capitulo XIX

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Cheguei em casa, subi direto para meu quarto, e joguei minha mochila pelo chão. Tirei meus calçados, e sentei na cama. Peguei meu celular feliz da vida, e entrei no whatsapp, logo indo no grupo mandar a novidade para o pessoal.

Ai, merda. Tinha esquecido desse detalhe, não posso contar para eles. Gallagher me mataria se eu "revelasse" onde ele se esconde. Que ódio.

Mas pensando pelo lado bom, eu finalmente consegui a vaga. Meu sonho está se realizando, e isso é incrível.

Sebastian: __entrou com um cesto de roupas sujas__ ah, você já chegou! Porque não avisou? Eu e sua mãe estávamos preocupados com a demora.

- foi mal pai, eu estava apertada para ir ao banheiro, dai tive que subir correndo.

Sebastian: tudo bem, mas da próxima vez fale quando chegar. Faz quanto tempo que está ai?

- não muito.

Sebastian: entendi, e como foi o passeio? __perguntou enquanto recolhia algumas roupas sujas do chão__

- foi bom, ótimo para falar a verdade.

Sobre isso eu não menti...

Sebastian: fico feliz em ver você saindo desse quarto, indo viver a vida, ao invés de ficar o dia inteiro nesse aparelho __se referiu ao celular__ tem mais roupa escura para lavar?

- não, acho que só essas mesmo que o senhor pegou...

Sebastian: do que você me chamou?

- de senhor?

Sebastian: sabe que eu não gosto quando me chama assim, me sinto velho.

- mas você é velho.

Sebastian: __largou o cesto no chão, cruzando os braços__ e você é uma mal educada.

- só por falar a verdade? __provoquei__

Sebastian: __suspirou__ você não nega que é filha da elisabeth.

__gargalhei__ e o Finn, onde ele está?

Sebastain: trancado no quarto, disse que não quer ser incomodado. __pegou o cesto novamente__ acho que está jogando, em ligação com o Louis.

- que novidade __revirei os olhos__

Ele riu, e foi em direção a porta

Sebastian: bom, se quiser descer... vamos fazer um cineminha lá em baixo daqui a pouco, assistir alguns filmes.

- ah, eu vou sim, Pode deixar.

Sebastian: beleza __saiu__

Meus pais sempre aproveitaram os finais de semana para fazer uma maratona de filmes na sala, eles cobrem as entradas de luz com lençóis para ficar tudo escurinho, igual um cinema mesmo. Fazem pipoca, ou pedem comida pelo aplicativo. Eu participo na maioria das vezes, mas Finn não curte muito.

Meu irmão não gosta de passar momentos com nossa família. Depois que nos mudamos para cá, e que minha mãe casou com Sebastian, ele nunca mais aceitou fazer parte de momentos como esse, isso eu chamo de falta de maturidade.

(...)

Depois de ficar um tempinho no mundo da lua, eu coloco uma roupa confortável e vou em direção as escadas para descer, mas antes passei no quarto de Finn.

- ei seu bosta, não que ir lá pra baixo? __abri sua porta__

Ele estava sentado em sua cadeira, de frente para o computador e com fones de ouvido. Sem responder.

Fui até ele, fiquei em seu lado logo tirando seu fone.

Finn: o que foi, caralho?

- perguntei se você não quer descer.

Finn: pra que?

- hoje é a noite de filmes, esqueceu?

Finn: ah sim, a noite de filmes. __colocou os fones novamente__ não to afim, vai você.

- ah qualé, você nunca quer participar!

Finn: s/n eu estou no meio da partida, será que da pra parar de encher meu saco e sair logo?

- não, eu não saio daqui enquanto tu não me der um motivo descente. __cruzei os braços__

Finn: menina chata. __falou baixo, revirando seus olhos__

- o que você falou?

Finn: __suspirou__ o que você quer que eu fale, querida? __deu um sorriso forçado__

- porque você nunca participa da noite de filmes, ein?

Finn: porque eu não gosto.

- mas sempre fazíamos isso no Brasil.

Finn: foda-se?

- porra, cade o Finn que eu conheço? Cade aquele garoto feliz, que sempre fazia de tudo para ficar com a família?

Finn: ele morreu, a muito tempo. __respondeu simples__

- eu quero meu irmão de volta, Igual aos velhos tempos. Lembra de quando você deixou de ir em uma festa, só para poder fazer um bolo comigo e com a mamãe? É disso que eu sinto falta.

Finn: mas isso foi antes.

- antes de que?

Finn: antes daquele idiota entrar nas nossas vidas, e acabar com tudo.

Eu apenas fiquei calada, com cara de paisagem. Já sabia de quem ele estava se referindo.

Finn: eu já sou obrigado a morar em baixo do mesmo teto que ele, mas forçar intimidade já é demais.

- ele não está forçando nada, apenas quer que você não se sinta excluído da família.

Finn: acho que esse imbecil já está querendo demais, não acha?

- não fala assim do nosso pai, ele faz de tudo por você!

Finn: ele não é meu pai. __me encarou, perdendo o foco da partida__ e nunca vai ser.

- porque você está falando desse jeito?

Finn: desse jeito como? Apenas falei a verdade, ele não é meu pai, e muito menos o seu. E acho que já está na hora de perceber isso! nosso pai está no Brasil, e não dentro dessa casa.

- ta bom, você que sabe.

Finn: tchau, s/n. __disse seco__

Ele falou de forma grossa, fazendo eu sair dali com raiva, fechando sua porta com força.

(...)

Desci para a sala, onde vi minha mãe e meu pai deitados no sofá, juntos. Eles estavam enrolados nas cobertas escolhendo o filme, e meu tio havia acabado de chegar com a pipoca e o refrigerante.

Continua...








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