A professora e o Aluno [versão beta]

A primeira Prova

Henry fica estarrecido ao notar que Ethan conseguiu livrar ele do maior exposed da história do colégio J.J. Ainda trêmulo ele agradece o amigo.

— Obrigado, eu não sei como você conseguiu... — disse Henry extremamente surpreso.

— Toma sua carta. E toma muito cuidado com isso de botar seus sentimentos em palavras, papéis ou páginas na internet. Jack podia ter acabado com a sua vida. — disse Ethan ainda em choque.

— Eu sinto muito. — disse Henry empunhando a carta e preparando para rasga-la bem ao meio.

Mas Valentina surge depois de notar a movimentação nos fundos da sala. Ela se aproxima para cumprir o protocolo da escola e questiona os alunos.

— Que papel é esse? — soou a voz de Valentina rumo a Henry.

Os garotos ficam pálidos, e Jack esboça um sorrisinho observando a situação.

— Vamos, digam. Estamos em horário de prova. Que papel é esse? — insistiu ela.

— Esse papel é uma cola que eu pedi pro Henry me dar. Não precisa mais perder tempo, me manda pra diretoria. — disse Ethan em pé de imediato tentando livrar a cara do amigo.

— Não. — disse Henry com a certeza de que não deixaria Ethan pagar por aquilo.

— O papel por favor... — disse Valentina estendendo a mão.

— Você não precisa dar o papel. — sussurrou Ethan pro amigo.

— Esta tudo bem, eu quero isso. — disse Henry andando até a professora.

— Não faz isso. — esboçou Ethan olhando fixamente para a garota.

— Toma. É sua. — disse Henry entregando a carta na mão de Valentina.

Valentina pega a folha de caderno e começa a ler. Ela de imediato nota que se trata de uma carta de amor endereçada a ela mesma. Seu coração acelera e seu rosto fica corado e queimando de vergonha e constrangimento. Ela estava com uma declaração amorosa de um pirralho de 17 anos em mãos e nenhum protocolo dizia o que ela devia fazer.

Desestabilizada ela manda todos sentarem e apenas terminarem as avaliações. Suas palavras fogem e Henry pela primeira vez na vida é obrigado a encarar de frente uma situação embaraçosa dessas proporções. Os olhares se cruzam e Valentina gela fugindo o contato com o garoto.

A carta

Eu sei que eu não sou o mais o bonito da turma nem o mais engraçado,

muito menos o mais inteligente ou o que terá um futuro brilhante pela frente.

Não tenho um carro e ainda moro com meus pais. Nunca trabalhei na vida e

o  pessoal me apelidou de bebe chorão. As vezes acho que sou só uma piada nessa escola. As vezes eu tenho certeza.

Mas desde que você apareceu na minha vida, desde aquele dia em que te conheci, por mais patético que eu tenha sido, eu jamais esquecerei. Eu estou ficando louco.Aos fins de semana eu sinto saudade do meu nome na sua voz. E do seu abraço. Mesmo nunca tendo sentido ele.

Isso soa brega e cringe. Se alguém lesse isso me chamaria de gado ou coisa parecida.

Mas eu não me importo com o que pensam, te olhar vai continuar sendo as melhores horas do meu dia. Se em toda minha vida eu passasse sabendo que tenho 1% de chance de ter você um dia, eu morreria sonhando com isso. Se essa carta chegar em você é porque eu não quero apenas sonhar.

Assinado, o garoto que te ama e que daria a vida pra te chamar de minha.