𝐌𝐞 𝐏𝐞𝐫𝐝𝐨𝐚, 𝐂𝐡𝐮𝐮𝐲𝐚?

Estrela

Vim para te dizer
Que ando pensando nas constelações
Onde os nomes desconheço.
Aquela noite, sem dúvida nenhuma...
Eu não venderia a nenhum preço.

Foi onde as estrelas quiseram me mostrar
Que eu podia ser feliz de novo
Bastava te amar.

Da sua janela, nunca pude te notar.
Imaturo, olhava sempre em frente
Enquanto lá de cima,
Você ficava sempre a me vigiar.
Uma nota musical serviu para
Perto de ti, estar.
Você não precisava de muita coisa...
Seu olhar e sorriso já bastava
Para fazer-me encantar.

Você escorreu pelas minhas mãos como água.
Quando menos notei, lá, não mais estava.
Num momento te eternizei
Em uma fotografia.
Passando as páginas do caderno
Que por muito tempo, você escrevia.

Daí de cima você pode me escutar?
Daí de longe, você consegue sentir
Meu coração pulsar?
Algum dia, para ver o nascer do sol, te levarei.
Nem que isso custa uma vida inteira...
Essa é uma promessa que honrarei.

Posso levar quantas eras forem necessárias.
Essa, pra mim, vai ser uma tarefa diária.
Continuarei a amar
Quem pôs essa mancha em meu coração
E que hoje, assim como no dia
Em que me presenteou com estrelas
Na qual eu não fazia conjugação...
Virou parte desse céu noturno de verão.

Será apego?
Apego por suas mãos já ter tocado?
Teus lábios, sob a luz do luar,
Já ter beijado?

Talvez...
Eu invejo o céu que agora te toca.
Sinto ciúmes da brisa seca da madrugada
Que constantemente me relembram
Do dia em que você colocou
Aquele par de botas.

"Estava tão lindo..."

Eles podem estar junto de ti
Enquanto eu estou aqui...
Perdido dentro das lembranças
Que você colocou em mim.

Você está contente daí de cima?
Vim aqui para dizer
Que decorei os astros
Na qual você sabia de cor
E me ensinava com maestria...
"Mas... sabe qual a minha preferida?"

Coloco o caderno dentro da mochila,
Buscando caminhar pela praia
Que por muito tempo
Me alegrava com essa brisa.
Hoje, ela já não me traz mais graça.
Ela perdeu a sinfonia,
A calmaria,
Que era ter você, sempre,
Me visitando em casa.

Pego uma fotografia de meu bolso
Olhando para a tal pessoa amada.
Uma lágrima brota de meu olhar...
Era como se essa mesma brisa
Que compartilhava de tocar-te dissesse:
"Tudo bem, você pode chorar..."

"Tá vendo aquela estrela ali...?"
Pergunto, ainda olhando para o retrato.
Apontando para a luz que
De uma longa jornada, chegava.
"Ela é a órbita celeste que você se tornou.
Agora, eu cumpri com uma parte
Do nosso trato...
Espere por mim agora...
Pois as noites quentes de verão
São a melhor hora."

Me volto para o mar,
Deixando a quebra de ondas
Meus pensamentos levar.
"Já nos encontremos de novo...
Já está chegando Outono.
Guardarei pra sempre a imagem
De onde pude te levar pra cantar
A melodia que era por você,
Me apaixonar..."

Espere por mim,
Estrela que já conheço...