Você me trata
Como se eu não estivesse no seu nível
Fazendo o bonito parecer feio
Você não é a governante de nenhum país
Quem te fez a rainha?
Leona Durant era uma mulher temida. Seus anos como a melhor diretora de cinema da América foram suficientes para ela se tornar alguém merecia um respeito redobrado. O que era curioso, considerando que, por trás de toda a personalidade intimidadora da britânica, havia uma garotinha animada e ansiosa com cada passo evolutório de sua carreira como diretora.
Aos 34 anos, Leona ainda era solteira. Na verdade, se viu sem alguém fixo desde sua formatura do colegial, desde que Adam Morrison, seu melhor amigo e paixão secreta por uns anos, a deixou para ficar com a garota mais popular, Rachel McFallen. Se ela guardava rancor disso? É claro que não, 17 anos tinham se passado, nem havia sentido em remoer aquilo.
Adam Morrison era, para a indústria do cinema, o "Kevin Feige britânico". Com alguns anos de trabalho árduo e algumas noites mal dormidas, Adam se estabeleceu como o maior produtor de filmes de herói da Europa, criando brigas até com o próprio Kevin Feige de verdade. Após uma leva de polêmicas com os filmes da Marvel e uma era de sentimentalismo nos heróis e anti-heróis que frustrou muitos fãs, Adam estava no topo para compensar tantas decepções.
E no momento, ele estava prestes a se reunir com a diretora que, naquela parceria, o levaria ao Oscar de melhor diretor.
Só o que ele não esperava é que aquela mulher em específico entrasse na sala. Aquele olhar tão familiar o fez petrificar no lugar.
—Você... —A mulher murmurou em choque.
Não podia ser a mesma Leona. Não sua ex melhor amiga e paixão secreta que, um dia depois da formatura, foi embora do país sem nem o avisar. Mas então, a analisando bem, notou em seu braço descoberto a mesma tatuagem em latim que fizeram perto do período de fim de aulas: "ars longa. vita brevis" que significa que a arte dura, mas a vida é breve. E teve certeza de que era ela. A pessoa que mais o magoou em toda a sua vida.
—Leona? —Adam questionou, em choque. —Deve ser um engano, disseram que eu iria me encontrar com uma diretora que levaria meu próximo projeto ao Oscar pelo...
—....incrível toque de sentimentalismo e neutralidade. —Leona resumiu, impaciente. —E me disseram que eu encontraria um diretor com as melhores cenas de luta coreografadas....
—Tenho 6 prêmios nessa categoria. É, o destino nos uniu de novo, Leona.
—Pois eu não tô nem aí pra esse destino idiota. Henry! —Leona chamou seu chefe. —Henry, cadê você, seu trapaceiro descarado?
—17 anos se passaram e não sabe xingar ainda?—Adam riu em deboche.
—Se não ficar quieto, vou usar todos que sei com você. —Leona ameaçou e se afastou da porta quando Henry chegou.
Henry, seu chefe, agente e assistente era uma pessoa muito, muito difícil de lidar, e por a conhecer tão bem, Leona temia com o propósito daquilo.
—Você me trouxe pra Inglaterra, e agora, me uniu numa sala com esse... esse...
—Esse...?Vamos lá Leona, eu sei que você consegue. —Adam provocou.
—Já chega! Eu não trabalho com ele. —Leona disse, determinante. Aos olhos de Adam, ele só conseguia ver a Leona de quinze anos fazendo birra, e sendo extremamente bonita. —Nossos trabalhos não tem nada a ver.
—Mas, vocês se conhecem bem, não é? —Henry indagou, com falsa inocência.
—E como. —Adam ergueu as sobrancelhas —Mas, eu também não trabalho com ela, então vocês já podem se retirar.
—O que acontece, minhas crianças birrentas, é que vocês assinaram folhas de contrato. —Henry ergueu uma duas folhas unidas, com as assinaturas dos dois. —Por um ano, vocês terão que estar juntos, trabalhando na produção de um filme que una os dois estilos de trabalho: Ação e Romance. E, que seja bom o suficiente para chegar ao prêmio de melhor filme e melhor direção no Oscar do próximo ano.
—Tudo isso por um Oscar? —Leona esfregou as têmporas, impaciente. —Uma mísera estatueta que literalmente todo diretor respeitável tem?
—Ei, isso é importante pra mim, tá bom? —Adam afirmou, fingindo-se ofendido. —Não é todo mundo, madame, que foge do próprio país pra realizar os sonhos.
—Não me chama de madame, você sabe que eu odeio isso. —Leona revirou os olhos.
—Tudo bem, madame. —Ele sorriu altivo.
—Quer saber? Eu vou embora daqui. Não vou fazer filme nenhum e pronto! —Leona bateu o pé como uma criança teimosa.
—Você assinou um contrato, não assinou? Não ache que sou o maior fã dessa ideia também. —Adam reclamou e saiu da sala.
—Você que quis isso, não é? Que novidade, Adam Charles Morrison sendo um maldito controlador ! Tô realmente surpresa! —Leona foi atrás dele.
—Não me chama pelo nome todo, eu odeio isso!— Ele se virou para ela, com um olhar enfurecido. —Eu não trabalho com traidores, Leona, não ache que tô muito feliz com isso. Mas se vai acontecer, isso vai ser do meu jeito. Amanhã, esteja aqui as oito em ponto, sem atrasos!
—Eu não costumo obedecer ordens, Adam. —Leona arqueou uma sobrancelha.
—No meu escritório, obedece. —Ele sorriu com o doce lembrete e saiu dali.
Adam admite, se sentiu um pouco mal de falar de modo tão ríspido com Leona, durante toda a sua vida, evitou até mesmo levantar a voz com ela. Leona era alguém precioso demais para magoar, e todas as vezes que alguém fala desse modo com ela, via as bordinhas de seus lindos olhos se inundarem de lágrimas, e Deus, aquilo doía.
Mas, ele não deixaria aquela rainha metida o tratar mal.
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ONLY FOR POWER {Shortfic}
FanfictionMelhores amigos de infância, Leona e Adam sempre tiveram uma conexão natural, o gosto por arte era algo que os unia brilhantemente. Tudo ia bem até que, por uma desavença na noite de formatura, os dois acabaram se distanciando, levando consigo, mágo...