Estava a correr tudo bem ultimamente. O Adam tinha parado de me ignorar, e o ambiente já não estava tão constrangedor como estava antes. Ainda não tínhamos tocado sobre o assunto do beijo. E sinceramente, eu tinha medo de tocar sobre esse assunto e as coisas voltarem a ficar estranhas entre nós.
Ele estava a dormir calmamente, e eu estava a olhar para o horizonte. O céu estava lindo, o laranja do pôr-do-sol foi o que me chamou à atenção. Sentia falta de observar o pôr-do-sol em casa. Tinha saudades de casa e da minha família. Abaixei a cabeça para olhar para a areia, pensando que talvez nunca mais os iria ver.
Até que levantei a cabeça, e consegui observar um barco a vir na direção da praia. Não. Podia. Ser. Era imaginação minha? Estaria a alucinar?
- Caralho! - Gritei e fui a correr até o nosso abrigo. - Adam, está ali uma porra de um barco! - Gritei novamente e ele acordou desorientado.
- Não gosto quando mentes sobre isso, Alison. - Resmungou e sentou-se. Jogou a mão ao cabelo, e colocou-o para trás. Logo depois, reparou na minha agitação ao querer encontrar o facho de mão para chamar a atenção do barco, e ficou com os olhos arregalados. - O que estás a fazer? - Perguntou quando finalmente encontrei o que tanto procurava.
- Não estavas a ouvir? Um barco está aqui! - Respondi, e ele ficou branco. Tirou-me o facho de mão, e foi a correr para fora.
Ainda não parecia ser verdade. Eu não acreditava que depois de tanto tempo, nós estávamos de facto, de volta. Todos pareciam estranhos, e pessoas que eu nem conhecia vinham-me abraçar. Eu só queria mesmo um banho quente, dormir na minha cama e passar um tempo com a minha família depois de tudo o que aconteceu. Quando a minha família se aproximou de mim, choraram todos, implorando para não voltar a desaparecer assim. Eu chorei com eles, porque foi um enorme aperto no meu coração. Não sabia mesmo como é que eles tinham aguentado toda a dor sem mim, e como lidaram com o meu desaparecimento.
O Adam estava desmotivado, triste, e desde que chegámos, ainda não tinha mostrado um único sorriso a ninguém. Eu olhei para ele algumas vezes, mas ele mantinha-se com a cabeça baixa, sentado numas escadas ali perto. Perguntava-me se ele não estava de facto, feliz por ter retornado.
Alguém estava a falar comigo, e eu apenas reparei que não tinha ouvido nada do que aquela mulher estava a falar, quando eu pedi licença e caminhei na direção do Adam.
- Contente por voltar à civilização? - Perguntei com um sorriso, e quando ele se apercebeu pela a minha voz de que era eu, levantou a cabeça.
- Não. Tu estás? - Perguntou de volta, e eu senti pelo o seu tom de voz de que ele estava a ser sincero.
- Porquê que não estaria? - Sentei-me ao seu lado, e ele olhou-me diretamente nos olhos.
- Eu já estava mentalizado de que ninguém nos iria buscar. Que iríamos viver lá. Agora é difícil saber que esta é a nossa realidade novamente.
- Entendo. - Limitei-me a dizer, e coloquei a minha cabeça no seu ombro. - Vais à festa da ruivinha? Ela está animada por estares são e salvo, então vai fazer uma festa para ti!
- Eu não quero festas nenhumas, só quero ficar sozinho. - Disse e levantou-se, deixando-me sozinha. Foi ter com os seus pais, e foi-se embora.
Perguntava-me o que estava a acontecer com ele. E estava a ficar seriamente preocupada.
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Perdidos na Ilha
RomanceAlison tinha uma vida estável, bons amigos, e todos os seus planos para um bom futuro, já estavam prestes a se tornarem realidade. Porém, odiava Adam Evans, um rapaz playboy, que era o capitão de equipa de futebol da sua escola, fazendo-o assim, pop...