E P Í L O G O ༄

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— Não pense que vai me comprar só porque me convidou pra almoçar a comida maravilhosa que servem aqui na casa de Thomas.

— É minha casa também.

— Uumm, agora também é sua casa?

— É, mas não deixa ele saber que eu disse isso.

— Não importa, o que eu estava dizendo é que eu ainda não engoli essa história de você quase ter ido embora pra Itália sem me dizer nada. Dessa vez você foi longe demais, entendeu? Foi muita falta de consideração com a pessoa que atura todas as suas maluquices há tanto tempo. Eu.

As duas estavam sentadas à mesa ao lado da piscina na casa de Thomas... e de Nina, e tomavam um chá da tarde regado a uma discussão que Nina sabia que merecia.

— Cedo ou tarde você vai ter que superar e me perdoar, Cloe. Eu já disse que não foi nada pessoal, eu não pensei em nada nem em ninguém e eu sei que fui egoísta, tá legal, eu já admiti isso pro mundo inteiro, eu estava com raiva e agi por impulso, meus pais também ficaram possessos comigo, eu quase perdi Thomas e seu namorado quase pediu demissão.

— E ele tem toda razão. Você ia deixar meu namorado no comando da sua empresa sem qualquer aviso, você tem noção de como isso o enlouqueceu?

— Mas não fui a lugar algum e se tivesse ido Daniel daria conta, e de qualquer jeito, eu estou aqui, não estou? Não fui a lugar nenhum e já se passou uma semana, não entendo porque você ainda está brava.

— Eu vou ficar brava com você até... até eu decidir não estar mais.

— E isso vai demorar muito?

— É bem provável que sim, pelo menos até que você tenha netos.

— Cloe, o que mais você quer que eu faça? Eu já pedi desculpas.

— Deixa eu ver, você se esqueceu de que tinha família, amigos e se esqueceu até que tinha um marido, agiu como uma solteira solitária que não deve satisfação pra ninguém quando assinou aquele contrato e ia fugir do país sem me dizer uma palavra sobre isso. Você vai ter que fazer muito mais do que pedir desculpas.

Nina se encostou na cadeira e cruzou os braços olhando para a amiga com um quase sorriso no rosto.

— Tipo... convidar você pra ser minha madrinha?

Cloe parou de mastigar o biscoito que havia acabado de colocar na boca e arregalou os olhos encarando Nina com a bochecha cheia.

— Sua madrinha, madrinha? Madrinha de verdade tipo...

— Tipo em meu casamento semana que vem?

— Semana que vem?! Uma semana antes do Natal? Meu Deus, isso não poderia ser mais perfeito. — Cloe falou alto quase engasgando e começando a ficar agitada. — Você vai se casar semana que vem?

— Eu já sou casada, se lembra? Mas Thom e eu resolvemos fazer uma cerimônia com os amigos e a família já que vocês não estavam lá da primeira vez.

— Não importa, da primeira vez não valeu justamente porque eu não estava lá... Aaaahh você vai se casar, você vai se casar, Nina! E eu vou ser madrinha, meu Deus, o que eu vou vestir? E eu só tenho uma semana pra decidir, eu vou te matar por isso.

Cloe se levantou, foi até Nina, a fez ficar em pé, abraçou a amiga e começou a pular fazendo com que ela também pulasse.

— Considere-se cinquenta por cento perdoada.

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