Season Finale.

Prólogo

PRÓLOGO:

Poucas flores. Muito verde. Cadeiras de madeira, nada muito chique. Nas mesas, haviam vasos com plantinhas, daqueles que decoram e você pode levar pra casa depois. Tinha até uma bicicleta na recepção, e no cesto dela, papéis para deixarmos felicitações e recomendações de filmes.

Mais Fani que isso, impossível.

Nada faltava naquele lugar. Aliás, nem mesmo crianças! Chegava a ser bizarro pensar que quase todas ali, eram filhos e filhas dos meus antigos colegas de classe. A Natália por exemplo, estava sentada bem na minha frente, comendo e, distraidamente, acariciando sua barriga que já aparecia.

O Alberto só não estava logo ao lado babando, porque andava pelo salão, todo empolgado, tentando registrar os primeiros passinhos do primogênito. Aqueles dois não perdiam tempo mesmo! O Eduardo, que mal tinha andado, já ia ganhar um irmãozinho no final do ano.

Enquanto observava o irmão e sobrinho da Fani, sorri sozinha ao me lembrar do Arthur e do Rodrigo: 

E foi aí que eu o vi.

Não o meu irmão, é claro! Muito menos o meu sobrinho. Mas sim, o motivo dele carregar aquele nome. O menino (agora definitivamente um homem) que costumava a ser o dono de todos os meus pensamentos, sentimentos, e sensações.

Ele usava um smoking, mas parecia completamente sem graça. E na mesma hora eu entendi o motivo: ninguém, nem mesmo o Léo, o próprio noivo, estava usando smoking.

O Rodrigo melhor do que ninguém deveria saber que o melhor amigo, se pudesse, estaria se casando de bermuda e chinelo. Eu apostava meus cachorros que foi com muito custo que ele colocou aquela camisa.

Enquanto ele cumprimentava a família da Fani, aproveitei o fato de estar longe para continuar reparando (até parece que eu conseguiria evitar!). Ele havia crescido. E como! Cortado o cabelo bem curto. Quando cheguei em seu rosto, esperava encontrar sua pele de bebê. Mas o meu queixo caiu.

Barba. O Rodrigo agora tinha barba!

Aquilo me chocou tanto que, sem querer, me aproximei um pouco mais da mesa, procurando desesperadamente vestígios daquele rosto que eu costumava conhecer. Meu desespero deveria ser tanto que atraiu até a Fani, porque ela apareceu do nada e falou baixinho: "Procurando alguma coisa, Priscila?" e quando eu já ia me virando para responder, conclui que ela não havia falado tão baixo assim. Porque ele ouviu. E olhou.

E aí tudo parou. O mundo girou. E como todo bom começo de temporada (principalmente a do seriado conhecido "minha vida") tudo mudou. Mais uma vez...