II Desmoronamento

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Thor havia despertado e ao olhar para o lado, viu seu irmão em outra cela. Mas ele estava diferente, com a pele azulada. Assustou-se e recuou, ficou observando Loki naquele estado na tentativa de entender por que ele estava daquele jeito e depois de um minuto tentando raciocinar, desistiu. Ignorou o fato e segurou-se nas grades da cela enquanto tentava chegar com a cabeça o mais perto possível para chamar Loki sem que os guardas escutassem.

-- Irmão! – Thor lhe chamou pela terceira vez e quando estava prestes a desistir, viu na sua cela um pedregulho o qual pegou e arremessou perto de Loki.

-- P-parem... – Franziu o cenho e implorou gaguejando com os olhos fechados, mergulhado em talvez um sonho profundo.

-- Irmão! – Thor lhe chamou e Loki então se encolheu. – Loki, sou eu. Está tudo bem? – O deus do trovão perguntou ao perceber que ele agora estava acordado apesar de manter os olhos fechados. Loki abriu os olhos lentamente e sentado de costas para a parede rochosa viu Thor na cela ao lado. – Por que você está sem calças? – O loiro perguntou erguendo uma sobrancelha e negando com a cabeça. Loki estava coberto pelo resto de sua roupa, mas era visível que estava sem calças mesmo que sem aparentar qualquer intimidade. Relutante, ele abriu um pouco mais os olhos e procurou pelos quatro, temendo que eles realmente estivessem ali. Mas só o que viu foi seu irmão que tentava entender o que se passava.

-- Asgardiano... – Murmurou com os olhos semicerrados, aparentando cansaço.

-- O que você tem? – Thor perguntou percebendo que ele estava abatido. Loki ficou em silencio e permaneceu olhando para Thor mesmo que passando uma sensação de vazio. Na verdade, seus olhos enxergavam uma coisa, mas na sua mente se passava outra. O rosto daqueles quatro não saia da sua cabeça. Suas pernas estavam tremulas e suas coxas tinham espasmos e marcas por terem sido apertadas com muita força. Ele estava sentado em sangue e era o único que sentia o cheiro, já que Thor estava afastado. – Precisamos sair daqui. – O deus do trovão falou e Loki recobrou a consciência.

-- Como? – Perguntou sem esperança enquanto desviava o olhar.

-- Loki, o que você tem? Por que está azul? – Thor perguntou e então o deus da trapaça recobrou sua aparência de pele branca e olhos claros. Mas parecia ter dificuldade para executar tal feito. Suspirou, tentou levantar-se, mas fracassou. Sentia muita dor.

-- Vamos... Levante! – Thor insistiu e Loki, apoiando-se de costas na parede, conseguiu erguer-se. Suspirou e sentiu algo além de sangue escorrer pelas suas pernas. Enquanto isso criou com dificuldade uma ilusão que omitisse indícios do que havia acontecido. Não queria que Thor nem qualquer um soubesse; não queria parecer fraco diante de ninguém. – Na sua cela. – Thor apontou para uma pedra que parecia solta na parede. – Há uma luz vinda dali. Podemos escapar! Arranque essa pedra e tente chutar as outras, quem sabe assim consiga espaço para sair.

Loki então tentou limpar-se da maneira que deu e em seguida colocou em prática o plano de Thor, fazendo o que ele havia sugerido. Estava fragilizado, queria chorar, mas estava determinado a se manter firme diante ao deus do trovão. Engoliu em seco e viu que do outro lado havia uma sala com janelas enormes de estilo vitral, com imagens do que parecia a história daquele lugar. Loki encontrou uma toalha sobre uma mesa de madeira e decidiu usá-la para tirar a sujeira que estava em suas pernas. Viu que por ali casualmente havia um uniforme o qual decidiu pegar somente uma peça, uma calça preta. Ele vestiu e apesar de um pouco justa lhe serviu bem. Ouviu um barulho e assustado arregalou os olhos enquanto procurava um lugar para se esconder. Ficou para trás de um armário e quando viu alguém entrar empurrou o mesmo para cima do ser que desmaiou na hora. Devido o barulho, outros guardas vieram. Loki pegou o fuzil da criatura desmaiada e se aproximou da parede da cela em que Thor estava.

-- Afaste-se! – Gritou e Thor se encolheu no canto da cela enquanto Loki destruía a parede com a arma. – Vamos! Eles estão vindo. – O deus da trapaça sentia seu coração acelerado, libertou Thor porque esta com medo de seguir sozinho. Loki puxou seu irmão e correram pelos corredores do lugar até encontrarem a saída. Quando saíram, pareciam mais dispostos de modo que a magia que corria em suas veias havia se fortalecido novamente. Thor estendeu o braço e em um minuto seu martelo chegou até sua mão.

-- Precisamos encontrar o Tesseract. – Thor disse e Loki o olhou com temor.

-- Não podemos voltar. – Ele disse assustado.

-- Precisamos!

-- Eu vou sair desse lugar. – Loki começou a andar olhando para o céu, buscando um ponto estratégico para chamar Heimdall.

-- Não! Nós vamos seguir juntos. – Thor lhe puxou por um dos braços.

-- Não... Se você quiser, vai seguir sozinho. – Puxou seu braço e olhou com raiva para Thor. Mesmo que ele não tivesse culpa nem soubesse o que havia acontecido, Loki sentia raiva.

-- O que há com você? – Thor perguntou sem entender. – Você está sendo covarde irmão! -- Ele disse e Loki cerrou os punhos, voltou-se mas o loiro e bufou. Sentia muita raiva. Que direito Thor pensava ter para falar isso?

-- Retire suas palavras. – Loki mandou, frustrado.

-- Você não voltará sozinho, não pense que se livrará da prisão de Asgard. O que você fez foi traição, querer se tornar rei à custa de uma guerra provocada por você mesmo não te deixará impune.

-- Se vou ser preso de qualquer forma por que te ajudaria?

-- Talvez sua pena seja diminuída. – Thor disse e Loki pensou por um momento. Deveria voltar e enfrentar os gigantes tendo como propósito uma possível vingança e ainda recuperar o Tesseract?

-- Você deve me prometer uma coisa. – Loki disse baixo, mas de modo que Thor pudesse ouvir.

-- O quê?

-- Você me ajudará a dar fim aos quatro Jotuns dentro desse lugar. – Loki apontou na direção de onde vieram. Thor então estendeu a mão e se comprometeu a ajudá-lo a partir do momento que Loki apertou sua mão.

Foram então os dois de volta ao lugar de onde havia saído. Thor, agora com seu martelo, pode abrir alas e entrar pela porta da frente junto com Loki que conseguiu uma adaga antes pertencente a um dos guardas que Thor havia apagado. Lutaram juntos até chegarem à sala onde os quatro gigantes de gelo estavam. Loki conseguiu lembrar o caminho, levou Thor consigo e os dois juntos arrombaram a porta da sala em que os quatro estavam. Puderam vê-los com o Tesseract em mãos. Pareciam manipulá-lo a fim de posicioná-lo em um tipo de observatório. Queriam provavelmente abrir um portal para permitir acesso a outros mundos os quais planejavam se apossar. Antes que os gigantes concluíssem o feito, Loki pulo sobre o maior e o esfaqueou com a adagaa. Enquanto isso Thor girava seu martelo e o lançava na direção dos outro de modo que os ferisse. Ao apagá-los, percebeu que Loki seguia esfaqueando o gigante mais alto. Estava com raiva, seu olhos tomaram mais uma vez a cor vermelho-sangue e não pararia se o deus do trovão não tivesse lhe puxado. Thor pegou o Tesseract e Loki pelo braço e correu ao ouvir a estrutura de onde estavam fazer um barulho estrondoso. Aquilo tudo cairia e sabiam disso. Correram até a saída, mas uma pedra caiu sobre o pé de Loki, o que o fez gritar de dor. Thor tinha duas opções, deixar Loki e se salvar ou arriscar a sorte e saírem ambos daquele lugar. O deus da trapaça puxava seu pé, mas aquela rocha parecia não sair de cima. Thor olhou uma ultima vez para saída e decidiu que não sairia dali sem seu irmão. Pegou seu martelo e quebrou a pedra sobre o pé de Loki. Em seguida a saída foi tomada por rochas que desmoronaram impedindo a passagem. O deus do trovão então aproximou Loki de si e girou seu martelo afastando as rochas. Por sorte, antes de tudo desabar, conseguiram sair.

Uma tempestade de areia tomou o planeta e antes que fossem atingidos, Thor gritou.

-- Agora Heimdall!! – Logo os dois forma levados de volta para Asgard, e Thor estava com o Tesseract em mãos.

The Last Drop Of Blood (Thorki Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora