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Sarah Louise
21 de junho de 2019.
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Em cima de saltos, observava a bagunça da boate. Estávamos em Malibu, obviamente não ficaríamos em casa num sábado à noite. Estávamos na parte VIP da balada e, dali, observávamos toda a multidão no andar de baixo. Respirei fundo e levei a taça de gin até os lábios, de forma que não borrasse meu batom. Aquele dia em específico era um dia difícil. Não estava pronta para deixar minha vida para trás. Encarei Corbyn, o qual estava numa pequena rodinha com seus amigos, e tive um pequeno lapso de realidade: as coisas ali estavam se tornando intimistas demais para uma pessoa que iria embora em alguns meses.

Eu era essa pessoa.

Precisava voltar para o Canadá. Achei que meus pais estavam na Grécia, mas me enganei. Naquela manhã, antes de ir à casa de Corbyn, recebi a ligação mais atordoante em anos. Ouvir a voz rouca de minha mãe pelo outro lado da linha arrepiou-me até a espinha. Meu pai era portante de Crohn. Ele lidava bem com a doença e com a medicação, mas, aparentemente, suas últimas visitas ao médico não tinham sido as melhores. Precisava voltar para casa, mas minha mãe pediu que só fosse após metade de julho, já que meu pai tinha mais algumas consultas pelos próximos dias.

Por meio segundo, senti a culpa me consumir. Me afastei dos meus pais por um bom tempo, principalmente pelas atitudes de minha mãe. Ela me criou com rigidez e eu nunca soube lidar muito bem com suas opiniões retrógradas. Ela achava que eu seria como ela, dona de casa, casada e com filhos. Na verdade, é isso que ela espera ver quando eu chegar no Canadá.

"Eles não estão fazendo falta, estão?" Corbyn disparou e fez com que eu desse um pulo, levemente assustada.

"Um pouco." soltei um suspiro. "Estou com muito sono e sinto meu corpo mole. Também quero vomitar e sinto minhas mãos suando."

"É normal, você não está acostumada a ficar sem." ele bebericou a cerveja em sua mão. "Aliás, você está bonita com esse vestido." suas mãos acariciaram minha cintura de forma delicada.

"Eu sempre estou bonita." dei de ombros e ri logo em seguida, fazendo com que Corbyn risse também. "Adoro essa música." sorri grande quando Take You Dancing começou a tocar.

"Eu amo essa música." Corbyn sorriu grande e puxou meu braço, fazendo com que nossos corpos se colassem. A taça que estava em minhas mãos acabou por derrubar um pouco de bebida, mas apenas ignorei e a deixei numa mesa qualquer ao nosso lado. "Vai dançar comigo."

"Posso fazer isso." debochei e ele riu.

Aquele momento foi um tanto quanto engraçado. Dançávamos grudados como se apenas nós dois estivéssemos ali. As mãos firmes do moreno seguravam munhão cintura cada vez mais perto dele. Com os braços envolta de seu pescoço, rebolei até o chão lentamente. Corbyn puxou-me para perto de si mais uma vez e continuamos ali, com as respirações misturadas.

Nosso redor parecia girar em 360 e em câmera lenta. Éramos eu e ele, perdidos numa dança ridícula, com toques firmes e de desejo. Besson encarava meus lábios como se quisesse borrar todo o batom vermelho que estava ali.

Na verdade, foi exatamente o que ele fez.

Enquanto a música estourava, Corbyn explorava cada canto da minha boca com sua língua. Cada vez que eu o beijava, parecia ser melhor do que a anterior. Quando o ar se fez preciso, Corbyn não escondia o sorriso e eu muito menos.

Com seu rosto sorridente em minhas mãos, senti meu mundo desabar. Aquilo tinha absolutamente tudo para dar errado. O Canadá me esperava e eu não poderia destruir Corbyn daquela forma.

s.o.s. wedding ✩ corbyn besson.Onde histórias criam vida. Descubra agora