xviii.

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OS DIAS ESTAVAM CADA VEZ PIORES

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OS DIAS ESTAVAM CADA VEZ PIORES. Voldemort agia incansavelmente por toda a Inglaterra, exaurindo todos os aurores que trabalhavam para pegá-lo. A animação juvenil e imatura dos Marotos esvaía-se com o passar do tempo. A Ordem da Fênix não era mais um passatempo, era praticamente um emprego que tomava todas as horas livres do dia de cada participante.

Para amenizar o clima caótico de guerra e destruição, Lily decidiu organizar um jantar de Natal na sua casa. Parecia uma piada reunir a velha turma de escola para comemorar e agradecer num momento como aquele, mas eram aquelas coisas que preservavam o resquício de sanidade que eles tinham.

Era exatamente por aquele motivo que Allie e Remus encontravam-se na porta dianteira dos Potter, carregando inúmeros presentes consigo. Allison tinha que admitir que tinha sido divertido passar horas em lojas trouxas comprando presentes com Lupin. Seus momentos com ele eram exatamente o alívio das suas semanas conturbadas.

— Allie! Remus! – Lily sorriu ao abrir a porta. Eles entraram rapidamente para fugir da neve que encobria Godric's Hollow aos montes. – Eu estava com saudades. Vocês quase não aparecem mais para tomar chá aqui.

— As coisas andam terrivelmente difíceis, mas estamos aqui agora! – Allie comentou, não querendo se estender naquele assunto. Retiraram os casacos e colocaram os presentes sobre a árvore, se encontrando com os amigos na sala de estar.

Marlene estava extremamente diferente desde a última vez que Allie a vira. Estava viajando por toda Grã-Bretanha com alguns outros membros da Ordem, realizando seu desejo de conhecer outros lugares além de ajudar bruxos necessitados. Dorcas estava do mesmo jeito, sempre com um sorriso no rosto. Havia decorado a sala de Lily com azevinho e viscos, deixando o ambiente ainda mais aconchegante. James e Peter estavam sentados conversando sobre algo animadamente como duas crianças e sorriram felizes ao ver que Remus tinha chegado.

E Sirius estava sentado em uma poltrona, os olhos fixos no fogo. Estava melhor desde a morte do irmão, mas não estava tão feliz quanto costumava a ser. O brilho malicioso da vontade de aprontar diversas coisas erradas estava sumindo dos seus olhos aos poucos. No entanto, ele sorriu ao ver Allie se aproximando.

— Tendo um feliz Natal? – a garota perguntou.

— Melhor do que eu esperava. – ele confessou – Estar perto de vocês sempre me animou.

— Somos a sua família. – Allie deu de ombros, vendo o Black aquiescer silenciosamente.

Apesar de sempre ter afirmado isso para si mesmo, Sirius estava descrente de que aquilo era completamente verdadeiro. Após a morte do irmão havia ficado em estado de alerta com qualquer pessoa ao seu redor que pudesse se unir ao Lorde das Trevas. Colegas de escola, familiares (praticamente todos) e amigos íntimos. Um amigo em especial.

Remus.

Percebia como Lupin estava cada vez mais distante. Metido em missões especiais designadas por Dumbledore, não compartilhava muito sobre as coisas que lhe aconteciam e raramente se encontrava com ele, James e Peter. É claro, naqueles tempos horríveis não era normal se encontrar em um bar para beber cerveja amanteigada e falar sobre a vida, mas não era tão difícil assim visitar os amigos no final de semana.

Sirius temia que o amigo estivesse se unindo aos Comensais. Ouvia boatos de que Voldemort estava se unindo a diversas criaturas como lobisomens e gigantes. O Sirius de seis meses atrás acharia uma loucura duvidar do seu amigo de longa data, mas o Sirius daquela noite havia vivenciado muita crueldade ultimamente. Provavelmente, o Lorde das Trevas havia assegurado benefícios à espécie licantrope e Remus queria salvar a sua pele. A mente de Black não era confiável, estava paranoico. Qualquer um poderia pular do barco e se unir às linhas inimigas.

Sentia pena de Allie. Apesar da paranoia crescente, sabia que Allison Wood jamais se juntaria a Voldemort. Até mesmo diria aos amigos caso soubesse que Remus estava cooperando com eles. Sirius sabia disso, pois Allie era exatamente igual a ele. Era o que ele faria. Então só tinha uma explicação: Lupin estava enganando Allison. Ele era um espião, o Black tinha certeza. E isso o deixava ainda mais nervoso. Como ele tinha coragem de fazer isso quando a mulher que ele mais amava era uma mestiça? Ele próprio era um mestiço.

— Almofadinhas! – James gritou do outro lado da sala. – Venha até aqui. Finalmente estamos juntos novamente, os quatro mosqueteiros.

Sirius encarou os amigos sorridentes, olhando para Allie logo em seguida, que sorria também. Ele estava ficando louco ou as pessoas ao seu redor eram simplesmente cegas?

Decidiu se levantar mesmo de que má vontade e se juntar aos amigos. Não seria responsável por estragar o Natal que Lilian havia planejado com tanta meticulosidade. Ele sabia que ela o mataria por fazer qualquer coisa que ameaçasse acabar com aquela festa.

Conversaram e jantaram animadamente. As paranoias de Sirius se amenizaram com o tempo, mas ainda estavam ali, guardadas em um lugar dos seus pensamentos que vinham como enxurradas. Mas era inevitável, ele ficava mesmo feliz ao lado de James e de todas aquelas pessoas.

Então, começaram a trocar os presentes. Remus achou um jeito de puxar Allie até um canto escondido da casa. Sempre fora tímido e definitivamente não queria chamar atenção naquele momento ou acabaria estragando tudo. Havia aprendido como falar sem gaguejar na frente de Allie após um bom tempo, mas quando se tratava dela, ele ainda gaguejava na frente dos amigos.

— O que foi? – ela perguntou, erguendo uma das sobrancelhas inquisitivamente. Lupin adorava aquela expressão curiosa que ela tinha.

— O seu presente de Natal. – ele entregou uma caixinha com um laço dourado para ela. Allie arregalou os olhos, haviam combinado que não dariam presentes um para o outro porque simplesmente não sabiam o que escolher.

— Ei, você prometeu! Eu não comprei nada para você. – ela olhou para a caixa apaixonadamente mesmo que o seu tom de voz demonstrasse sua incredulidade.

— Em minha defesa, esse não é exatamente um presente de Natal. – ele puxou o laço, o desfazendo gentilmente. Abriu a caixinha, revelando um lindo e singelo anel de ouro. Não era muito grosso, era fino e delicado, mas o coração de Allie pulou algumas batidas do mesmo jeito. – Eu gostaria de te dar um anel melhor, mas... É praticamente o que eu posso te dar.

— Ele é perfeito. – Allie sussurrou com os olhos ainda presos no pequeno acessório. Sentia vontade de chorar, sempre fora uma chorona. Estava extremamente feliz, embora seu coração doesse como nunca. A ficha caía aos poucos de que ela o amava. Verdadeiramente. Completamente.

— Eu nunca te pedi em namoro verdadeiramente, então... – ele pegou o anel da caixinha, segurando a mão da garota e o colocando no seu dedo anelar.

Allie o abraçou com força. Algumas lágrimas escapavam dos seus olhos, era inevitável. Era como se naquele mundo preto e branco, submergido em todo tipo de conflito, Remus fosse uma paleta de cores estritamente criada para ela. Mantiveram-se naquela posição até que sentissem a necessidade de se verem novamente e se perderem nos olhos um dos outros.

— Estamos embaixo de um visco. – ele comentou, fazendo Allie rir com a audácia inédita do namorado. 

 — Que sorte a nossa, então.

𝐓𝐀𝐋𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍  || remus lupinOnde histórias criam vida. Descubra agora