Folha Em Branco

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Resolvi pegar um papel para, algo, poder compor;
Quem sabe com tinta, quem sabe com hidrocor.
Minhas mãos se mexem,
De meus dedos não encontro mais ritmo.
Enquanto procuro a mais bela canção
Para ressoar ao pé de seus ouvidos.

Se meu olhar fechar, dele, vejo o esplendor:
Que da alta aurora, jás, há muito, guarda meu amor.
De sóis poentes e ascendentes, tropeço.
Bom... apenas não ria de mim, é só o que te peço!

Batalhas sem honras, perdas vitoriosas.
É o que o mundo me faz sentir, mesmo que de forma desastrosa.
Do inverso, apenas componho essa canção...
Que tem cheiro de harmonia, que tem gosto de solidão.

Se de minhas mãos, você soltar...
"Onde estou? Quem foi que, de mim, arrancou a luz?"
Essas coisas... essa carga imoral,
De onde aprendemos calados, armados,
A vida não nos traduz.

Se algum dia,
Puder me guiar em direção a salvação,
Para junto de ti, me afagar junto aos deuses,
Em completa jubilação,
Não hesite: "Apenas fuja de mim!"
Seres como você...
Não merecem o desprazer.
Por um dia estar a chorar, estando a sofrer:
Por coisas como eu... que só pensam em descansar.
Que só querem morrer.

Se bem que... acabou.
Meu suicídio estaria incompleto,
Se de ti, eu não sentisse mais o tal calor.
Talvez... o papel ganhara nova forma.
Novos ares. Novas rosas.
"E quem sabe... minha luta não terminou?"

Pois agora, estou junto de minha querida aurora.
Suas tintas me fazem virar a página.
Para um mundo novo... não colorido.
De jeito nenhum!
Mas em branco...
Para eu tocar, em meu violino,
minha nova história.

𝐌𝐞 𝐏𝐞𝐫𝐝𝐨𝐚, 𝐂𝐡𝐮𝐮𝐲𝐚?Onde histórias criam vida. Descubra agora