Diário de um Rei

Capítulo 01

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Diário de um Rei: Capítulo 01

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Lee Gon, República da Coreia - 11 de Novembro de 2022.

Assim que atravesso o portal, encontro Tae Eul me esperando com o sorriso mais lindo que poderia imaginar. Como ela é linda, não importa o tempo ou lugar, mesmo depois de tantos anos e tantas promessas, sempre que vejo aquele lindo sorriso, tão iluminado, tão feliz, compreendo minha importância no mundo e o meu dever em sempre vê-la feliz, não importa o lugar.
Meu sorriso em reposta era gravitacional, não podia controlar. Andamos a passos lentos, em expectativa ao encontro, de apenas dias, mas para mim séculos. Meu sorriso foi aumentado à medida que me aproximava lentamente.
Assim que me aproximei, enlacei-a em meus braços em volta da sua cintura. Inspirei seu perfume durante um longo abraço. Quanta saudade.
-Senti sua falta Lee Gon. – Falou Tae Eul bem baixinho, quase como um sussurro.
-Também senti Tae Eul. – A abracei mais forte, como se não fosse o suficiente, nunca era. – Muita saudade de você, minha... – Afastei-me do abraço, para contemplar seu rosto. Olhei atentamente, acariciando sua face, capturando cada detalhe. – Como você está? Dormiu bem? Se alimentou bem? Tudo ocorreu bem durante esses dias? – Ela confirmou com a cabeça, seguido de um sorriso tímido. Suspirei aliviado, quando nem mesmo tinha notado que havia prendido a respiração. Ela parecia estar bem, mas ainda assim, ter sua confirmação aliviava meu coração.
Amava meu reino, mas o fato de não poder realizar uma simples chamada telefônica para minha namorada, o tornava uma prisão para mim.
-Você está bonitão – Disse ela de repente com um sorriso. – A onde estar planejando ir vestido assim? – Perguntou ela desconfiada. Nada passava despercebido daqueles lindos olhos.
Aquele comentário me lembrou do meu plano sem fundamento. E lembrei que parte dele, era ser mais contido, para convencê-la a ficar na República, pelo menos dessa vez depois de tanto tempo. Parte do plano se desfez assim que a vi, não estava em posição de pedir nada a ela, não depois daquele sorriso, apenas de atender qualquer pedido seu.
Se ela tivesse um décimo de ideia, do poder que exerce sobre mim... Desde o primeiro momento ou até mesmo antes de nos conhecermos. A forma como o nosso destino se traçou inúmeras vezes.
Ela era esperta. Estava olhando atentamente meus movimentos enquanto aguardava minha resposta.
Passei a mão na orelha e encarei o chão tentando lembrar das palavras que a convenceria que por hora, a melhor opção para esse final de semana, era eu ficar na República, no tempo presente.
-Se seus planos hoje, são de ficar aqui. – Supôs ela com um meio sorriso, balançando a cabeça- Sugiro começar a planejar um Simpósio de Física, mas no seu Reino Lee GOn e não deixar ver a sua mochila também. Agora...
Era como se ela pudesse ler minha mente. Sorri impressionado. Tinha trazido uma quantidade absurda de roupas, para todo tipo de ocasião, desde terno para Simpósio Internacional ou encontro com o pai dela, seguido de um pedido de casamento. Não teria sucesso no meu plano principal pelo visto. Se o plano de fachada estava caindo por terra, agora.
-Sabe Tae Eul – Disse descaradamente enquanto contornava sua frágil estrutura, minha repentina aproximação fez sua respiração acelerar, assim como a minha. - Você é absurdamente inteligente e encantadora sabia- A capturei pela cintura com um leve rodopio. A sua risada em resposta, era a melodia perfeita para nossa dança noturna.
-Meus planos minha rainha – disse baixinho próximo ao seu ouvido enquanto a colocava no chão – É ficar com você o máximo que eu puder conseguir, bem aqui. – Disse fincando seus pés em definitivo no chão.
Ela sorri brevemente, compreendendo aos poucos minhas palavras e a certeza delas.
Tae Eul girou seu corpo na minha direção, colando seus braços na minha cintura, seu leve aperto era reconfortante para mim, tinha o significado de pertencer a algum lugar. De casa.
-Você sabe que isso é arriscado, não é? – Ela perguntou bem séria. Encarei seus olhos e engolindo em seco, todas as possibilidades, de tudo isso realmente não funcionar e terminar em algo ruim. Para mim e principalmente para ela. Rapidamente tive um vislumbre do nosso passado, quando ambos passamos por momentos ruins.
Na República fui preso, com sorte por ela. Mas ela foi sequestrada e quase morta por aqueles infelizes. Somente aquela ideia, de vê-la desprotegida e correndo risco de vida, me fizeram repensar no meu plano, mas haveria outra forma de pedi-la em casamento? O quão arriscado meu ato romântico poderia terminar em algo ruim. Fraquejei em contar, ali mesmo, qual era meu plano de verdade. E fazer ali mesmo a proposta de casamento que tanto ensaiei. Gostaria de seguir à risca, do modo formal, mas sua segurança deveria ser minha maior prioridade, aqui, no reino ou em qualquer outro lugar do universo.
Abracei-a com mais força. O empasse fora instalado. Não conseguia decidir.

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