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"Ok, agora somos nós dois contra

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"Ok, agora somos nós dois contra... Essas coisas."

Ayla pov:

Fazem mais de 4 meses que Jake morreu, parei de contar quando fez 4 meses e 26 dias. Sobrevivo só com enlatados e água que tem na casa. Sem ninguém para conversar, sem alegria, sozinha...

Bom, até hoje.

Estava deitada no sofá da sala lendo gibi, minha única "diversão" aqui, quando escuto um barulho vindo da porta da cozinha. Vou andando de vagar até a porta com uma faca na mão, quando me viro pra ver o que é...

"Será que estou alucinando?" Me pergunto quando vejo.

Abro a porta deixando o animal entrar, era um cachorro. "Como você conseguiu chegar aqui?" Pergunto seguindo o cachorro que corria pela casa. "Ei, calma!" Falo para o animal a minha frente e ele senta no chão com a língua pra fora.

"Você tá sujo. Será que tá machucado?" Pergunto indo passar a mão nele, mas ele rosna um pouco me fazendo afastar. "Tudo bem, no seu tempo. Só que eu preciso ver se você tá ferido, apesar de não parecer..."

Dou a mão para ele cheirar e assim ele faz, fica um tempo cheirando e eu tentando transmitir segurança para ele. Até que, finalmente, ele vem com a cabeça me fazendo acariciar seus pelos pretos e grandes. Ele parecia um lobo, pelos pretos, olhos castanhos e alguns pelos sujos de lama.

"Vamos, vou lavar um pouco esses seus pelos." Subo as escadas e ele vem junto. Não sei como ainda tem água nessa casa, mas tem, eu tento não gastar muito durante esses meses aqui.

~

Sabe, faz tanto tempo que não falo com alguém, que parece um sonho. Não me acorde se for um." Converso com o cachorro no meu colo, ele não estava "limpo" só tentei tirar um pouco da sujeira pra não gastar tanta água. "Você precisa de um nome, deixa eu pensar..." Fico pensando em nomes para o cachorro mas nenhum vem na mente.

"Será que Jake se sentiria ofendido ou lisonjeado se eu desse o nome dele a você?" Pergunto pra ele enquanto passava a mão em seus pelos.

Ele late em resposta e eu o olho confusa. "Você gostou? Do nome Jake?" Ele late de novo, eu entendo isso como um sim. "Jake, se sinta lisonjeado, ok?" Falo para ninguém específico ou talvez para meu tio.

~

Mais um mês se passou e eu e Jake estamos bem, mas com problemas. Perto da casa está a cada dia com mais mortos e a água acabou, o que já era de se esperar. As comidas estão acabando também, vamos ter que sair da casa.

Pego uma mochila e vou para cozinha, jogo todos os enlatados que sobraram e garrafas de água, pego uma faca grande de reserva caso a que eu estou usando quebre. Junto tudo e coloco umas roupas minha também.

Pego uma jaqueta jeans e visto. Era do meu tio. Arrumo coldre na cintura e na perna, coloco a Glock, balas e minha faca. O silenciador coloquei na mochila.

Para ser sincera, não tô muito confiante se vou sobreviver, mas se eu ficar posso morrer e se ir também. Ambas são decisões "suicidas".

"Tá bom, agora deve ser..." Olho pela clarabóia da casa. "Meio dia, por aí"

Olho para o cachorro que estava deitado no chão olhando para janela. "Eu vou tentar não morrer e te proteger. E você, tenta não nos matar, ok?" Pergunto e ele me olha.

Coloco a mochila nas costas e dou uma olhada nas portas vendo qual é a melhor para sair.

"Jake, não ataca, ok? Só quando eu mandar." Falo para o cachorro que tomba a cabeça de leve para o lado. Acho que temos uma conexão, por isso me entende.

"Ok, agora somos nós dois contra... Essas coisas." Falo e saio de vagar pela porta, Jake vem logo atrás de mim andando ao meu lado. Parece que tem mais mortos do lado direito, pois o esquerdo está cheio de carros. Agora a questão, direito, esquerdo ou floresta?

Decido ir pela floresta, talvez seja melhor. Vou andando com a faca na mão e jake atrás, vejo um deles logo a frente, mas está sem as pernas então sigo caminho.

Ando tanto que já está escurecendo, vejo finalmente uma estrada e corro até lá. Olho em volta vendo só alguns carros, vou passar a noite em um deles hoje.

Chego perto de um com um morto dentro, ando até o de trás que aparenta não ter nada. Abro a porta e realmente não tem nada, sorte talvez? Olho no banco de trás e nada.

"Bora, Jake! Entra." Mando o cachorro que assim faz. Entro também, fecho a porta, janelas e tranco. Sento no banco de trás e Jake deita no meu colo, faço carinho nele olhando em volta, já estava quase tudo escuro, meu medo e ansiedade estavam há mil. Eu tenho apenas 13 anos e já vivo em um mundo assim? Sozinha? Só com um cachorro. O meu único companheiro.

Continua...

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BY HERSELF -carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora