"Não. É apenas quatro paredes e um teto."
Ayla pov:
Todos estavam discutindo. Abraham queria sair no meio da noite, burrice na minha opinião, mas queria levar o ônibus e Rick não gostou nenhum pouco. Tara se ofereceu a ir, se eles fossem no outro dia, mas ele também pediu para que Maggie e Glenn fosse com ele, se não, iria hoje e com o ônibus. Glenn que estava gritado, porém resolvendo, fez o trato que iria.
Para ser sincera, não quero ficar só com Rick e os demais, não tenho tanta proximidade ainda com eles. Só o Carl. Poderia ir com Glenn, Maggie e Tara, já que tive um tempo com eles na tarde, e Carl disse que eles me queriam no grupo. Talvez eu vá.
~
Todos saíram da igreja, poucos ficaram, parece que o Grimes tem um plano. Rick de começo não queria me deixar no mesmo quarto que seus filhos, Glenn tinha pedido, o coreano falava que eu poderia ajudar Carl a cuidar de Judith. O garoto com sua irmã disse que estava tudo bem, que eu não faria mal e ajudaria. Então ficamos em um dos quartinhos com Judith e Jake.
Eu e Carl estávamos com armas apontadas para porta. Jake estava em sua posição de ataque, ele sabia que tinha estranhos na igreja. Judith, a linda garotinha dormia em seu cesto como um anjo, que fique assim até resolverem isso.
"Acho que vocês já sabem que estamos aqui." A voz falava adentrando na igreja. "E nós sabemos, que vocês estão aqui."
Olho para Carl, que faz o mesmo, seus olhos transmitiam receio, ódio e talvez medo, ele não é tão fácil de desvendar.
"Estamos armados." A voz continuou ecoando pelo local, arrepiei com a fala. Medo transmitia meu corpo, não estava segura de que eu e Carl conseguiríamos proteger Judith e Jake. O cachorro ainda consegue nos ajudar, mas a criança dificulta um pouco a situação, porém não a vejo como um peso e sim uma esperança.
"Então não tem motivo para continuarem escondidos." Ficou um silêncio após a fala.
Escutava com atenção tudo, não deixava passar um mínimo som. Além das vozes, passos pelo chão de madeira pisando calmamente e tentando, falhando, ser discretos, armamentos fazendo barulhos quando são tocados, e os inofensivos grilos da noite.
"Sabemos quem está aqui! Tem o Bob, se ainda não acabaram com o sofrimento dele."
"O Eugene... A Rosita... O Tyreese, bom amigo de Martin. O Carl... Ayla... A Judith." Ele continuava, confesso ter ficado tensa, em ouvir meu nome, mas ouvir o de Judith, me deixou ainda mais.
"Rick e os outros saíram. Com muitas armas." Eles estão se aproximando, meu coração acelera ainda mais e meus ouvidos ficam mais atentos.
"Não sabemos onde estão, mas isso não é um lugar grande."
"Vamos acabar logo com isso, antes que fiquem piores do que podem." A voz era grossa, não sentia medo ou tensão. Escuto os barulhos de armamentos e passos, certamente vão tentar entrar nos quartos, barulhos iam para o outro, mas também se aproximava do nosso.
Eles mexem nos trincos e eu olho para o Carl, ele estava muito certo do que fazia, apontava sua arma sem nenhuma expressão em seu rosto. Certamente já passou por muita mais experiências que eu.
"Quanto ao padre. Você ajudou a gente com isso, vamos deixá-lo sair." Desgraçado, como ele os ajudava? Esse padre esconde muita coisa.
A voz continuava a negociar com padre, que nem o respondia, dizia que poderia levar Judith junto. Vamos ver quem vai sair morto hoje.
Até que Judith começa a chorar. Merda. Olho para o Carl que balança a cabeça para eu pega-la e assim faço. Pego ela e começo a balançar, logo ela para de chorar e me olha. A garotinha não era muito pesada. Com uma mão apontava a arma para a porta e a outra segurava Judith com ajuda de minha perna, que estava pisando em uma prateleira da estante que tem aqui.
"É a última chance para dizer que vão sair." Continuamos na posição até ouvir algo caindo, certamente na frente da porta, devem ter atirado neles. Era Rick que atirou, reconhecia a voz que me fez as perguntas.
Estava tendo uma conversa entre Rick e o homem do outro grupo, já haviam atirado em algumas pessoas. Parei de prestar atenção quando Judith resmungou, balanço ela até a criança sentir sono e adormecer.
Carl não apontava a arma para a porta, mas ainda mantinha nas mãos, já a minha foi para o coldre assim que comecei a balançar a garotinha.
Com a pequena já adormecida, escuto barulhos vindo de fora, certamente os matando.
Eu e Carl nos olhamos e ele abriu devagar a porta, ele saiu primeiro e eu saí acompanhada de Jake atrás e Judith no colo. Estavam mortos, todos do outro grupo, mas se não fosse eles, seria a gente.
Olho em volta e Gabriel estava parado, chocado com a cena e imóvel, Glenn e Maggie também estavam, mas do outro lado. Rick veio em minha direção e sorriu, fiquei confusa com o ato.
"Carl disse que fez ela dormir."
"Só quis proteger ela." Ele me olhou como se dissesse "eu sei" mas apenas com expressão. Perguntou se podia pega-la e eu entreguei sua filha. Ele me agradeceu e foi abraçar seu filho.
"Está é a casa do senhor." Padre falava, visivelmente apavorado.
"Não. É apenas quatro paredes e um teto." Maggie falou.
~
Todos estavam se despedindo do Bob, ele parece ser legal, mas como não sou muito próxima, fiquei na porta ao lado do padre e Jake.
"Continue como está, e vai acabar pior que ele." Falei baixo apenas para o Gabriel escutar, sem fazer contato com ele, saio de lá indo a uma das cadeiras sentando lá com Jake.
"Talvez vamos fazer parte deles, então não tente os matar quando chegam perto." Falei a Jake que apenas deitou em meu pé.
"Oi." Maggie falou baixo. "Vai ficar aqui?" Ela perguntou com certo receio.
"Não. Vou com vocês." A olhei e dei um leve sorriso.
"Eu tinha uma irmã, não sei onde está, nem se está viva, mas você me faz parecer que ela está perto." Maggie estava abalada.
"Entendo, não sei se minha mãe está viva, mas você me faz sentir que está perto." Não queria admitir isso a ela, mas nunca sabemos quando vamos morrer nesse mundo.
Maggie soltou uma lágrima e me abraçou.
Continua...
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BY HERSELF -carl grimes
General Fiction𓂃𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 (𝐂𝐚𝐫𝐥 𝐅𝐚𝐧𝐟𝐢𝐜) • Ayla. Uma garota que com 12 anos perdeu seu tio por zumbis, vive em um apocalipse sozinha, até encontrar um cachorro, ou melhor, ele há encontrou. Sem esperança, sem felicidade, sem vida...