Capítulo 9
Mirna
Terminado o jantar, nós retiramos a mesa, lavamos as louças e após isso, nós fomos para a sala. Fabíola e Francisca estavam respectivamente curiosas para saberem a respeito do compromisso de seu irmão na casa dos pais de Cassarola.
Elas desejavam que ele retornasse logo e contasse-lhes como havia sido o ocorrido.
Era pouco mais das 22 horas e nós ouvimos os ruídos da pata de seu cavalo.
-Ele chegou!
Fabíola exclamou e correu para a janela aberta. Nesse instante a porta abriu e Françoah veio dentro de casa como uma tempestade. A porta da frente soou com força, se fechando novamente detrás dele.
Nós olhamos para ele e vimos a sua expressão abatida. Toda a sua alegria de quando ele havia trago horas antes, ela havia ficado no meio do caminho.
-O que aconteceu?
Francisca perguntou preocupada. Logo ela levantou-se do sofá.
-Hoje foi a pior noite da minha vida!
Ele exclamou e caminhou em direção ao seu quarto.
-O que aconteceu?
Fabíola insistiu.
-Me deixem em paz!
Ele berrou, entrou em seu quarto e bateu a porta fortemente, fechando-a novamente.
Porém, nós percebemos que ele trouxe de volta a capa amarela entre os seus dedos.
-Acho que deu tudo errado para ele essa noite!
Fabíola murmurou enquanto caminhando na ponta dos pés em nossa direção, dizendo em voz baixa.
-Ele trouxe a capa amarela de volta com ele.
-Estou com pena do meu irmão. - Francisca confessou. - Ele gosta dela.
Fabíola olhou para mim, sentada no sofá e teve uma ideia.
-Mirna, por que você não tenta conversar com o meu irmão? Talvez ele possa se sentir melhor.
Apoiei as minhas mãos em meu peito e perguntei bastante assustada. - Eu?
-Sim, Mirna. Faça isso. - Francisca reforçou. - Possa ser que ele se sinta menos 'fracassado' em sua companhia.
Duas batidas de leve na porta do quarto de Françoah e o local permaneceu quieto.
-Posso entrar?
Insisti com uma voz amigável. Primeiro a voz e depois os meus gestos.
Novamente, ele não respondeu.
Desci a minha mão na maçaneta da porta. Encostei a minha outra mão sobre a madeira da porta e a empurrei para trás com o máximo de cuidado.
Conforme a porta foi se abrindo eu fui vendo o seu quarto em vários ângulos e perspectivas.
Primeiro eu vi um guarda roupa velho, uma janela fechada, uma mesinha ao lado do leito, uma capa amarela sobre ela e finalmente a cama de solteiro.
Françoah estava sentado sobre a sua cama, com as suas costas encostadas na madeira de sua cabeceira. Os seus braços estavam repousados sobre os seus joelhos e ele roçava os seus lábios rosados em um de seus punhos. Ele fazia isso friamente, com o seu olhar distante e triste. A sua mente pareceu assimilar todas as cenas ocorridas na casa dos pais de sua amada Cassarola.
-O que você está fazendo no meu quarto?
Ele perguntou ainda roçando os seus lábios em seu punho. O seu olhar ainda estava distante de mim. Ele sabia que era eu devido a minha voz e a cor do meu vestido azul claro.

VOCÊ ESTÁ LENDO
O feitiço (Lágrima de Princesa,#1)
RomanceSalomé Princesas não choram... Essa foi a minha sentença há algum tempo atrás. Eu me recordo que eu sempre fui uma princesa muito feliz ao lado do meu pai, o rei Saulo. O meu pai sempre governou a província de uma terra distante. No castelo, morava...