彡 Corbyn Besson
12 de julho de 2019.
┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄┈┄O bipe não para de fazer barulho e eu sinto vontade de jogá-lo na parede. Eu já estou na emergência e aquele aparelhinho maldito continua apitando. Em minha frente, uma senhora de, mais ou menos, cinquenta anos que sofreu um acidente. Ela está coberta de sangue e respira por aparelhos. O desespero prossegue quando entramos no pronto-socorro com tanto sangue espalhado envolta da senhora.
"Meu Deus, desligue essa merda!" Jonah grita enquanto mudamos ela da maca ambulatória para a maca do hospital.
"Eu já tentei, porra!" grito e tiro o bipe do bolso, o jogando na parede. As pessoas na sala arregalam os olhos, mas eu ignoro e foco na paciente em minha frente.
As enfermeiras aplicam injeções enquanto Jonah verifica a pressão. A senhora está desacordada, mas ainda sente dor, já que é possível ouvir alguns grunhidos saindo de seus lábios. Os batimentos começam a cair e os níveis de oxigenação também.
"Vias aéreas obstruídas." Jonah grita. "Traqueostomia de emergência!" ele me encara. Ah, claro, eu ia fazer a traqueostomia.
Bufo e ajeito a mulher na maca. Coloco minhas luvas num ato rápido e a enfermeira me passa o bisturi. Com cuidado, abro a superfície abaixo de seu pescoço, próximo à sua traqueia. Um pouco de sangue espalha pela região e eu engulo seco. Insiro uma cânula na região cortada e solto um longo suspiro quando vejo que os sinais vitais estão voltando ao normal. "Coloquem no andar da cardiologia." falo, tirando as luvas das mãos.
Jonah é tão mais calmo que eu porque, quando saímos do P.S., ele já está sorridente e próximo para atender a próxima pessoa. Eu continuo com o rosto pesado e com o coração acelerado. Paro em frente à sala de tomografia e fico ali, divagando meus pensamentos. Pensando em quais eram os motivos que me faziam estar naquele hospital.
"Doutor Besson?" uma voz feminina diz e eu me viro. A morena tem pele clara e olhos castanhos chamativos. Ela está com uniforme de enfermeira e de cabelos presos em um rabo-de-cavalo. "Acho que isso é seu." ela estende a mão com o bipe preto.
Minhas bochchas coram e eu arregalo os olhos. Lembro do momento de raiva. Pisco algumas vezes, tentando formular uma frase descente para a enfermeira. "Mil desculpas." é só o que digo. "Fiquei nervoso com esse trequinho tocando no meio da emergência." pego o aparelho de sua mão. Nossos dedos se tocam e percebo o quão fria ela está.
"Aliás, o senhor foi muito bem na traqueostomia." seu sorriso é amigável.
"Não me chame de senhor. É Corbyn." sorrio, tentando deixar o clima menos formal. "E obrigado. Há um bom tempo não fazia isso." dou de ombros e ela ri fraco. "Aliás, seu nome...?"
"Ruby. Sou enfermeira, mas acho que você já sabe disso." ela ri sem jeito e eu mordisco o lábio inferior. Ela é uma mulher bonita, coisa que não passa despercebida por mim. "Eu preciso voltar ao trabalho."
"É, eu também." pisco algumas vezes, retornando à realidade. "Obrigado pelo... trequinho." brinco e ergo o bipe. Ruby ri fraco e sai dali com os passos rápidos, seguido diretamente para o elevador. Balanço a cabeça negativamente e encaro o bipe em minhas mãos. Era engraçado como um toque daquilo e tudo se transformava um caos.
Caminho alguns metros, pensando em como nunca tinha reparado em Ruby. Estava trabalhando no hospital há quase dois meses e malmente conhecia o pessoal que trabalhava comigo. Meu pensamento se afasta quando o celular vibra em meu bolso. Jack convidando os caras para um almoço no clube e uma partida de golfe. Golfe. Ele queria conversar alguma coisa. Jack tinha dessas, às vezes.
"O que você acha que ele vai contar?" Jonah se aproxima, por trás de mim, encarando o próprio celular. Deixo uma risada escapar e encaro meu melhor amigo.
"Desde que não seja um filho." dou de ombros e Marais revira os olhos. "Te vejo no almoço."
"Também te vejo, Tio Corbyn." ele debocha e eu levanto o dedo do meio de forma discreta.
❃•❃
A risada de Daniel ecoa pela minha mente. Confesso que ainda me sentia afetado por todo o lance de Sarah, mas tentava evitar qualquer reação errada, afinal, éramos amigos. As histórias de Zach persistem por alguns minutos, até que Jonah toma a posse do espaço de fala. Marais nunca foi uma pessoa boa respeitando momentos.
"Desembucha, Avery." ele fala. Jack ajeita os cachos bagunçados e respira fundo.
"Eu estou namorando." Jack diz. Jonah ri. Ele ri tão alto que algumas pessoas olham para nossa mesa. Zach não diz nada e Daniel muito menos. Eu, provavelmente, estava com o rosto contraído. Não era bom com expressões faciais. "Para de rir, Jonah. É sério."
"Com quem?" Jonah pergunta e ajeita o blazer azul marinho que está em seu corpo. "Preciso conhecer a corajosa."
"Você conhecem." Jack dá de ombros e nós nos entreolhamos. "Eu e a Elle nos demos bem de cara."
Isso era sério? Jack conhecia Elle igual eu conhecia Sarah, em questão de tempo. Jack e Elle estavam namorando, enquanto eu entrava escondido no apartamento de Sarah para as amigas dela não descobrirem. Céus, não é possível.
"Uau." Zach diz e balança a cabeça, incrédulo. Ele bate palmas algumas vezes e Daniel o acompanha. "Ela é linda. Fora que tem uma energia incrível."
"Exatamente por isso me apaixonei." Avery dispara com a voz embargada. Ele estava realmente apaixonado, era fofo.
"Menos um, cara." Daniel diz e me encara. Eu rio fraco e mordisco o lábio inferior. "Parece que somos apenas eu e Corbyn solteiros."
"Em que momento todos nós crescemos?" Jonah diz. Na verdade, eles cresceram. Eu tinha vinte e poucos e ainda agia como um adolescente na puberdade.
"Quando crescemos não sei, só sei que quero jogar golfe." tiro o guardanapo que estava posicionado em minhas coxas e o coloco em cima da mesa, já afastando-me da cadeira e levantando. "Vejo vocês lá." coloco o óculos de sol que estava no bolso de minha camisa e caminho para fora do restaurante do clube.
Eu estava fugindo dos meus problemas, é. As coisas não eram tão tranquilas quanto a vida de meus amigos e eu mal sabia o que queria com Sarah – a qual tinha alugado um triplex em minha mente, pra variar. Acordei na casa dela nessa manhã mas nenhuma mensagem foi recebida, e isso me torturava. Não sei como era possível tudo ser tão complicado e difícil quando se tratava da minha vida amorosa.
No vestiário, troco as calças jeans por uma alfaiataria própria para golfe e a camisa de tecido é substituída por uma polo azul. Por que a roupa de golfe era tão ridícula? Não sei como os caras se levavam a sério com aquelas vestes.
Saio rapidamente dali e ando até o campo de golfe. Para minha surpresa, todos os meus amigos já estão ali e trocados. "Certo, eu fui o primeiro a sair da mesa e o último a chegar."
"Trocamos de roupa nos vestiários do lado do restaurante." Jack diz, como se fosse óbvio. Eu nem sabia que tinha um vestiário ao lado do restaurante.
Solto um suspiro involuntário e puxo um taco do saco que Jack havia levado.
❃•❃
oii, perdão pelas demoras de att... ando bem sem criatividade :( enfim, o que vcs acharam da Ruby? 🥲
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s.o.s. wedding ✩ corbyn besson.
Fanfiction❝Eu realmente vou ter que ser madrinha junto com esse idiota?❞ Aonde Sarah e Corbyn serão padrinho e madrinha do casamento de seus melhores amigos. - Plágio é crime, não permito adaptações.