Os dias passam

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Os dias passam e Henry ainda continua suspirando por Valentina, na verdade o fato dela ter lido sua carta parece que o fez sentir mais leve depois que toda a vergonha passou. Isso preocupava Ethan.

— Ela ter lido sua carta parece que não te afetou tanto no fim das contas. Você parece mais confiante. Esta sempre levantando a mão pra responder. Foi até no quadro resolver exercícios. Surpreendente. — sussurrou Ethan para Henry.

— Ahn? Ah, não tenho mais nada a perder. Ela já sabe de tudo, não me importo em parecer um idiota apaixonado. Eu toparia qualquer coisa só pra passar mais tempo perto dela. — disse o garoto olhando para Ethan com os olhos brilhantes.

— Você é um idiota apaixonado mesmo... — disse Ethan tacando uma bola de papel no amigo.

— Para disso! — disse Henry rindo e se virando novamente para o quadro.

Ethan sentiu o coração apertado, sabia que Valentina nem se quer sabia que Henry que havia escrito aquilo tudo. Apesar de não tirar nenhum proveito disso, Ethan se sentia culpado por não ter desfeito o  mal entendido. Ele por muitas vezes havia pensado em puxar o assunto com a professora e contar toda a verdade, mas seria algo muito estranho de se fazer. E Henry estava tão feliz ultimamente que era impossível ele contar que a professora nem sabia que foi ele quem escreveu a carta.

O sinal toca, já era a hora da saída. Valentina fica pra trás enrolando o fio da extensão do projetor que usou para dar aula. Como se tratava de um aparelho razoavelmente pesado, Henry deduziu que a professora precisaria de ajuda.

— Eu posso ajudar. — disse ele pegando o projetor dos braços de Valentina.

— Ah, não precisava. Mas obrigada. — disse ela um pouco surpresa com a atitude de cavalheirismo do menino.

— Vamos? — disse Henry.

— Claro, vamos até a diretoria. É lá que deixo esse aparelho nas sextas feiras. Em dias comuns eu levaria para minha casa. — disse ela andando lado a lado com Henry.

Depois de colocar o aparelho dentro da diretoria, Henry não consegue disfarçar o encantamento por Valentina e acaba a encarando com seus olhos azuis brilhantes. A professora fica um pouco sem jeito e se despede do garoto de forma tímida.

— Então eu vou indo, tchau Professora. — disse ele sorrindo enquanto saía para o corredor.

Henry fica flutuando de felicidade, ele havia conseguido ter alguma interação a mais com Valentina e isso o enchia de um sentimento inexplicável por dentro. Era como se todo o seu corpo estivesse encantado por um bando de borboletas azuis turquesa. Ele então passa em seu armário para deixar alguns livros de sua mochila. Mas antes que conseguisse abrir com a chave, ele é empurrado e prensado pelo braço de Jack na altura de seu pescoço.

— Eu vi o que você fez moleque idiota. — disse Jack rosnando com os dentes trancados.

— Q... — disse Henry tentando esboçar alguma palavra mas foi impedido pela pressão do antebraço de Jack em sua garganta.

— Eu li sua carta, sei que gosta dela. E agora tem se oferecido pra fazer hora extra perto dela, não é mesmo? Se afasta da professora Valentina. Se afasta dela. — disse Jack pressionando o braço contra o pescoço de Henry ate o limite.

Quando o garoto já estava ficando roxo, Jack o libera e Henry vai ao chão tentando respirar. Sem piedade alguma o valentão chuta parte dos livros abrindo caminho para sair dali o quanto antes.


A professora e o Aluno [versão beta]Onde histórias criam vida. Descubra agora