A chuva finalmente tinha parado. A ilha encontrava-se numa confusão. Havia ramos de árvore por todos os lados, e parecia que tinha passado um furacão por aqui.
A última coisa que me lembro da noite passada foi Adam me ter abraçado, e jurar-me que me iria levar até um local seguro. Depois disso, já não me lembro de nada.
- Tu ficaste desacordada por algumas horas. - Disse-me Adam, passando o meu cabelo para trás da orelha. - Talvez tenha sido do teu desespero, ou algo assim.
Olhei ao meu redor, e nós távamos na praia.
Ela também estava destruída.
- O que estamos a fazer aqui? - Perguntei levantando-me.
Senti uma leve tontura, e Adam segurou-me no mesmo instante.
- Hey, devagar. - Revirou os olhos chamando-me à atenção. - E, respondendo à tua pergunta, nós estamos aqui, pois é aqui que vai ser o nosso abrigo a partir de hoje.
- O quê? - Murmurei. - Porquê?
- Como pudeste ver ontem, a caverna já não é um local seguro para nós. - Olhou-me sério. - Eu fui lá hoje de manhã, enquanto tu continuavas a dormir, e bem, as rochas definitivamente não se mexem do sítio, então não temos mais nenhuma opção.
Olhei para o horizonte, e percebi que já devia passar do meio-dia. Como é que eu fiquei tanto tempo desacordada?
- Além de que, se nos vierem buscar, poderemos ver o barco daqui. - Continuou Adam, e eu assenti com a cabeça.
- Mas como vamos fazer o abrigo?
- Nós iremos conseguir. - Deu um sorriso.
Ajudei Adam a cavar quatro buracos fundos para colocar quatro troncos de árvore (que caíram com a confusão de ontem) lá dentro. Segundo Adam, seriam aqueles troncos que iriam aguentar com o abrigo. Fechamos os buracos, tapando-os novamente com a areia.
Com algumas lianas, Adam prendeu quatro troncos mais finos aos que estavam enterrados no chão. Colocamos troncos finos na vertical, para fazer uma espécie de chão, e Adam prendeu-os com lianas.
Eu estava a confiar nele, então esperemos que este abrigo dê certo.
No local das paredes, adicionamos ramos de árvore resistentes e colocámos também algumas folhas de palmeira e de bananeira para estas ficarem mais resistentes. No local da entrada, deixamos um local vazio, para conseguirmos passar sem quaisquer problemas.
No teto, fizemos exatamente a mesma coisa que as paredes, mas colocamos materiais mais leves. Prendemos as folhas com lianas, para não voarem com o vento, e quando o fizemos, observei o nosso novo lar de longe.
- Quanto tempo irá isto aguentar? - Perguntou-me Adam com um sorriso, e eu dei de ombros.
- Esperemos que um bom tempo. - Sussurrei.
- Vou tentar encontrar folhas macias para colocar no "chão". - Disse-me antes de seguir para dentro da floresta.
Mas ao lembrar-me que a nossa água estava a terminar, chamei-o.
- Que foi? - Percebi pelo seu tom de voz que estava chateado. Provavelmente por o ter feito voltar.
- Podes ir até à fonte natural para encheres as garrafas? - Perguntei com o meu melhor sorriso, e ele bufou.
- Tanto faz. - Revirou os olhos, e eu corri até o nosso novo abrigo, para ir buscar as garrafas de água.
Entreguei-as a Adam, e ele desapareceu num instante.
Enquanto ele estava fora, decidi ir à procura de madeira para mais tarde fazer a fogueira. Quando voltei, e ainda não havia sinal dele, decidi procurar algumas conchas para decorar o nosso abrigo.
Se queremos que este seja como nosso lar, temos de o decorar, certo?
Fui à procura de mais madeira, mais propriamente ramos de árvores para construir uma mesa, e de lianas. Quando voltei, Adam já tinha voltado, e já estava a fazer a fogueira.
- Onde foste? - Perguntou.
- Fui procurar ramos, e algumas lianas.
- Para quê?
- Vou tentar fazer uma mesa.
Não esperei pela resposta dele, e deitei os ramos para o chão. Juntei alguns ramos, e atei-os com as lianas, fazendo quatro pés da mesa. Quando os terminei, fui para dentro do abrigo, e verifiquei se os pés aguentavam dentro deste. Como eles não abanavam, decidi continuar. Fui procurar mais ramos, e juntei-os todos com as lianas para ficar uma base. Juntei tudo com as lianas, e até que ficou melhor do que eu estava à espera.
Adam entrou no abrigo, e olhou para a minha construção.
- Não sabia que também sabias fazer uma mesa. - Deu um sorriso.
- Eu também não sabia. - Murmurei, e ele colocou os sacos que tinham as bananas em cima da nossa recente mesa, assim como as garrafas de água.
- Estás a começar a surpreender-me, princesa. - Coloquei a mochila ao lado da mesa, e revirei os olhos ao seu apelido.
Quando é que ele se irá fartar daquele nome parvo?
Depois de passar algum tempo no abrigo sem fazer nada, simplesmente a ouvir Adam a falar do que viu na floresta, decidi ir tentar apanhar algum peixe.
- Posso ir contigo? - Perguntou-me, e eu assenti. - Qual era a Faculdade que estavas a planear ir?
- Eu queria ir para a de Stanford, mas agora com tudo isto a acontecer... Não sei. - Suspirei.
- Eu fui aceite na Columbia.
- Columbia? Uau.
Ele assentiu.
Chegámos até o mar, e eu nem tinha me apercebido.
A minha concentração focou-se completamente nos peixes, e quando eu consegui acertar em três, festejei abraçando Adam, fazendo com que ficasse um clima estranho entre nós.
- Desculpa, não sei porque fiz aquilo. - Desculpei-me, enquanto já estávamos a caminhar até o abrigo.
- Sem problema, Alison. - Ele sorriu. - Também não é como se fossemos estranhos.
Eu assenti, e assámos os nossos peixes.
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Perdidos na Ilha
RomanceAlison tinha uma vida estável, bons amigos, e todos os seus planos para um bom futuro, já estavam prestes a se tornarem realidade. Porém, odiava Adam Evans, um rapaz playboy, que era o capitão de equipa de futebol da sua escola, fazendo-o assim, pop...