Capítulo 5

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Capítulo 5

Françoah

Cedo na manhã, sentei- me em um tronco de árvore, segurando uma faca afiada. Diante de mim estava uma bacia de aço com três preás. Segurei uma delas e comecei a remover os seus pelos com o aço da minha faca.

O dia estava começando a esquentar. O suor começou a descer pela minha testa. Suavemente eu encostei o meu antebraço na minha dianteira e removi o suor da minha pele.

Novamente comecei a remover todos os pelos dos preás com a minha faca.   

Olhei adiante e vi alguém saindo da casa. Caminhando sem pressa em minha direção. O seu longo vestido azul claro suavizou ainda mais a sua imagem de uma pessoa castiça.

Em seguida ela parou diante de mim, e ajeitou o lenço sobre a sua cabeça, tentando ocultar ainda mais a sua cabeça.

-Olá.

Mirna disse e tentou sorrir, mas logo trancou os seus lábios quando eu ergui a minha cabeça e olhei em seu rosto. Eu estava absolutamente sério.

-Olá.

Respondi, descendo a minha cabeça e continuando fazendo o meu trabalho em silêncio. A minha voz foi ouvida com nenhuma delicadeza. Eu não costumava ser tão gentil com as mocinhas.

-Eh... Oh...Eu...vim...aqui...para...agradecê-lo pela escolha do meu lindo nome ontem à noite.

O seu olhar estava sobre mim, enquanto eu sustentava a minha cabeça baixa, olhando para o animal morto entre os meus dedos.

-Não precisa agradecer... Isso não foi uma gentileza.

Pausei e olhei para cima, em seu rosto.

-Isso foi uma necessidade.

Ela encolheu os ombros e permaneceu calada.

Eu percebi que o seu olhar estava grudado aos meus olhos verdes.

-Você não poderia ficar sem um nome. - Joguei a preá em outra bacia. - Não é mesmo?

Mirna se assustou com o animal caindo esticado dentro da outra bacia.

-O que é isso?

Perguntou-me então, desviando o seu olhar para o animal na bacia. Acredito que ela estava com pena do bicho morto.

-Um preá. - Continuei limpando outro preá. - Você nunca viu um preá em sua vida?

Mirna sacudiu a sua cabeça, informando que 'não'.

-Oh, eu me esqueci de que você perdeu a memória.

Murmurei com a minha cabeça baixa.

-Um preá não seria a primeira coisa que você pudesse se recordar. Ele não é bonito... - a minha voz começou a ficar sarcástica. - Ele não é atraente para as moças na sua idade.

-Ele é engraçadinho.

Ela confessou, tentando ser simpática.

-Tá aí. - olhei para ela novamente. -'Engraçadinho' é uma palavra digna desse bicho. - Voltei a ser sarcástico. -Não seria melhor você dizer que ele é horrível?

-Oh, ele não é tão horrível assim.

Mirna curvou-se e tentou tocar no animal morto na bacia. Porém, ela congelou quando ouviu a minha ordem.

-Não toque nele!

Imediatamente, ela encarou-me e puxou a sua mão de volta para ela, e voltou a ficar ereta.

-Ele não tem um cheiro agradável. - tentei explicá-la. - O cheiro desagradável pode ficar pregado na sua mão delicada.

-Tudo bem.

Ela tocou o lenço na sua cabeça com as suas mãos e olhou para a habitação atrás dela.

-Eu vou tentar ajudar as suas irmãs na cozinha.

Após isso, eu permaneci calado, olhando para baixo. O pelo do preá estava caindo dentro da bacia.

Brandamente Mirna virou-se de costas e começou a caminhar de volta para a casa. Após uma longa distância, eu ergui a minha cabeça e olhei em suas costas. Ela estava alcançando a porta dos fundos da casa.

Com aptidão inata, eu olhei para baixo, tentando terminar o meu serviço antes do almoço. 

O feitiço (Lágrima de Princesa,#1) Onde histórias criam vida. Descubra agora