Klinger

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             Eu consegui, finalmente cumpri minha promessa a minha amada Lily, eu dei a maldita carta a sua filha, que é a sua cópia, ver a Mia me reacendeu velhas e boas lembranças, era como se minha amada tivesse a minha frente e não tivesse morrido, eu me culpo até hoje, eu fugi que nem um covarde, eu devia ter ficado, enfrentado aquele desgraçado, mas chega não posso lamentar mais, eu fiz a sua última vontade, tenho agora que achar um meio de me aproximar de Bjorn, ajudar a cuidar de Mia, ele se parece um pouco com o pai fisicamente, mas será que possui a alma igual ao demônio do pai dele? Eu sei que Mia não é filha daquele verme, o que será dela quando contar sobre a carta? Estou aflito, pelo pouco que sei, Petrus desapareceu que nem vento, não deixou rastro, mas algo me diz que aquele desgraçado tá armando alguma coisa, ele não dá ponto sem nó, não posso deixar Mia a mercê da cópia de Petrus, preciso encontrar um jeito de fazer ela fugir, pela Lily, eu devo isso a ela.
            Decido tomar um banho, pego minha pistola e deito na cama com ela ao lado, eu não durmo sem ela, não posso vacilar, agora que entreguei a carta sei que devem-ta me procurando, preciso me defender.
            Quando já estou pegando no sono, ouço uma batida forte na porta, pego minha pistola e vou até a porta, vejo pelo olho mágico, vejo que é Babi minha vizinha, ela é viciada em crack e de vez em quando vem aqui pegar a dose dela, eu aplico anticoncepcional nela, afinal ela é uma drogada, imagina trazer ao mundo um bebê no meio desse caos, ela se vende por algumas pedras, então um dias salvei de ser espancada, e desde lá faço isso, e também a alimento as vezes, cuido dela, sou como uma espécie de pai a ela, fazendo isso ajudo uma alma e assim sinto Lily um pouco orgulhosa de mim.
            Abro a porta, mas nem em meus piores pesadelos eu imaginava essa cena, o demônio veio me pegar, lutei muito mas ele me achou.

             - Solte-a, ela não é ninguém para você, não fará diferença é a mim que você quer.
             - Ainda sentimental Klinger? Achei que tivesse amadurecido. - Petrus gargalha, como o bom psicopata que ele é. - Mas tá certo, por hora essa drogadinha não me serve de nada, pegue aqui querida seu pagamento. - ele da uma pedra de crack a ela. - Não se preocupa querida, eu vou só conversar com meu velho amigo, não e mesmo Klinger?
             - Sim, Babi vá agora você já está abastecida, está tudo bem. - ela me olha como se dissesse que eu podia contar algo, sei que ela quer me ajudar, mas já é tarde, agora não queria que nada acontecesse a ela, afinal ela e o máximo de amiga que tive nesse inferninho que moro.
              - Tudo bem, vou fumar, qualquer coisa me chama. - ela sai e some daquele lugar, em meu pensamento agradeço, ele não pode machucá-la.
               - Então já que a drogadinha saiu, não irá me convidar para entrar? - ele está com dois homens, sei que perdi.
               - Não tenho escolha.
               - Ainda bem que sabe!

           Ele entra calmamente senta em uma cadeira, enquanto seus homens ficam em pé, um na porta e outro ao lado dele, não tem muito espaço de diferença, afinal aqui e um vão somente e bem pequeno.

                 - Vamos seja educado, sirva-nos um café, é o último da sua vida então capriche.
        
               Ele fala rindo como se aquilo fosse um show de comédia para ele, aproveito que me viro para fazer o café, enquanto pego meu celular de emergência que tá na bancada sem ninguém perceber, deixo para gravar sem que eles percebam, preciso mandar um recado, sei que Bjorn e Mia viram atrás de mim pedindo explicações, mas será tarde, então pelo menos vou poder avisar de Petrus e de Babi, ele a viu sei que depois vai matá-la, não quero que mais uma inocente morra porque eu não consegui protegê-la.

              - Então achou que eu nunca iria perceber? - meu corpo fica estático, será que ele viu o celular?
              - Eu não sei do que você tá falando Petrus. - digo para que ele me explique melhor.
              - Aquela vadia não era boa em mentir, confesso que o amor que eu sentia por ela me fez cegar por uns anos, mas depois eu descobri tudo, tentei fazer com que ela me amasse e me contasse, até deixei você continuar comprando os remédios dela seu filho da puta. - ele sabia, esse caralho sabia o tempo todo, então porque não a matou antes? Ou a mim?
             - Seu desgraçado, você fez de propósito, todo esse tempo você sabia, o que está planejando filho da puta!?
             - Não vou contar a você, mas vai ser épico, eu finalmente vou ter a Lily só pra mim, como era pra ter sido desde o início.
              - Ela está morta seu doente. - Mia ele a quer, e isso. - Você não vai ter a Mia se é o que pensa, ela tem nojo de você tanto quanto a Lily teve, caso ela não tenha até mais, você não será amado por ninguém seu verme.
               - E quem falou em amor, isso é fraqueza, aprendi com a minha Lily, mas o que tenho reservado a Mia é muito melhor, tão quanto para o irmãozinho dela.
                - Ele é seu filho! Você realmente é o próprio diabo encarnado.
                - Obrigado pelos elogios meu caro, mais agora quero brincar com você, amarre-o na cadeira senhores, o show vai começar.

             Depois de horas de tortura sádica, ele me olha e me diz que vai conceder meu último pedido.

               - Torturar você me deixou tão excitado que eu tô bonzinho, vai fala, o que você deseja, qual seu último pedido? Conte-me amigo. Ele da um sorriso diabólico.
               - Vai se fuder, eu só quero que Mia descubra que você tá vivo e Bjorn também, e espero que ele te mate. - rapidamente me lembro de Babi, e se ele fizer algo a ela? - Eu faço o que você quiser, mas não escoste na Babi, ela é só uma menina, não tem nada a ver com isso, não a machuque.
                - A Mia vai saber que eu estou vivo, mas ainda não e o momento, estou ajeitando tudo para nós, mas enquanto a sua drogada, espero que ela não cruze meu caminho, fora isso, viu como eu posso ser um bom amigo? Agora me fala onde vc quer levar o tiro, cabeça ou coração?
               - No seu cu filho da puta.
               - Viu como não presta ser bonzinho, eu ia te matar com um tiro, mas agora minha navalha e a melhor opção, afinal terei a chance de vê-lo agonizar como um porquinho.

            Quando ele vem por trás de mim eu fecho meus olhos, vejo Lily, lindamente de branco, em meio a um campo verde e lindo, estou indo lhe encontrar minha amada.



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Laços de Sangue e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora