"Eles querem você no nosso grupo."
Ayla pov:
Todos haviam terminado de jantar e eu estava deitada com Jake fazendo carinho em seus pelos. Até que eles entram na igreja e Sasha ameaça Gabriel, fico em alerta, mas pelo o que entendi, três ou quatro de seus amigos haviam sumido.
"Você! Sabe de algo?" Ela vem com tudo pra cima de mim. "Ou, ou, ou, perai. Eu não sei de nada não." Ergo as mãos em rendimento e ela me olha de cima a baixo.
"Por que nos trouxe aqui?" Rick pergunta para o padre. Seu olhar para o homem era profundo, uma pessoa medrosa certamente não aguentaria, e adivinha? O padre é essa pessoa.
"Por favor, eu..." Gabriel gaguejava, Rick com sua postura se mantia com olhar que manipula qualquer pessoa. "Trabalha para quem?" O Grimes se aproximava do padre.
"Estou sozinho. Sempre sozinho. Só estive com alguém, quando Ayla chegou." O medroso do padre se gaguejava a cada palavra. Eu ainda me pergunto, como ele está vivo?
"E a mulher no depósito de alimentos, Gabriel? O que você fez com ela?" Rick se aproximava cada vez mais do padre, enquanto o homem se afastava dando passos desesperados para trás. Consegui ver na face de Gabriel, o quanto Rick o assusta e teme ao líder.
""Você vai queimar por isso." Aquilo era para você. Por quê? Pelo o que você vai queimar, Gabriel?" Rick falava se alterando cada vez mais. Mas essas foram as últimas palavras que o homem deu, antes de partir para a "agressão". "O quê? O que você fez?" O Grimes falava em um tom mais auto, agarrando a gola do Gabriel.
"Eu tranco as portas de noite." Foi a frase que padre conseguiu formular antes de suas lágrimas escorrerem e Rick o soltar, mas continuava a sua frente. "A minha congregação, eles começaram a vir. Um dia antes de Atlanta ser bombardeada, eles estavam procurando um lugar seguro. Era cedo, as portas ainda estavam trancadas." Ele parou por um tempo, estávamos todos o observando com curiosidade, ele nunca tocou no assunto e eu não me importava em saber, antes.
"Sabe, foi a minha escolha. Havia tantos deles, muitos tentavam abrir janelas e portas, ou até arrombar. Eles gritavam por mim, mas os mortos vieram atrás deles. Mulheres, crianças, famílias me chamavam enquanto eram destroçadas, implorando misericórdia. Condenando-me ao inferno." Padre chorava cada vez mais, contava que enterrou seus ossos, de todos eles.
Eu que estava em pé ao seu lado direito de braços cruzados, apenas observando tudo e digerindo o que esse homem fez, revirei o olho e sentei no banco ao lado de Carl, que o olhava incrédulo também.
"Deus mandou vocês aqui para me punir." Assim que termina a frase o homem cai no chão, chorava igual uma criança com um joelho ralado, porém sem os gritos, apenas soluços.
Padre se condenava a cada palavra que dizia, caía no chão como uma cena de drama de filme teen. Patético.
Todos escutaram um assovio vindo de fora,Glenn foi até uma janela e olhou, quando voltou seu olhar a nós disse: "tem algo lá fora, alguém, deitado na grama."
Sasha correu para fora fazendo os demais acompanhá-la. "Bob! Bob!" Era o que ela gritava, sentia um sentimento de dor e preocupação em sua voz. Como não sou boba, fui até eles ver o que estava acontecendo.
O homem, no qual não tive tanta proximidade ontem, estava sem uma perna. Alguns pegaram ele e colocaram para dentro da igreja, outros matavam alguns zumbis que vinham em nossa direção.
~
O homem falava o que havia acontecido, não estava tão perto, mas as vozes faziam eco no local. Pelo o que entendi, ele foi pego por um grupo de poucas pessoas, comeram sua perna na frente dele. Sua voz era falha, quase não tinha forças, mas lutava para conseguir informar a seus amigos o que havia acontecido.
"Tem um sofá, na minha sala. Sei que não é muito, mas..." O padre deixa a frase no ar. Sasha o olha e apenas manda um "obrigada." Com os olhos marejados de lágrimas.
Olhando eles assim, vejo uma verdadeira família, me pergunto se um dia vou me encaixar assim no grupo deles. Eles tem confiança, afeto e carinho, apesar de tudo isso. E eu só consigo demonstrar isso ao Jake. Tenho me esforçado, já que minha intuição diz para confiar. Mas as vezes não é fácil, ainda mais quando se tem dúvidas do que acredita.
Sou tirada do meu pensamento com Judith chorando. Vejo Carl levando sua cesta/berço para um dos quartinhos, faz um tempo que não vejo bebês e ainda não tive a oportunidade de vela de perto. Decido ir até lá, deixando os adultos resolvendo essa situação.
"Oi." Falo entrando de vagar no quartinho, Judith ainda chorava, porém Jake foi a seu encontro e deitou do lado da cestinha, a criança curiosa olhou o cachorro grande e peludo e parou de chorar.
"Parece que Jake gosta da família Grimes." Sorrio para o Carl que dá um risadinha soltando um sorriso leve. "E nós gostamos dele e de sua dona." Ele fala e eu dou um sorriso de leve desta vez.
"Seu pai... Ele..."
"Não liga, ele não fala tanto com você, mas não significa que não queira no grupo, só está aflito e desconfiado em questão a Gabriel." Carl fala e eu sento no chão encostada na parede.
"Sabe, eu vi vocês se tratando nesses dois dias, como uma família. Me deu saudade da minha, meu tio, minha mãe e até... Meu pai." Olho para o garoto Grimes que já estava me encarando sentado ao meu lado.
"Você pode fazer parte da nossa família, por Glenn e Maggie já faz, mas de um tempo ao meu pai."
"Claro, obrigada pelo conselho. Com pensamentos que o líder do grupo não confia em mim, é meio difícil fazer parte." Falo e quebro o contato visual olhando para Jake e Judith.
"Ele apenas está "ocupado" com o Gabriel, conversa com ele, prometo que não vai se arrepender."
"Vou pensar, cowboy." Olho divertida ao garoto que vira um pouco o rosto com os olhos para cima. "É de xerife, não cowboy." Ele arruma seu chapéu.
"Quando disse que por Maggie e Glenn eu já faço parte, o que quis dizer?" Estava confusa, sentia algo diferente em relação ao casal, como uma conexão. Não forte como com Jake, mas era uma conexão.
"Eles querem você no nosso grupo." Carl só fala isso e olha sua irmã e meu cachorro. Soltou um sorriso de canto e abraço minhas pernas olhando a mesma cena que Carl.
Continua...
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BY HERSELF -carl grimes
General Fiction𓂃𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐃𝐞𝐚𝐝 (𝐂𝐚𝐫𝐥 𝐅𝐚𝐧𝐟𝐢𝐜) • Ayla. Uma garota que com 12 anos perdeu seu tio por zumbis, vive em um apocalipse sozinha, até encontrar um cachorro, ou melhor, ele há encontrou. Sem esperança, sem felicidade, sem vida...