Capítulo 15

69 10 0
                                    

Já tinha escurecido, e nós já tínhamos jantado um caranguejo enorme que Adam tinha apanhado.

- Senti falta de comer isto. - Murmurei, e sorri. - Quer dizer, comer algo diferente. 

- É, eu também.

Mordi o meu lábio inferior, sem saber o que dizer, e levantei-me.

- Eu vou dormir, até amanhã. - Apontei para o abrigo, e Adam assentiu.

Enquanto caminhava para ela, percebi que hoje estava um vento estranho. Estava mais frio que o habitual, e isso preocupava-me.

Será que o nosso abrigo iria aguentar?

Então, vesti o meu casaco, e tirei a toalha da minha mochila.

O chão do abrigo agora já estava mais macia, pois Adam revestiu-o com várias folhas.

Deitei-me no chão, e tapei-me para não passar mais frio. Fechei os olhos, e rapidamente adormeci.

Acordei com um som estranho vindo de lá de fora, e procurei Adam pelo abrigo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acordei com um som estranho vindo de lá de fora, e procurei Adam pelo abrigo. Ele estava abraçado às suas pernas, para tentar-se aquecer. Ele estava a tremer de frio, o que me fez sentir mal, pois eu estava aqui deitada com tudo isto.

- Adam – Chamei-o, e apercebi-me que a minha voz tinha saído mais fina que o normal. - Porque estás aí?

- Pensei que quisesses distância. - A sua voz saiu estranha.

- Mas eu não quero que morras.

- Eu não vou morrer, Alison. - Revirou os olhos. - É só um pouco de frio.

- Sim, claro. - Bufei. - Podes entrar em hipotermia, Adam. - Ele deu de ombros.

Infantil.

- Dorme comigo. - Pedi, e ele arregalou os olhos.

- O quê? - Gaguejou.

- Dorme aqui comigo, para não passares frio, é claro.

Ele pareceu estar tendo uma luta mental consigo próprio, pois as suas expressões faciais mudavam a cada minuto. Por fim, quando o vi a caminhar até mim, percebi que o tinha convencido.

- Vais arrepender-te disto. - Sussurrou.

- És insuportável, mas eu não quero que morras. - Disse com um sorriso, e ele deitou-se ao meu lado.

Cobri-o com a toalha, e ele ainda estava a tremer.

Olhei para o seu rosto, e percebi que os seus lábios estavam completamente roxos.

E ao que parecia, Adam encarava-me de volta, pois subi o meu olhar para os seus olhos, e eles já me encaravam muito antes.

- Para de me olhar. - Disse-lhe, e ele deu um sorriso fraco.

- Tu estavas a olhar-me primeiro.

- Só estava a conferir se estavas bem. - Respondi fazendo uma careta.

- Estavas a olhar para os meus lábios como se me quisesses beijar. - Olhou-me convencido, e eu bufei.

Virei-me de costas para ele para não ter que o aturar mais, e ele resmungou, fazendo-me voltar, para o olhar.

- O que foi? - Perguntei.

- Alison, por favor, não te mexas. - Suplicou, e o meu rosto começou a ficar vermelho quando entendi o porquê.

- Desculpa.

- O que o teu namorado estaria a achar de estarmos a dormir juntos? - Mudou de assunto, mantendo o sorriso idiota dele.

- Namorado? - Perguntei confusa.

- É, o Luke. - Olhou para um ponto atrás de mim. - Ele só falava de ti, desde o dia da festa.

- Ah, o Luke.

- Vocês estavam a sair, não era?

- É complicado... Eu gosto dele, mas não sei. - Fui sincera, e ele parou de sorrir.

- Então?

- Adam, olha onde estamos. - Bufei. - Estamos desaparecidos há duas semanas, possivelmente já nos deram como mortos.

Adam olhou-me sério, e vi o seu olhar descer para os meus lábios.

- Mas e se não tivéssemos aqui?

- Se não tivéssemos aqui, eu sairía com ele sem pensar duas vezes. - Sorri.

Ele não me retribuiu o sorriso, e voltou-se as costas para mim. Suspirei, pela sua mudança de humor repentina, e pergunto-me se ele estivesse realmente a dormir.

Perdidos na IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora