Surpresas

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Um silêncio incomum reina no ambiente enquanto ele vai dirigindo o carro no sentido do local combinado. Se ele já estava estranho antes, hoje, parece que está muito pior.

E Lazuli definitivamente não consegue entender o que é que está acontecendo. Ela custa a acreditar que seu namorado possa estar lhe traindo, mas seus comportamentos evasivos e o jeito esquisito que ele está agindo nos últimos dias, como se estivesse escondendo mesmo alguma coisa dela, a deixam com uma baita de uma pulga atrás da orelha.

Ela está um pouco chateada com ele, pois forçou mais de uma vez uma conversa, tentar entender o que é que pode estar acontecendo, mas Kuririn sempre responde a mesma coisa: "coisas do trabalho, nada com o que tenha que se preocupar" e ela até já desistiu de ir por essa abordagem, mas não deixou de ficar de olhos bem abertos com ele, sondou as coisas que ele estava fazendo, marcou em cima e jogou várias iscas, pena que ele não mordeu nem uma delas. A única coisa que ela não fez, mas que até chegou a considerar, dadas as circunstancias, foi mexer no celular dele, porém, a loira é extremamente contra este tipo de comportamento e acredita que todos merecem sua privacidade. Só que ele tem estado tão protetor com o celular, nunca deixando-o perto dela e nem mesmo se atreve a mexer muito no aparelho quando estão juntos, o que deixa tudo muito mais suspeito.

No entanto, neste dia, ele a chamou para fazerem um encontro diferente (como se os encontros deles fossem convencionais...), mas não disse exatamente o que era, falou que seria uma surpresa. Disposta a deixar as preocupações de lado e se convencendo de que talvez, sejam mesmo só problemas no trabalho, Lazuli aceitou.

- Chegamos! – Kuririn avisa e estaciona o carro.

Ela não diz nada e olha para fora com cara de tédio, percebendo que se trata de um ginásio enorme.

- O que é aqui?

- Você vai ver! – Responde ele e em seguida dá a volta pelo veículo para pegá-la na porta, mas a loira não espera e desce sozinha.

Então eles caminham lado a lado até o local e assim que entram, Lazuli estrala os olhos surpreendida, por fim entendendo a razão pela qual ele avisou que ela deveria usar roupas confortáveis e tênis. Se trata de um local para escalada indoor.

- Escalada? Uau!

- Sim! – Ele sorri. – O que achou? Gostou da ideia? Se quiser podemos fazer outra coisa!

- Não, não! Eu adorei! – Ela soa sincera e sorri, se animando mais ao ver que Kuririn realmente programou algo no estilo de saída que ela curte. – Vamos nessa, vai ser legal!

Dentro de alguns minutos os dois já estão prontos, aquecidos e equipados para a atividade e juntos, começam a escalar um enorme paredão de 12 metros de altura.

- Consegue chegar no topo? – Kuririn indaga em tom desafiador, com um sorriso malandro que Lazuli acha uma graça. Ele já não parece mais tão esquisito quanto antes, talvez só estivesse precisando mesmo espairecer, relaxar e se distrair.

- Isso é um desafio? – Ela questiona sem tirar o seu olhar determinado dos olhos dele.

- Talvez... – O careca provoca. – Talvez tenha um prêmio pra você, se conseguir chegar no topo.

- Uau! Um prêmio é? E qual é?

- Só vai saber se você chegar lá... – Ele dá uma piscadinha e avança mais algumas agarras, ultrapassando a loira.

Ela sorri, instigada com o desafio e continua sua escalada. O baixinho pode ter pernas curtas, mas caramba, tem uma puta de uma habilidade e não cansa rápido.

Embora tanto um quanto o outro sejam bons atletas e possuam um físico excelente, escalada não é o forte de nenhum deles, mas é livre para realizarem pelo tempo que for necessário, portanto, depois de pouco mais de uma hora, juntos eles chegarem ao topo.

Tudo que eu sempre quisOnde histórias criam vida. Descubra agora