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Sarah Louise
     25 de julho de 2019.
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Encaro a taça de vinho em minha frente. Minha garganta fecha e eu pressiono meus olhos, sentindo algumas lágrimas acumulando ali. Atualizo a página do Instagram de Corbyn, na esperança de ao menos um sinal de onde ele está. Há dias eu não sei nada dele.

Nos primeiros dias, achei que ele só estava me evitando e não quis ir aos ensaios do casamento. Depois percebi que, de fato, ele não estava na cidade. Jonah comentou que ele pediu alguns dias de folga do hospital, mas não deu mais detalhes. Lembrei-me do dia das compras para a casa de Corbyn, quando disse à ele que nunca tinha namorado ninguém.

Eu era uma bola de mentiras.

Engulo todo o líquido da taça e sinto a queimação na garganta. Respiro fundo e, pela milésima vez, choro. Era sábado à noite e eu estava chorando por um cara que tinha ido embora. Tecnicamente, eu o mandei embora, mas, pensar nisso, me deixava pior. Falta exatamente um mês para o casamento de Anne e Jonah e todo esse pesadelo com Corbyn acaba. Minhas malas estão jogadas, vazias. Não sei por onde começar.

Me encosto na parede e suspiro fundo. Mais uma vez, as lágrimas aparecem em meus olhos. Da forma mais fraca em que já me vi, me arrasto até o chão, lugae aonde me sento e abraço meus próprios joelhos. Minhas bochechas molham e logo gelam. Meus olhos não conseguem segurar mais nada naquele momento.

O telefone ao meu lado pisca e vibra loucamente. Aaron continua me ligando e não percebe que, não, não quero saber dele. Recuso a ligação e digito o número de Corbyn. Encaro a tela por alguns segundos e fungo quando penso em apertar o discar.

Não sei se é um sinal do destino ou apenas uma desculpa mas, no exato momento em que vou ligar, uma ligação de Anne me interrompe.

"Você está em casa?" ela pergunta, antes de dizer qualquer coisa. "Preciso de você."

"Sim. Estou." digo curta e grossa. "O porteiro te libera." evito mostrar a fraqueza pelo telefone.

Desligo a chamada e me levanto rapidamente, tentando me recompor. Lavo o rosto com água gelada e vou para a sala de estar. Tento arrumar um pouco o local e me jogo no sofá, tentando segurar o choro.

Anne estava chegando e aquilo me assusta, porquê ela nunca viria se não fosse algo extremamente importante. Conheço ela há tempo o suficiente para saber que algo muito sério tinha acontecido, já que eram quase dez da noite.

Quando a campainha toca alguns minutos depois, corro até a porta e abro a mesma. Anne está com os olhos inchados e rosto vermelho e minha primeira reação é olhar sua mão. Me certifico de que a aliança de noivado ainda estão ali e sinto um peso sair de meus ombros quando percebo que o diamante permanece no mesmo lugar. A abraço docemente, mesmo que não saiba o motivo. No meio tempo em que a esperava, pensei em contar sobre Corbyn. Mas, agora, vejo que ela precisa mais de apoio do que eu.

"Amiga..." fecho a porta quando ela se afasta de meus braços. "O que aconteceu? Senta no sofá, eu vou pegar vinho pra gente."

"Água. Eu... Eu quero água." ela me interrompe e enxuga algumas lágrimas. Franzo o cenho mas a obedeço. Pego um copo com água gelada e minha taça de vinho, logo me dirigindo para a sala de estar. "Obrigada..." ela resmunga e pega o copo de minha mão.

"Então..." digo e a encaro. " tudo bem com o Jonah? Com sua família?" pergunto.

"Sim, sim. Não é nada com eles. Talvez um pouco com Jonah, mas..." ela diz e eu arregalo os olhos. Encaro o copo de água em sua mão.

s.o.s. wedding ✩ corbyn besson.Onde histórias criam vida. Descubra agora