Capítulo 4
Francisca
No domingo de manhã, Fabíola e eu fomos à missa. Essa era a nossa rotina aos domingos. Françoah sempre nos acompanhava a missa, entretanto nesse dia, ele não foi porque estava sentindo muita dor em seu braço. Então ele preferiu ficar repousando em cama.
No final da missa, Fabíola e eu fizemos o nosso trajeto de volta para casa. Distraidamente, nós vimos uma pessoa caminhando em nossa frente, alguém caminhava com muita dificuldade, parecia muito fraca. Porém, lutando contra a sua fraqueza ela tentou andar mais adiante, as suas pernas enrolaram uma na outra e ela acabou caindo no chão.
Eu e Fabíola levamos um tremendo susto com o estampido do seu corpo indo de encontro ao chão.
Nós nos aproximamos dela e vimos uma jovem com o seu rosto enterrado ao chão, ela estava bastante suja e parecia que não comia durante dias. O seu rosto estava coberto por um lenço claro e encardido, o lenço estava sujo, assim como o seu vestido azul marinho.
Ela tentou olhar para nós, e murmurou com grande dificuldade.
-Por favor, eu preciso de ajuda! Eu sinto fome... cede...
-O que nós faremos?
Fabíola questionou-me com os seus olhos mega redondos de temor.
-Nós não podemos deixá-la dessa maneira! Isso seria um pecado! Acabamos de retornar da igreja! Deus sempre nos recomenda a fazermos caridades e essa é uma delas.
Nós chegamos a casa, trazendo a jovem conosco, ela caminhava com muita dificuldade, apoiando as suas mãos em nossos braços. Ela estava muito inerme, carecida de comida e água fresca. Assim que nós alcançamos a sala, colocamo-la sentada no sofá, Fabíola correu até a cozinha e trouxe um copo com água e também uma fatia de pão.
Primeiro, a jovem comeu o pedaço de pão e seguidamente bebeu toda a água da caneca. Ela passou as costas de sua mão em seus lábios pálidos e removeu o resíduo de água e pão. A jovem em trajes deploráveis nos olhou com gratidão e sorriu fracamente.
-Obrigada! Vocês mataram a minha cede e a minha fome de alguns dias.
-Como você se chama?
Fabíola perguntou, sentando-se ao lado da jovem. Parecendo tão familiar para a hóspede.
Prontamente, a moça, com o lenço encardido na cabeça, pareceu confusa e olhou para todos os lados. De alguma maneira, ela buscava recordar-se de seu nome.
Por fim, ela disse com consternação.
-Eu não sei.
-Você não sabe o seu nome?
A minha irmã insistiu, parecendo bastante surpresa.
-Eu... não ...me...lembro...
-Quem são os seus pais?
-Eu... não...sei...eu...não ...recordo-me...
-Calma. - Eu finalmente disse e também me sentei ao seu lado. Segurei a sua mão esquerda, dizendo-a.
-Acredito que você perdeu a memória. Alguma coisa muito terrível deve ter acontecido... talvez um acidente ou...
Nesse instante, nós interrompemos a nossa conversa quando ouvimos um ruído na porta da frente.
Françoah entrou na casa e caminhou para a sala. Ele ainda não havia visto a hóspede sentada no sofá. Porém, Fabíola levantou-se às pressas o informando.
-Irmão, nós temos uma hóspede.
Imediatamente, Françoah caminhou adiante e olhou para o sofá, nesse instante o seu olhar pode ver a jovem sentada ao meu lado. Eu ainda estava segurando a mão dela.
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O feitiço (Lágrima de Princesa,#1)
RomanceSalomé Princesas não choram... Essa foi a minha sentença há algum tempo atrás. Eu me recordo que eu sempre fui uma princesa muito feliz ao lado do meu pai, o rei Saulo. O meu pai sempre governou a província de uma terra distante. No castelo, morava...