Prólogo: Tae-eul

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Diário de um Rei

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Prológo: Tae Eul

11 de Novembro de 2022.

"Querido diário...

Hoje faz exatamente três anos que atravessei pela primeira vez o portal e conheci um Novo Mundo, o Reino da Coreia.
Lee Gon, tenta disfarçar, mas eu sei que ele está tentando esconder algum segredo para mim. talvez seja algo relacionado ao nosso primeiro encontro, talvez seja um Novo Mundo paralelo que ele tem encontrado. Mesmo depois de 3 anos, ele ainda me surpreende. Sempre que pode realizar uma surpresa romântica em algum lugar diferente, durante nossas várias travessias no portal.
Ainda me lembro da primeira vez em que atravessei o portal, a dúvida se tudo que ele dizia era real, dividido pela confiança das suas palavras em afirmar que de fato ele era o Rei do reino da Coreia. Lembro em como o meu coração estava acelerado, durante a travessia do portal, pela primeira vez, da guarda real nos aguardando no portal assim que chegamos no Reino.
Hoje, sempre que atravesso o portal, fico encantada toda vez que eu conheço um novo Reino ou uma nova República em tempos em linhas temporais diferentes.
Hoje completamos três anos de namoro, não acho que ele vai lembrar de uma data, sendo que segundo ele, desde que me viu pela primeira vez, enquanto eu realizava uma patrulha com a viatura e ele cavalgava pelas ruas da Coreia despreocupadamente, tinha decidido ali mesmo, durante minha abordagem destemida, que seria sua rainha."
Sorri da lembrança vívida daquele encontro, de todos admirados com sua beleza, do seu olhar surpreso quando o adverti. Seus olhos lentamente me reconhecendo, devido ao meu crachá que mais tarde soube que estava com ele a muito tempo atrás. Naquela época sua atitude despreocupada me deixou desorientada e irritada, como ele não poderia dar ouvidos a uma autoridade da lei. Agora, meu coração afunda com a lembrança. Dele descendo do cavalo lentamente, com o olhar atento sem desviar dos meus nem por um segundo. De caminhar até a minha direção sem hesitar. E após olhar meu crachá incrédulo, me abraçar repentinamente: "Finalmente te encontrei Tenente Jeong Tae-Eul", disse ele.
Se fechasse meus olhos agora mesmo, poderia lembrar da cena completa, da cidade brilhante, do vento gelado, das batidas do seu coração acelerados no meu ouvido, durante o abraço.
Sorri. Ah como eu tinha ficado irritada com ele na época.
"Passamos por tanta coisa desde então. Não temos muitos planos, apenas agradecemos o hoje. Vivendo um dia de cada vez, sem pressa.
Hoje vamos nos encontrar na fronteira do portal não estou levando muita coisa apenas uma mochila com uma muda de roupas meu diário uma Câmera fotográfica. Em uma caixa pequena, preparei estes mesmos itens como um pequeno presente para ele.
Desde que nos encontramos e resolvemos o problema da flauta. Decidimos registrar cada segundo da nossa vida, ele disse que queria fazer isso de uma forma clássica, registrando em fotos ou em palavras às vezes, em cartas. Espero que ele goste."
Fechei meu diário e o guardei-o na bolsa.
Lee gon, nos últimos dias anda bem reclamão. Ele viu um simpósio de física, em um panfleto na minha mochila e já tentou me persuadir de todas as maneiras possíveis para poder participar. Não é que ele não possa ir, mas ele não deve de verdade ir. É na República da Coreia. Se ele encontrar com a versão dele no meu mundo, nossa, seria um grande problema. Ainda lembro quando levamos o Wong para trocar de lugar, e bem, as pessoas percebem quando você não é realmente você. Seria uma confusão daquelas! Principalmente porque no reino ele não é apenas Lee Gon, mas sim O rei Lee Gon, Imperador herdeiro do Reino da Coreia.
Na verdade, acho que ele em parte está um pouco insatisfeito com essa situação, eu também estou, porque, por mim, contaria a todos aqui que ele é meu Lee Gon, a única pessoa que fazia meu coração acelerar e encontrar a paz ao mesmo tempo e bem... Que eu sou sua rainha. Mas essa é uma grande decisão. Não sei se estaria disposta a deixar minha vida, minha profissão para ser rainha e todas as suas formalidades. Ou se ele gostaria de ser apenas Lee Gon, um cidadão normal da República, sem súditos, sem reino e sem proteção.
Nos últimos dias tive um sonho ruim. O portal era fechado em definitivo. Mas não estávamos do mesmo lado. Mas em mundos opostos. Não tínhamos a flauta. Ninguém sabia da nossa história. E o tempo passava e passava e não conseguimos nos encontrar novamente.
Só de recordar perco o fôlego. A lembrança do sonho era sufocante demais e bem real, pois, era reflexo do que aconteceu conosco a um tempo atrás, dos dias de angústia sem saber se Lee Gon voltaria, das noites frias no portal esperando ele aparecer, da falta de esperança de nós encontramos de novo.
Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo baixo e olho o relógio. Meia hora?
Como tempo passou tão rápido?
Corri até a geladeira, peguei algumas barras de chocolate e garrafas de águas. Os chocolates seriam meu suborno, caso ele mencionasse novamente o Simpósio.
Deixei um bilhete para meu pai. Apaguei as luzes e deixei apenas a da varanda acesa. Chegando no térreo, verifiquei pela décima vez a bolsa, para olhar se não tinha esquecido de nada dessa vez. Tudo certo. Com um suspiro, corri para o carro lembrando da hora.

 
No caminho até o parque lembrei da versão Lee Gon reclamão, uma raridade, poucos conheciam essa versão. Acho que além de mim, talvez a madame Noh e o Wong, fossem os únicos privilegiados e que sediam com facilidade ao charme dele. Já que eu sou bem mais exigente com alguns pontos. E não sou tão fácil de ser convencida. Desde nosso primeiro encontro para ser sincera.
Amava quando ele tentava ser persuasivo, mas em especial no dia que ele viu o panfleto, com a reunião de vários físicos importante do mundo, das teses sobre mundo paralelos e afins, e da carinha dele de felicidade, sendo substituído pela tristeza de não participar mesmo que de longe.
"Eu posso usar uma peruca o que acha? Ninguém vai saber que sou eu" ele disse bem sério.
Sorri do seu comentário, antes e agora. Somente com a ideia de ver ele disfarçado para participar do evento. Bem a cara dele fazer algo do tipo, exatamente por essa razão. De tantas coisas que ele poderia querer do meu mundo em particular, ele queria algo normal, ir ao simpósio de físicos internacionais. 
Assim que cheguei no parque, estacionei o carro.
Em um lugar discreto. Sem movimentação. Olhei pelos retrovisores se não havia ninguém observando. Seguiria sozinha pela trilha até o portal, a última coisa que precisava era de alguém me seguindo, por curiosidade ou intenção.
Assim que desliguei o motor do carro, encostei minha cabeça no volante. Olhei a minha foto e do meu pai, pendurada no retrovisor. Hoje em dia, ele nem pergunta mais minhas saídas durante dias. Na primeira vez que ele realmente questionou, disse apenas que queria conhecer o país, viajar "sozinha" para conhecer as paisagens bonitas e aproveitar as folgas. Principalmente depois de ter ficado internada. Ele apenas concordou e eu fui. Com um pouco de culpa. Principalmente por ainda mentir, durante tanto tempo.
Encostei no banco. Fechei meus olhos afastando a culpa. Encarei a foto. Passei os dedos na pequena imagem do seu rosto.
Uma parte de mim, ficou feliz por apenas eu ter a lembrança dos acontecimentos daquela época aqui na República. E quase ninguém no reino da Coreia lembrar, apenas Lee Gon e Wong. 

Mas confesso que também tinha saudade de quando unimos os dois mundos. Quando pude conhecer a Madame Noh e conhecer sua história, contada por ela mesma ou ter apresentado o Lee Gon como meu namorado ao meu pai, pelo menos uma única vez.
Das reuniões com o pessoal no restaurante para comer frango e discutir sobre a vida. Dos nossos passeios a noite no cais da cidade. Dos meus amigos ajudarem o Lee Gon. Das noites no Café da Na-ri. Com ela sempre vendendo café a mais para o Lee Gon em troca do Maximus ficar no nosso quintal. 

Durante minha pequena caminhada até o portal, pensei em todos os prós e contras do que estávamos fazendo. E lembrei dos dias que não tínhamos essas opções. Apenas a incerteza.

 
O brilho avermelhado do portal, anunciava a chegada de alguém, vindo de outro mundo paralelo.
Assim que o vejo atravessar o portal, meu coração afunda com a alegria de vê-lo novamente depois de tantos dias.
Meu sorriso é inconsciente, assim como o dele.

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