ONLY FOR POWER {Shortfic}

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Eu não sei por que agimos como se isso não significasse nada

Eu queria poder te dizer que você é tudo que eu quero, sim

    —Droga, Shawn Mendes, porque você sempre canta o que eu tô sentindo? —Leona reclamou, dando mais uma colherada no sorvete. —Why can't we just get over ourselves? —Ela cantarolou, chorosa. —Sério, quando eu voltar pra casa, tenho que conhecer esse garoto.

    —Vou anotar na sua agenda. —Lauren lembrou, roubando um pouco do sorvete da irmã. —Porque está tão mal, hm?

    —Porque... o Adam roubou a minha história, a minha personagem, tudo pra ganhar o Oscar idiota que ele tanto quer. —Leona contou, o lábio inferior tremia, alertando que choraria mais a qualquer momento. —A Donatella sou eu, em todos os aspectos. Até o negócio que eu disse sobre os pais separados e enfim. Adam roubou isso de mim, roubou... quase... como se fosse minha variante, entende?

    —Ah, mas isso é um absurdo! —Lauren levantou, irritada. —Eu vou dar uma surra nesse moleque agora mesmo, ele pode ser maior que eu, mas eu ainda dou umas pancadas nele! Joann, fica aqui com sua tia, eu vou cometer um crime!

    —Tá mãe, vai com Deus! —Joanne acenou, distraída no celular.

    —Não Lauren, não faz isso não.—Leona pediu, com um olhar suplicante. —Eu só... eu lido bem com isso, tá tudo bem.

    —É.... não? —Lauren ergueu as sobrancelhas .—Eu já passei e vi coisa demais. Isso deveria me traumatizar, mas, eu sou uma mulher que não tem medo de nada, muito menos de ir pra cadeia por enforcar o idiota que magoou minha irmã!

    —Mãe, antes de matar o cara, acho que deveria ver isso. Na verdade, vocês duas. —Joanne veio da cozinha. —"Conversa séria". Adam postou uma thread no Twitter.

    —Quê isso?—Lauren perguntou, esticando o pescoço para olhar para o celular.

    —Uma série de tweets em um. —Joanne explicou. —Querem que eu leia?

    —Com toda certeza. —Leona puxou a sobrinha para o sofá. —Vai, pode ler!

    —Ok, ok. Vamos lá. Palavras do próprio Adam, ok? —Joanne lembrou. —"Depois que rompi vínculos com a diretora Leona Durant, eu vi muitas pessoas, meus "fãs", a atacando com mensagens de ódio cruéis, a chamando de irresponsável, péssima profissional e algumas coisas que eu prefiro nem replicar aqui, e de certa forma, me sinto responsável em consertar isso."

    —De certa forma? —Leona riu, desacreditada. —É tudo culpa dele e "de certa forma". É cada coisa que eu tenho que ouvir.

    —"Trabalhar com a Leona mais uma vez foi provavelmente uma das parcerias mais incríveis da minha vida. Ela é uma mulher brilhante, que usa do sentimento dela para dar vida á personagens tão incríveis quanto, assim como ela fez com Donatella."—Joanne leu —Aí tia, ele disse que você é brilhante! Perdoa ele, vai?

    —Continua a leitura, Joanne. —Leona pediu, impaciente.

    —"Leona e eu fomos muito próximos, mas, por um infortúnio, acabamos nos distanciando. Tê-la tão perto mais uma vez me trouxe de volta a tempos melhores, quando a minha única preocupação era se eu veria minha melhor amiga de novo." —Joanne seguiu. —"Por isso, eu encarecidamente peço, não mandem essas mensagens pra ela. Se alguém tem responsabilidade em tudo que aconteceu, que nos distanciou, esse alguém sou eu. Continuo tendo muito amor e respeito pela Leona, e espero que um dia ela possa me perdoar por nossos problemas."  Tem mais, mas você pode dar suas considerações antes.

    —Não sei se eu devo acreditar. —Leona disse, encarando as próprias pernas, cobertas por uma manta fina— É claro que... eu recebi sim essas mensagens, e algumas me doeram bastante. Mas não doeu tanto quanto o que ele fez. Acho que no fundo, eu só esperava que ele fizesse como nos filmes, sabe? Viesse aqui, com um buquê de flores me pedir desculpa. Na verdade, dispenso as flores, elas atacam minha rinite. Se ele só viesse.

    Na playlist de Joanne, a música trocou pra "Drivers License", da Olivia Rodrigo.

    —Eu nunca nem tive um término, mas essa música me mata.—Joanne contou

    —Uau, 15 segundos de música e já me despertou uns 14 gatilhos  —Leona deitou no colo de Lauren e respirou fundo. —Só, lembranças boas do passado bom.

    —Conta pra gente, Lily. —Lauren pediu, a chamando pelo apelido de infância. —Achou que eu tinha esquecido isso? —A mais velha riu.

    "Fazia frio em Birmingham. Adam estava provavelmente há uns 15 minutos na varanda e, por Deus, estava congelando! Mas, não iria entrar em casa, não sabendo que era invisível ali.

    —E a melhor amiga perfeita chega pra salvar o dia! —Leona estacionou na porta da casa dele.

    —Desde quando você tem um carro? —Adam foi até ela. —Isso é um mustang?

    —É sim, eu ganhei ontem. —Leona contou, orgulhosa. —E como eu tirei carteira de motorista, agora sou uma mulher chique e que pode dirigir! Agora entra, você tá tremendo de frio.

    —Mulher chique e motorista, vou ficar metido tendo uma amiga dessas. —Adam brincou e entrou no carro.—Aonde vamos e porque veio aqui?

    —Bem, eu ouvi sobre a "nova greve" dos seus pais. Uma semana é muita coisa. E como seu irmão arrogante tá na Califórnia com a namorada, eu não achei justo de deixar sozinho. —Leona explicou e segurou a mão dele. —Por isso, nós vamos fugir!

    —Fugir? Leona, não estamos em um filme! —Adam repreendeu, sempre mais responsável.

    —Mas se funcionou para o Ferris em "Curtindo a vida adoidado", funciona pra gente! Não vamos muito longe, só pra aquela casa de campo dos meus pais. —Leona explicou. —Eu... só quero que fique melhor, odeio te ver triste."

    —E aquele foi o melhor fim de semana da minha vida. —Leona suspirou apaixonada com a lembrança.  —E como minha carteira britânica venceu, eu nem dirijo sozinha pela rua dele. —Ela lamentou.

    —Meu Deus, tem mais! —Joanne interrompeu. —Ele terminou com a Rachel!

    —Como é? —Leona levantou apressada e leu o que estava escrito no celular. —"Não era justo continuar mentindo pra mim, para Rachel, enquanto eu estava distante da mulher que eu realmente amo."

    —Aí meu Deus! Aquilo que ele disse sobre desistir de tudo por você! —Lauren se animou. —Aí, você tem que ir atrás dele, Leona!

    —Ah! Onde já se viu, uma Durant indo atrás de homem! Lembra como a mamãe te xingou quando quis ir atrás do pai da Jo? Deus me livre ser tão agredida assim também. —Leona disse, fingindo-se ofendida.

    —Então, o que vai fazer, tia? —Joanne perguntou.

    [...]

    Adam quase derrubou o celular na rua quando viu os stories de Leona: "Back to USA". Era um pesadelo!

    Faziam três dias desde a briga dos dois. Ele até esperou que Leona fosse voltar, se dar por vencida, mas, aqueles três dias pareciam quase como longos meses.

    E foi aí que, Adam tomou a decisão mais irresponsável de sua vida.

    Dirigiu com toda a velocidade que pode até o aeroporto de Birmingham. Estacionou o carro de qualquer maneira e entrou no aeroporto correndo, tentando poupar o máximo de fôlego para um pedido de desculpas apropriado.

    Foi então que ele viu a sua Leona passar pelo portão de embarque, com um olhar triste. Não usava maquiagem, e nem mesmo salto alto. Era só a Leona que ele tinha conhecido, tão simples e singela. Perfeita.

    —Leona! —Ele chamou, a plenos pulmões. Tudo que Leona fez foi se virar, o viu ali, com o sorriso esperançoso por um conserto, e então, ela seguiu para embarcar no vôo de Nova York. —Leona...

    Ele tinha a perdido, de novo.