — E isso não é uma pergunta.

— Algum motivo em especial para eu ir?

— Você como comandante da Suno deveria comparecer. Sabe que é lá que fazemos os contratos. — Tadashi suspirou.

— Eu vou. — disse derrotado.

___

Tadashi estava trancado no quarto. Revia algumas matérias da Universidade. O relógio marcava oito horas em ponto. Soltou um suspiro cansado, daqui há pouco teria que se arrumar.

— Por que eu fui me meter nisso, meu Deus? — perguntou para si mesmo, cobrindo o rosto com as mãos.

Se Tadashi não tivesse se metido naquela maldita briga no ensino médio, não teria virado chefe de gangue e muito menos teria que ir a festas lotadas de adolescentes idiotas, para fazer contratos com traficantes mais idiotas.

Os seus pensamentos foram interrompidos, por batidas na porta.

— O que é? — quando viu quem estava por trás da porta, revirou os olhos. — Vai embora.

— O jantar foi excelente. Consegui várias propostas. — Tadashi por um segundo perdeu o ar nos pulmões, já havia tido inúmeras conversas como essa, com sua mãe. E sempre acabava do mesmo jeito. — Vou conhecer um representante da empresa amanhã.

— Eu não perguntei nada. — disse ríspido. — Vai trazer ele aqui e oferecer o meu corpo em troca de um contrato? — riu. — Tão previsível.

— Tem sorte que estou de bom humor. — forçou um sorriso.

— Se puder fazer o favor de ir embora, eu agradeceria. — tombou a cabeça em direção a porta, também, forçando um sorriso.

— Você não passa de uma puta, imunda. Que para sobreviver, precisa vender o próprio corpo. Você é nojento. Creio que já tenha consciência disso.

— Sou apenas um padrão da família Yamaguchi. Você não é muito diferente de mim, mamãe. — sorriu amarelo, recebendo um tapa no rosto.

A mulher não disse mais nada, saiu do quarto, batendo a porta com força. Tadashi trancou a porta. Parou em frente ao grande espelho que tinha no quarto. Encarando seu reflexo, o tapa estava marcado, passou os dedos pela marca, e derramou algumas lágrimas, as secando de imediato. Se recusaria chorar por isso. Não derramaria uma lágrima sequer por sua mãe.

— Sou repugnante. — disse baixo.

I don't wanna be your friend, TsukiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora