Capítulo 3

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- Come ao menos as panquecas que eu preparei para ti... - Pediu-me o meu pai, e eu fui até o sofá pegar na minha mala. - Bebe a menos o batido de morango, Alison. - A sua voz ficou mais grossa, e isso era sinal que ele já não estava a pedir, mas sim a mandar.

- Se ela não quiser comer as suas panquecas, eu posso comê-las. - Disse o meu irmão ao descer as escadas, e eu dei uma gargalhada.

Revirei os olhos pela chantagem dele, largando a minha mala de novo no sofá, para sentar-me com eles e tomar o meu pequeno-almoço.

Ao sentir o sabor das panquecas feitas pelo meu pai juntamente com o batido de morango, arregalei os meus olhos.

Não estava à espera que isto estivesse tão bom...

- A mãe já saiu para trabalhar? - Perguntei lambendo os meus dedos com chocolate.

- Sim. - Brandon limitou-se a dizer, num tom frio, e eu olhei para ele confusa.

- Porque estás tão frio? - Perguntei, e ele olhou-me pelo canto do olho.

- Alison, o teu irmão teve uma discussão com ela. - Respondeu-me o meu pai.

- O quê? Porquê? - Voltei a perguntar, ainda mais confusa.

- Não estás atrasada? Vou-te levar à escola. - Brandon encerrou o assunto, e eu suspirei sobre a sua atitude infantil.

- Bem... Sim, mas eu vou acabar de comer ist.. - Ele tirou-me o prato, que ainda continha metade duma panqueca lá dentro, e colocou-o na bancada da cozinha. - Hey! Eu estava a comer!

- Agora já não estás, levanta essa bunda dessa cadeira. - Olhou-me sério, e eu olhei para o meu pai que estava com um sorriso fraco no seu rosto enquanto bebia o seu batido.

Resmunguei ao mesmo tempo em que me levantava da cadeira, e fui até o sofá para buscar a mala.

O meu pai entregou as suas chaves do carro a Brandon, e eu fui na frente. Entrei no carro, e cruzei os braços.

Logo em seguida, Brandon entrou no carro, ligando-o. Observou-me por alguns segundos, e deu uma gargalhada.

- A sério que vais ficar chateada por ter-te tirado a comida? - Perguntou-me ainda dando risadas.

- Não vejo onde está a piada, ninguém toca na minha comida. - Olhei para o lado oposto do local onde ele se encontrava.

Quem era a infantil agora? Mas eu não queria saber, ele não tinha o direito de me tirar a comida.

Quando o Brandon parou o carro perto da entrada da escola, quis o matar.

- Podes seguir em frente? Eu não quero entrar agora. - Fui sincera, e ele olhou-me confuso.

- O quê? Porquê?

- Ainda faltam alguns minutos para a minha aula começar, e bem... Estão ali pessoas que eu quero evitar.

- Quem? Eles foram rudes contigo? - Perguntou sério, levantando a sua cabeça para observar a porta da escola melhor.

Ótimo, irmão protetor ativado.

- Não, não foram rudes, mas eu simplesmente não gosto deles. - Confessei envergonhada.

Brandon suspirou, e passou a sua mão no cabelo concordando levemente com a cabeça.

- O pai contou-me que irias trabalhar no "Black Pearl" quando estavas a planear contar-me? - Finalmente toquei no assunto que tanto me perturbava, fazendo o meu irmão mexer-me desconfortável no banco.

Perdidos na IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora