Capítulo 6

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Capítulo 6

Mirna

-Oh isso é maravilho!

Fabíola gritou cheia de entusiasmo. E girando de um lado para o outro, em seu vestido rosa chá.

-Agora você inclina o seu corpo para um lado e gira.

Eu disse, fazendo isso, Fabíola fez o mesmo. Francisca estava sentada no sofá nos observando. Ela estava maravilhada com a minha desenvoltura para uma dança nobre.

-Onde você aprendeu essas coisas? - Francisca perguntou, os seus olhos brilhavam com anseio. - Você dança perfeitamente bem. Parece uma dama da nobreza.

-Eu não sei... o meu corpo atua sozinho.

Respondi fazendo uma reverencia para ela.

-Me ensina mais! - Fabíola exclamou, dando pulinhos. - Quando eu encontrar com algum príncipe, e ele me chamar para dançar, eu não quero fazer feio diante dele.

Francisca sacudiu a sua cabeça, achando que isso poderia ser impossível. A sua irmã nunca iria cruzar com um príncipe de verdade.

-Tudo bem. - Eu disse. - Segure a saia do seu vestido e gire três vezes para o seu lado direito e em seguida faça uma reverencia para o cavalheiro na sua frente.

Nós duas rodamos e fizemos tudo o que eu disse.

Contudo, eu rodei para mais longe e fiz uma reverencia imaginando que havia um cavalheiro diante de mim.

Quando eu ergui a minha cabeça, as minhas bochechas ficaram vermelhas. As minhas pernas ficaram fracas. Eu estava diante dos olhos verdes de Françoah. Ele estava em pé na minha frente. Completamente sério, olhando para mim. Eu havia sem querer, pagado reverencia para ele.

Françoah tinha chegado à sala e nós não tínhamos visto a sua entrada na casa. Mas ele havia observado os nossos movimentos de dança.

-O que significa isso?

Perguntou rudemente, a sua voz pareceu como alguma mão me empurrando para trás. Automaticamente eu caí sentada no chão. Timidamente sem entender a minha fraqueza.

Fabíola e Francisca olharam para mim com as suas bocas abertas. Nem elas entendiam a minha reação retraída e covarde diante de Françoah.

- O que está acontecendo aqui?

Ele insistiu irritado. As suas bochechas estavam coradas de raiva. - Eu anseio uma resposta agora!

Engatinhei no chão e me levantei lentamente. - Perdão, eu só estava ensinando uma dança a sua irmã Fabíola.

Respondi com a minha cabeça baixa, eu sabia que os olhos furiosos de Françoah estavam sobre mim.

-Sim, irmão, ela estava ensinando-me uma dança linda. - Fabíola apressou-se em articular. - Quando eu encontrar um príncipe de verdade, eu não quero fazer feio diante dele.

Françoah sacudiu a sua cabeça, indignado.

-Isso é ridículo!

Ele caminhou para a sua irmã Fabíola e parou diante dela. -Fabíola, ponha-se em seu lugar. Nós somos plebeus, nós nunca iremos nos misturar com pessoas de sangue real. Viva a sua realidade e pare de sonhar com príncipes encantados!

Ele virou-se costas e começou a andar em outra direção, articulando.

-Eles existem, mas nunca permitirão que nós entremos em seus mundos regados de ouros, fortunas e poderes.

Eu olhei para cima e vi uma sombra diante de mim, agora Françoah parou perante mim. O seu rosto estava rígido e contido por uma cólera incompreensível.

-Mirna, não alimente os sonhos estúpidos e ingênuos da minha irmã. Fabíola precisa entender que nós somos pobres, somos plebeus. - Ele encarou-me friamente. - E sangues plebeus jamais terão alguma chance de pisar em um reinado com sangue real.

-Sacudi a minha cabeça para baixo, concordando mansamente com ele.

-Desculpa-me, isso não irá se repetir.

Fabíola começou a chorar e correu para o seu quarto. Ela estava desapontada com as palavras duras de seu irmão. Todo o seu sonho de encantar um príncipe de verdade, ele havia se rompido naquele momento.

-Não alimente os sonhos de Fabíola, ela é muito sensível. Eu tenho medo que ela sofra muito por causa disso.

Françoah insistiu.

-Tudo bem. - Concordei. - Eu farei o que me pediu.

-Ótimo.

Ele pronunciou, descruzou os braços em suas costas e caminhou para um lado, assim deixando o meu caminho livre. Eu olhei rapidamente em suas costas. As suas roupas escuras, o ruído de suas botas no chão, o tornavam um verdadeiro verdugo.

   


O feitiço (Lágrima de Princesa,#1) Onde histórias criam vida. Descubra agora